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- Além do turismo, varejo e educação, que têm influência mais visível, o setor de saúde também pode ser beneficiado com a reabertura de atividades serviços
- Nas últimas duas semanas, as empresas do segmento vem indo bem no pregão. Os papéis do Grupo NotreDame Intermédica (GNDI3) e do Hapvida (HAPV3) chegaram a crescer mais de 7% no período
- Para Thiago Rolo, sócio e analista da Âmago Capital, as empresas do setor de healthcare são boas apostas para ter na carteira no segundo semestre
Com quase um quarto dos brasileiros imunizados contra o coronavírus e redução nas taxas de casos e mortes decorrentes da covid-19, diversos setores do mercado demonstram animação e otimismo. Além de turismo, varejo e educação, com uma influência mais visível, o setor de saúde também mostra sinais positivos potencializados pela possibilidade de fim da pandemia.
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Nas últimas duas semanas, as empresas do segmento vêm indo bem no pregão. Os papéis do Grupo NotreDame Intermédica (GNDI3) e do Hapvida (HAPV3) chegaram a crescer mais de 7% no período.
Segundo analistas, o movimento em bloco é resultado da percepção dos resultados positivos do balanço do segundo trimestre deste ano. Retorno de procedimentos eletivos e os negócios de M&A (fusão e aquisição) alavancaram os resultados das empresas. Para analistas, as companhias da área devem ser ainda mais impulsionadas no segundo semestre.
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Na última sexta (20), movimentações relacionadas ao controle acionário da Alliar (AALR3) puxaram o bloco. Os papéis da empresa subiram mais de 11%. No início da semana, segundo apuração do Broadcast, a Rede D’or demonstrou interesse em realizar uma oferta pública de aquisição (OPA) para controle da Alliar.
A intenção da Rede D’Or era comprar integralmente a Alliar, a R$ 11,50 cada ação. O AALR3 fechou a sexta custando R$ 14,50. O RDOR3 cresce 3,05% e é cotado a R$75,70,
Embora 2020 tenha sido um ano marcado por hospitais cheios, as internações e cirurgias estavam relacionadas ao impacto do coronavírus. Por outro lado, como as pessoas estavam em confinamento, o número de acidentes caiu, assim como a realização de procedimentos não emergenciais.
Para Thiago Rolo, sócio e analista da Âmago Capital, as empresas do setor de healthcare são boas apostas para ter na carteira no segundo semestre. Rede D’Or São Luiz (RDOR3), Dasa (DASA3) e Mater Dei (MATC3) podem ser mais atrativas.
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Segundo ele, por conta da pandemia, a população percebeu a importância de cuidar da saúde. Por conta desse interesse, o segundo semestre é bem promissor para as companhias. “As pessoas devem voltar a fazer exames e procedimentos para cuidar da melhora da saúde. Esse movimento é o que mais gera lucro para as companhia”, aponta.
Ele ressalta que o setor de saúde consegue ser resiliente por ser um segmento que envolve necessidades básicas, mesmo que o mercado brasileiro seja bastante volátil. “É o último custo que o brasileiro vai cortar”, ressalta.
Alexandre Masuda, sócio da SFA Investimentos, ressalta que um efeito da vacinação foi a diminuição do receio das pessoas de sair de casa e a volta de crianças e adolescentes para a escola, o que aumentou o número de acidentes e doenças leves.
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Outro importante movimento do setor, segundo Masuda, é a fusão entre Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3), que aguarda regulamentação. Ele acredita que a união das empresas pode gerar bons resultados para os investidores que tenham os papéis na carteira.
Segundo Masuda, por serem operadoras verticalizadas, ou seja, empresas que oferecem planos de saúde e possuem os próprios hospitais, elas podem ter melhores resultados. Além disso, cada uma das empresas atua em uma determinada região do Brasil, diversificando a atuação geográfica e dando robustez.
Masuda cita um acontecimento de interferência negativa nos resultados das empresas, especialmente nas operadoras e seguradoras: no início de julho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definiu o reajuste negativo no custo dos planos de saúde, por conta do menor uso pelos clientes no ano da pandemia. “O que aconteceu não deve se repetir. No ano que vem o reajuste deve ser positivo e ainda maior que a média”, avalia.
Comércio e distribuição
Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, destaca um setor que tangencia os hospitais e operadoras: as varejistas de produtos farmacêuticos e a indústria de medicamentos. “O mercado está interessado também em empresas que forneçam medicamentos, como Hypera (HYPE3) e Blau (BLAU3). Esse segmento também se beneficia com o processo de normalização e com as pessoas utilizando mais os serviços hospitalares”, afirma.
Em relação às empresas de varejo, Cruz destaca a RaiaDrogasil (RADL3). “Os números do resultado do segundo trimestre vieram muito bons e mostraram ser uma empresa que deve se tornar cada vez mais dominante com pulverização no País inteiro”, afirma.
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