As ações da Hapvida(HAPV3) caem no pregão desta quarta-feira (25) em um dia marcado pela aversão ao risco em meio à votação da Medida Provisória (MP) sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na Câmara dos Deputados. No entanto, analistas ouvidos pelo E-Investidor dizem que a queda oferece oportunidade de compra para quem quiser aportar no ativo.
Por volta das 15h30, as ações da Hapvida caíam 5,84%, a R$ 35,65. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,93%, a 135.891,20 pontos. Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, aponta que o temor dos investidores está diante da incerteza se o projeto em votação no Congresso será aprovado e da forma como será aprovado, pois ele pode piorar ou melhorar a questão fiscal. E diante da falta de previsibilidade, o mercado tende a procurar ativos seguros.
Segundo George Sales, especialista em Mercado Financeiro na Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), a queda da ação HAPV3 é ainda mais acentuada do que as demais pelo fato de o ativo passar por uma correção, após o papel subir 3% no dia anterior.
Baixa nos processos e resultados fortes reforçam recomendação para Hapvida
Ainda assim, o analista explica que o papel está atrativo. Na visão de George Sales, a empresa tem geração de caixa sólida, visto que mesmo com provisões, a seguradora de saúde segue gerando fluxo de caixa robusto. A companhia também tem estratégias estruturais, como a verticalização dos serviços, reajustes amparados pela ANS e controle da sinistralidade, os quais indicam caminho para melhora operacional. Desse modo, o especialista vê o papel como atraente para o investidor.
A equipe do BTG Pactual também divulgou relatório nesta quarta-feira recomendando compra para as ações da Hapvida. Segundo os analistas, a baixa de 11% do número de processos judiciais contra operadoras de saúde em maio ante igual período do ano passado, para 24,1 mil casos, revela uma tendência de queda e pode melhorar a dinâmica do setor.
Analisando os dados mais recentes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o banco destaca ainda que houve uma queda de 11% em maio, contrastando com aumentos em abril e março, considerando a análise por dia útil. “Mantemos a recomendação de compra para Hapvida, embora o desempenho das ações HAPV3 dependa do crescimento orgânico e de iniciativas para mitigar o impacto dos processo judiciais na empresa”, destacam Samuel Alves e Maria Resende, que assinam o relatório do BTG.
Os analistas do Santander também recomendam compra para as ações da companhia. O Santander diz que a empresa apresentou resultados sólidos no 1° trimestre de 2025 após reportar lucro líquido ajustado de R$ 416,4 milhões no período. Conforme o banco espanhol, os resultados estão em linha com a estratégia da companhia de focar na verticalização, aumentar os preços, melhorar a lucratividade geral e combater o problema da judicialização.
“Do lado positivo, o índice de sinistralidade médica melhorou em relação ao ano anterior (em bases comparáveis), o que confirmou nossa tese de que os preços aumentariam em um ritmo mais rápido do que o custo por membro; os depósitos judiciais se deterioraram em um ritmo mais lento do que o esperado”, apontam Caio Moscardini, Karoline Silva Correia e Eyzo Lima, que assinam o relatório do Santander.
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O banco espanhol recomenda compra para as ações da Hapvida (HAPV3) com preço-alvo de R$ 54, alta de 42,6% na comparação com o fechamento de terça-feira (24), quando a ação encerrou o pregão a R$ 37,86.