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Ibovespa acima de 140 mil pontos? Tese perde força entre gestores

Por outro lado, mais agentes do mercado esperam que o dólar fique acima de R$ 5,10 no fim de 2024

Ibovespa acima de 140 mil pontos? Tese perde força entre gestores
Gestores têm tido visão mais pessimista em relação ao Ibovespa (Foto: Envato Elements)

O sentimento de pessimismo em relação à Bolsa brasileira em 2024 têm crescido entre os gestores da América Latina, enquanto aumentam as sinalizações de que os juros permanecerão elevados por mais tempo nos Estados Unidos.

De acordo com a última edição da pesquisa “LatAm Fund Manager Survey”, desenvolvida pelo Bank of America (BofA) e divulgada na terça-feira (16), o percentual dos agentes de mercado que veem o Ibovespa acima de 140 mil pontos no fim deste ano caiu de 36% em março para 28% em abril.

Por outro lado, mais gestores esperam que o dólar fique acima de R$ 5,10 no fim de 2024. Neste mês, 31% dos profissionais consultados defendem essa tese, um percentual bem acima do observado em março, quando apenas 3% dos participantes da pesquisa acreditavam nessa projeção.

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Também aumentou a porcentagem de agentes que esperam um dólar mais forte este ano: de 24% em março para 47% em abril.

Vale lembrar que a moeda americana disparou nos últimos dias e chegou a alcançar na terça-feira (16) a marca dos R$ 5,28 no mercado local, atingindo o maior patamar desde março de 2023. Por trás da disparada do dólar está uma “tempestade perfeita” de aversão a risco, segundo analistas. O movimento foi ainda agravado pela confirmação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que a meta fiscal de superávit de 0,5% estabelecida para o ano que vem não será atingida – em vez disso, o Brasil deve ter déficit zero, mesmo alvo de 2024.

Ainda de acordo com a pesquisa “LatAm Fund Manager Survey”, o interesse dos gestores por commodities aumentou em abril, sendo que 25% dos participantes do levantamento passaram a acreditar que elas terão performance superior ao restante da Bolsa nos próximos seis meses. Em março, essa expectativa era inexistente. “Nossa visão é cautelosa para o minério de ferro, mas nós estamos mais construtivos em outros metais (cobre e alumínio), celulose e petróleo”, afirma o relatório do banco.

Quando o assunto é taxa básica de juros, as maiores apostas recaem sobre uma Selic entre 9,25% e 9,5% ao ano no fim de 2024. As taxas estão acima da mediana de 9,13% projetada pelo último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na terça-feira (16). “No Brasil, a rotação de investidores pessoa física para ações é esperada quando a Selic alcançar os 9%”, ressalta ainda o “LatAm Fund Manager Survey”, realizado a partir de entrevistas com 32 gestores que somam cerca de US$ 70 bilhões em ativos sob administração.