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Sem apoio popular, ‘greve’ dos caminhoneiros não preocupa investidores

Mesmo após pedido de Bolsonaro, categoria segue paralisação

Sem apoio popular, ‘greve’ dos caminhoneiros não preocupa investidores
Foto: CHICO FERREIRA/FUTURA PRESS
  • Na manhã desta quinta-feira (9), os investidores acordaram com a notícia de que parte dos caminhoneiros seguiram com os protestos iniciados na noite de ontem e bloquearam estradas em mais de 10 estados
  • O mercado segue de olho no desenrolar das tensões políticas, com a expectativa de que a mobilização perca força nas próximas horas
  • Até às 10h40, o Ibovespa subia 0,48%, aos 113.958,46 pontos, após desabar 3,8% no pregão anterior com a repercussão das manifestações de 7 de setembro e os primeiros indícios de paralisação da classe

Na manhã desta quinta-feira (9), os investidores acordaram com a notícia de que parte dos caminhoneiros seguiram com os protestos iniciados na noite de ontem e bloquearam estradas em mais de 10 estados. O objetivo da classe é apoiar o presidente Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, a paralisação acontece sem o abono do líder do executivo, que chegou a divulgar um áudio nas redes sociais para que os profissionais liberassem as vias e dissipassem as manifestações.

“Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham aí a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação… prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dê um toque aí para os caras, se for possível, para liberar”, afirmou o líder do Executivo.

O mercado segue de olho no desenrolar das tensões políticas, com a expectativa de que a mobilização perca força nas próximas horas. Também é esperado que Bolsonaro se reúna com a categoria para frear as mobilizações pelo Brasil, conforme publicado pela Reuters. Até às 10h40, o Ibovespa subia 0,48%, aos 113.958,46 pontos, após desabar 3,8% no pregão anterior com a repercussão das manifestações de 7 de setembro e os primeiros indícios de paralisação da classe.

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“A minha opinião é que essa é mais uma paralisação pontual de grupos isolados, do que uma greve. Não tem apoio popular, político, nem uma grande pauta definida”, explica Bruno Madruga, head de Renda Variável da Monte Bravo. “Não têm grandes sindicatos organizando, tanto é que a atuação da polícia rodoviária federal consegue dispersar facilmente as paralisações em algumas rodovias.”

Essa também é a visão de Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico. “Não há indicações de que isso vá ser, por ora, uma greve de tamanha magnitude como foi a de 2018, que durou 10 dias”, afirma. “Caso essa greve ganhe força, comece a mostrar que será algo generalizado, isso pode trazer impactos bastante negativos para a economia e para os mercados como um todo. Nosso país é muito dependente de transporte rodoviário.”

Uma greve dos caminhoneiros, aos moldes do que aconteceu em 2018 no Governo Temer, gera desabastecimento nos comércios, farmácias e postos de gasolina. A escassez de produtos contribui para a elevação dos preços e, por consequência, das taxas de juros – o que afeta diretamente o orçamento das famílias, a operação das empresas, além da Bolsa.

“O mercado de Bolsa brasileiro está extremamente relacionado com os juros futuros que é onde os financiamentos trazem suas taxas. Isso, sim, é o que preocupa o mercado. A subida dos juros futuros traz uma alteração no valuation das empresas, nos financiamentos dessas companhias, ou seja, na dívida delas”, afirma Madruga. “O aumento dos juros tira dinheiro da Bolsa de Valores para a Renda Fixa.”

 

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