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- As ações da Hapvida (HAPV3) operam em queda nesta quinta-feira (18), refletindo a má recepção do mercado a notícias envolvendo investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) e morte de paciente da gigante de saúde
- Às 14h40, o papel recuava 3,72%, negociado a R$ 4,14. Mas o papel chegou a recuar 5,12%, levando a empresa a perder R$ 1,5 bilhão em valor de mercado no pregão.
- Para o Citi, ainda é “muito cedo” para avaliar se o caso relatado pelo Estadão poderia ter algum impacto material sobre as operações da empresa ou se é apenas parte das atividades de "business as usual" (expressão em inglês que significa que “tudo está funcionando normalmente")
As ações da Hapvida (HAPV3) operam em queda nesta quinta-feira (18), refletindo a má recepção do mercado a notícias envolvendo investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) sobre descumprimento de liminares judiciais – com, inclusive, caso de morte de pacientes, segundo familiares – por parte da gigante de saúde. Às 14h40, o papel recuava 3,72%, negociado a R$ 4,14. A ação, porém, chegou a recuar 5,12%, levando a empresa a perder R$ 1,5 bilhão em valor de mercado no pregão.
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Mais cedo, o Estadão noticiou que o grupo Hapvida NotreDame, maior empresa de planos de saúde do País, está sendo acusado de descumprir sistematicamente decisões judiciais favoráveis aos seus beneficiários. Segundo a reportagem, mesmo com liminares na mão, os clientes não conseguem acesso a tratamentos para doenças graves, como câncer. Em um dos casos, familiares afirmam que paciente morreu após a recusa da empresa em oferecer tratamento de urgência que havia sido prescrito pelo médico e garantido pela Justiça.
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Ao jornal, a empresa afirmou que respeita o Poder Judiciário e negou que venha descumprindo de forma sistemática as decisões judiciais.
Com um noticiário negativo, investidores da Hapvida temem que as operações da empresa sejam afetadas por possível obrigação de indenizar as vítimas prejudicadas, conforme os casos relatados.
Como as notícias afetam a Hapvida?
Júlia Monteiro, analista da MyCap, avalia que o mercado começa a ventilar a ideia de que possa haver alguma indenização aos pacientes afetados e até desprovisionamento da companhia a partir da investigação.
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Felipe Pontes, sócio da L4 Capital, afirma que a notícia é “muito ruim”, caso todos os fatos apontados forem confirmados. Para ele, a acusação mina ainda mais a credibilidade da companhia, que já está abalada por recorrentes críticas quanto à qualidade dos serviços prestados. “São inúmeras reclamações não só de clientes, mas também dos médicos que não são bem remunerados e têm que atender os pacientes, inclusive de casos mais complexos, como se fosse uma linha de produção do século passado”, diz Pontes.
Do lado operacional, o sócio da L4 avalia que a empresa não vem entregando bons resultados há alguns anos, o que pode pressionar cada vez mais a gestão a cortar custos, gerando uma espiral de problemas, como o divulgado pela apuração do Estadão.
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“Entre as empresas do Ibovespa, considerando o índice de cobertura de juros, que demonstra a capacidade de a companhia pagar o serviço da sua dívida com o lucro gerado, a Hapvida está entre as que têm o pior índice”, diz Pontes. “Isso não quer dizer que ela terá problemas com insolvência neste momento, mas reflete toda essa situação.”
Para o Citi, ainda é “muito cedo” para avaliar se o caso relatado pelo Estadão poderia ter algum impacto material sobre as operações da empresa ou se o fato novo apenas faz parte das atividades de “business as usual” (expressão em inglês que significa que “tudo ocorre normalmente”) da cadeia de saúde brasileira, que tem sido marcada por judicialização crescente nos últimos anos. O banco reforça, porém, que a investigação não é um “bom presságio”, o que pode gerar volatilidade nas ações – conforme o pregão desta quinta-feira vem mostrando.
Vale a pena continuar com a ação HAPV3?
Apesar do caso noticiado, o Citi mantém recomendação de compra para o papel da Hapvida, com preço-alvo de R$ 6. O valor representa valorização potencial de 39,5% em relação ao fechamento de quarta-feira (17), quando a ação foi negociada a R$ 4,30. “Com base nas demonstrações financeiras da Hapvida, identificamos R$ 487 milhões de provisões associadas a perdas de natureza civil (prováveis) e R$ 1,8 bilhão considerados como perdas possíveis (que não requerem provisionamento)”, dizem os analistas Leandro Bastos e Renan Prata.
Pontes, da L4 Capital, afirma que não tem a ação na carteira e que os clientes da gestora de patrimônio não receberam essa indicação. “É uma situação que vemos com olhos ruins por questões de resultados que foram entregues e questões de tratamento com os clientes e com os médicos. Quem quer se expor a esse setor, talvez possa fazer indiretamente por Rede D’Or São Luiz (RDOR3) ou SulAmérica (SULA11)”, diz Pontes.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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