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- O Rio Bravo Crédito Imobiliário II (RBVO11) acumulava uma valorização anual de 186,0% até o fechamento da sexta-feira (25), disparado por muito como o FII que mais sobe no ano
- Mas não se trata de uma oportunidade ou de um otimismo do mercado para com a tese de investimentos do ativo
- O RBVO11 é um fundo de prazo determinado, que precisa ser liquidado até o fim de 2024. Ao devolver o capital aos cotistas, retorno e yield ficaram 'distorcidos'
Há no mercado um fundo de investimento imobiliário (FII) que está conseguindo driblar o momento negativo da renda variável e fazer suas cotas mais do que dobrarem de tamanho em 2024. O Rio Bravo Crédito Imobiliário II (RBVO11) acumulava uma valorização anual de 186,0% até o fechamento da sexta-feira (25), disparado por muito como o FII que mais sobe no ano.
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Mas não se trata se uma oportunidade ou de um otimismo do mercado para com a tese de investimentos do ativo.
O RBVO11 é um fundo de prazo determinado, com investimento mínimo de R$ 10 mil e foco em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs); Letras Hipotecárias (LHs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). O regulamento do FII estabelece que o ativo teria prazo de duração de 12 anos, contados a partir da data em que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concedeu o registro de funcionamento do fundo, em 2012 – ou seja, o FII precisa ser liquidado até dezembro de 2024.
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Por causa disso, desde janeiro deste ano, o RBVO11 vem devolvendo a seus cotistas os valores investidos. Dado ao processo de desinvestimento, atualmente o portfólio do fundo conta com menos de R$ 6 milhões de ativos.
“É importante notar que é um fundo muito pequeno e que está em período de desinvestimento/liquidação. Essa performance em 2024 portanto leva em conta eventos extraordinários e não recorrentes”, ressalta Renato Chanes, analista da Ágora Investimentos. “É um fundo de prazo indeterminado, que terminou seu período de investimento e agora está devolvendo o dinheiro na forma de dividendos e amortização”.
E é esse processo de amortização que está causando uma “distorção” no desempenho e no dividend yield (rendimentos de dividendos) do FII. Como mostramos aqui, o RBVO11 acumulava um yield de 9,2% de janeiro a abril; o segundo maior da indústria de FII no período. O yield, no entanto, é fruto das amortizações que vem sendo paga aos cotistas mensalmente desde o início do ano.
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Em nota ao E-Investidor, a Rio Bravo explicou que o RVBO11 foi constituído com a estratégia de comprar uma carteira de CRIs e outros papeis ligados ao mercado imobiliário, obter retornos da renda fixa e devolver o investimento para os cotistas anualmente via amortização, até sua descapitalização completa. "O que observamos é que, muitas vezes, um fundo com esse intuito de devolução de capital e que paga amortizações passa a ser negociado com altos ágios, possivelmente pelo movimento de investidores em busca de altos yields. Contudo, a amortização não tem o caráter de remuneração do investimento como um provento, é uma devolução de capital investido"", diz a gestora.
Por isso, a valorização do RBVO11 e a alta do dividend yield do ativo não representam uma oportunidade de investimento. Quer investir em FIIs? Veja a carteira recomendada de 11 corretoras.