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Como a fusão entre Hapvida e Intermédica pode afetar o investidor

Para o mercado, ainda há espaço para o crescimento dos papéis

Como a fusão entre Hapvida e Intermédica pode afetar o investidor
Hospital da rede Hapvida no Piauí. (Foto: Hapvida)
  • As empresas decidiram pela incorporação da totalidade das ações de emissão da GNDI pela Hapvida Participações
  • Na última semana, a Intermédica anunciou a distribuição de R$ 1 bilhão em “Dividendos Extraordinários”, como anunciado em comunicado oficial

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) divulgou em dezembro de 2021 a aprovação definitiva da fusão entre Hapvida (HAPV3) e Notre Dame Intermédica (GNDI3). Segundo fato relevante divulgado em 20 de janeiro, os papéis devem ser incorporados e a negociação das novas ações Hapvida na B3 começam em 14 de fevereiro.

A HAPV3 fechou o pregão de quarta-feira (25) com alta de 6%, sendo cotada a R$ 12,02. Também em movimento positivo, a GNDI3 teve variação de 5% e terminou o dia precificada a R$ 69,30.

As empresas decidiram pela incorporação da totalidade das ações de emissão da GNDI pela Hapvida Participações e Investimentos II S.A. (HapvidaCo). Serão emitidas aos acionistas de cada ação da GNDI, uma ação ordinária e uma ação preferencial resgatável, de acordo com o fato relevante.

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Para o mercado, o reflexo da movimentação corporativa já foi precificado no preço das ações, apesar de ainda existir espaço para o crescimento dos papéis, porque a junção vai tornar a empresa ainda mais competitiva.

Na última semana, a Intermédica anunciou a distribuição de R$ 1 bilhão em “Dividendos Extraordinários”, como anunciado em comunicado oficial. O pagamento está condicionado à consumação da combinação de negócios e será realizado até 29 de março de 2022, com base na composição acionária da Companhia no fechamento do mercado em 11 de fevereiro.

Desempenho na Bolsa

Ambos os papéis pegaram carona no boom do mercado de ações de 2019 até o início de 2020, assim como a recuperação em 2021 por conta do período de juros baixos. Para João Abdouni, analista CNPI da Inversa Publicações, esse movimento positivo fez com que os papéis já estejam cotados em preços mais altos.

“Com todas essas notícias favoráveis, os dois papéis conseguiram atingir valuations de ‘price to perfection’. O HAPV3 sendo negociado a 113 vezes a relação preço sobre lucro e GNDI3 na mesma casa”, avalia.

Por outro lado, Rafael Rovai, Analista CNPI da Inside Research, avalia que ainda há espaço para crescimento, olhando para os dois tickers. Ele avalia preço justo em R$ 18,70 para HAPV3 e R$ 98 para GNDI3.

“A combinação dos negócios gera sinergias que devem somar aproximadamente R$ 25 bilhões. Diante disso, entendemos que nesse momento, apenas precificando as junções, as duas empresas combinadas deveriam valer 29,4% acima do valor de mercado atual”, analisa Rovai. Ele explica que os acionistas da GNDI3 receberão, para cada ação ordinária, 5,2436 ações da Hapvida + R$ 5,12

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Fernando Ferrer, analista de ações da Empiricus, aponta que não é preciso manter um papel em detrimento de outro. “Como os termos de troca estão bem definidos, a possibilidade de arbitrar entre as ações não é necessária. Quem tem GNDI, pode manter, quem tem HAPV pode manter”, explica

Participação no mercado e concorrência

De acordo com a Inside, a complementaridade geográfica é um dos grandes trunfos da fusão. A Hapvida se destaca nos estados do Norte e do Nordeste, enquanto a Intermédica tem forte atuação nas regiões Sul e Sudeste. Além disso, o bom histórico de gestão de ambas, a integração de produtos e a verticalização da empresa são pontos positivos.

Em contrapartida, riscos de execução, ineficiência do modelo de negócio e riscos regulatórios governamentais pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) devem ser avaliados atentamente. “É o maior player de saúde privada do País. São mais de 200 hospitais, 280 clínicas e mais de 8 milhões de beneficiários de assistência médica e 5 milhões de beneficiários de assistência odontológica”, destaca Ferrer.

Ele complementa que o movimento é uma proposta de valor ímpar, porque o ticket médio das empresas é bem mais baixo que o dos concorrentes. “A Hapvida aumentou sua participação no mercado de 5% para 9% de 2014 até o ano passado, assim como a GNDI. Ao todo, elas vão ter cerca de 18% de participação de mercado”, avalia.

No longo prazo, é preciso aguardar os resultados dos próximos trimestres, mas podem ser esperados bons desempenhos por conta da verticalização e da sinergia operacional.

Protagonismo no mercado

Renato Stuart, sócio da RGS Partners, afirma vai ser mais difícil para os competidores disputar com a empresa em todos os aspectos. “O grupo tem um grande poder de preço para clientes e também de custos frente ao corpo clínico e materiais médicos, medicamentos. De modo geral, não há um concorrente verticalizado com porte próximo”, aponta.

Além disso, Denis Morante, sócio-fundador da Fortezza Partners, chama atenção para as novas modalidades que o grupo pode atuar. “O mercado brasileiro é repleto de oportunidades. As pessoas querem ter um plano de saúde, mas é necessário que o País como um todo tenha uma economia girando sem alto desemprego e com renda”, ressalta. Morante indica que podem ser esperadas novas negociações e penetração com outras áreas do setor como a relação com empresas de laboratórios.

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Segundo dados da ANS de dezembro de 2021, apenas 23,7% da população são beneficiários em planos privados de assistência médica.

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