Bull market está apenas começando: Morgan Stanley vê Ibovespa a 200 mil pontos em 2026
Banco aposta na vitória de "políticas mais favoráveis ao mercado" nas eleições de 2026 como grande catalisador; se isso acontecer, acha que investidor brasileiro vai finalmente voltar para a Bolsa
Para o Morgan Stanley, bull market no Brasil pode estar apenas começando. (Foto: Adobe Stock)
O Morgan Stanley acredita que o Ibovespa pode chegar a 200 mil pontos ao final de 2026, disse o banco em relatórios divulgados nesta segunda-feira (17). Nos documentos, o banco fez suas projeções para os mercados de ações da América Latina, mantendo os papéis brasileiros como overweight (o equivalente a uma recomendação de compra).
A projeção de 200 mil pontos é bastante otimista. Trata-se de uma alta potencial de 27% em relação aos 157,7 mil pontos que o IBOV encerrou a última sexta-feira (14), quando já tinha subido 31% em 2025 e renovado a máxima histórica 27 vezes.
O Morgan Stanley acha que há espaço para mais e que, mesmo em um ano eleitoral — ou por causa dele —, o bull market no Brasil pode estar apenas começando. A economia segue relisiente, apesar da política monetária restritiva que vem ajudando na tendência de desinflação. Com isso, a expectativa é que o Banco Central possa começar a reduzir a taxa Selic em março de 2026.
Mas as projeções também estão ancoradas no ciclo eleitoral. O entendimento da instituição é que, assim como em outros países da região, as eleições presidenciais de 2026 podem provocar uma mudança de regime em direção a “políticas mais favoráveis ao mercado”. É uma esperança que tem movimentado o mercado brasileiro há algum tempo: a vitória de um candidato de direita e, com isso, a promessa de uma agenda de enfrentamento aos desequilíbrios fiscais.
Para o Morgan Stanley, a incerteza deve aumentar no próximo ano com a proximidade das eleições. Mas se trouxer uma vitória da direita, afirma em relatório, essa alternância no poder pode ser suficiente para reequilibrar um mercado em que investidores locais estão afastados da Bolsa há tempos.
Nos últimos anos, o investidor pessoa física e os institucionais sumiram da B3. Hoje, os investidores estrangeiros representam quase 60% das negociações e são os grandes responsáveis pelo bom desempenho das ações brasileiras este ano. Mas o banco acredita que 2026 pode ser a vez do fluxo doméstico.
“A chave para o Brasil é austeridade fiscal — e, idealmente, em grau suficiente para permitir um reequilíbrio em direção ao investimento e a um ciclo de capex. 2026 é um ano de transição, mas definirá o tom da trajetória. O potencial existe e o mercado precificará cedo qualquer sinal de mudança de política. Raramente a relação risco-retorno foi tão grande para Brasil”, diz o banco.