O Safra rebaixou as ações da Hapvida(HAPV3) de compra para neutra após a companhia apresentar um conjunto de resultados considerado ruim no terceiro trimestre de 2025. Na última quarta-feira (12), a companhia reportou lucro líquido de cerca de R$ 338 milhões no terceiro trimestre deste ano (3T25), alta de 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mesmo com pequena alta no lucro, o resultado foi visto como decepcionante por boa parte do mercado. O aumento da sinistralidade, acima do efeito sazonal médio da Hapvida, impactou os números. O balanço também sofreu devido aos efeitos da competitividade, demanda e inadimplência sobre as adições de beneficiários e o efeito dos tíquetes médios cobrados para os clientes.
Os analistas do Safra lembram que após esse resultado aquém do esperado, as ações da companhia foram pressionadas por vendas no mercado acionário e desabaram 42,21% na quinta-feira (13) e mais 5,82% na sexta-feira (14). Segundo os analistas, parte dessa queda decorrente da falta de previsibilidade que a companhia deixou para o investidor.
“A ausência de metas de margem, tanto de curto quanto de longo prazo, deixa o mercado em grande parte no escuro quanto ao caminho da recuperação e ao equilíbrio de longo prazo. Diante das revisões substanciais para baixo nos lucros, da significativa volatilidade nos lucros e no preço das ações, a percepção de risco das ações entre os investidores parece ter aumentado consideravelmente”, dizem os analistas.
Eles afirmam também que o ruído regulatório contínuo pode contribuir para reduzir o apetite dos investidores. Desse modo, o banco reduziu significativamente suas estimativas de Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) em média 19% para o período de 2026 a 2028.
Assim, os analistas preferiram rebaixar as ações da Hapvida (HAPV3) de compra para neutra com novo preço-alvo de R$ 22,50, alta de 26,47% na comparação com o fechamento de sexta-feira (14), quando a ação encerrou o pregão a R$ 17,79. “A avaliação perde relevância diante da baixa visibilidade do mercado”, conclui a equipe do Safra.