O Ibovespa subiu 0,51% e bateu novo recorde aos 149.540 pontos nesta sexta-feira (31), apoiado por ações de consumo e queda dos juros futuros. Dólar fechou estável a R$ 5,38. (Imagem: Adobe Stock)
A XP Investimentos manteve seu preço-alvo para o Ibovespaem 170 mil pontos em 2026 por acreditar que o índice apresenta múltiplos atrativos. Em meio a esse cenário, os analistas adicionaram as ações da Gerdau (GGBR4), aumentaram a exposição em Cyrela (CYRE3) e Smart Fit (SMFT3). A corretora retirou as ações do Grupo Mateus (GMAT3) e JBS (JBSS32) de sua carteira para novembro.
Os analistas dizem que as ações brasileiras apresentaram um desempenho expressivo no acumulado do ano, com o Ibovespa subindo 24,5% em reais e 42,7% em dólares. Embora boa parte do debate ao longo de 2025 tenha se concentrado nos fatores domésticos que poderiam explicar essa alta, a XP entende que os vetores locais tiveram um papel apenas limitado nesse movimento.
Essa visão é sustentada por três principais razões:
O desempenho do Brasil está amplamente em linha com o de outros mercados emergentes e latino-americanos em 2025;
Até o final de setembro, praticamente todo o retorno do Ibovespa foi explicado pela expansão de múltiplos, enquanto o crescimento de lucros apresentou contribuição negativa para o retorno do índice;
Essa expansão de múltiplos não foi acompanhada por uma queda nas taxas de juros reais de longo prazo, que permaneceram elevadas, resultando em uma compressão do prêmio de risco de ações.
A XP afirma que, embora as expectativas de início do ciclo de afrouxamento monetário doméstico tenham contribuído para o rali das ações brasileiras, o desempenho dos ativos brasileiros sob o atual regime de juros continua abaixo das médias históricas. Na visão da corretora, isso reforça que os fatores locais tiveram influência modesta sobre os retornos até o momento.
“Continuamos vendo o valuation como atrativo, com o Ibovespa negociado a 9,3 vezes o Preço/Lucro (P/L) projetado. Embora os investidores tenham se mostrado mais otimistas com a perspectiva de cortes de juros à frente e com o trade eleitoral, os fatores globais explicam a maioria da forte performance das ações brasileiras em 2025”, dizem Fernando Ferreira, Felipe Veiga, Raphael Figueredo e Lucas Rosa, que assinam o relatório da XP.
Quais ações do Ibovespa comprar agora para lucrar em novembro?
Em meio a essas expectativas, a corretora fez algumas mudanças em sua carteira de ações para novembro. Os analistas retiraram as ações do Grupo Mateus (GMAT3) e JBS (JBSS32). A casa de investimentos também adicionou as ações da Gerdau (GGBR4), aumentou a exposição em Cyrela (CYRE3) e Smart Fit (SMFT3).
“A retirada do Grupo Mateus acontece devido a um curto prazo mais fraco, com expectativas de desaceleração nas tendências de receita, o
que deve levar a uma desalavancagem operacional na margem Ebitda. No entanto, continuamos otimistas com as perspectivas de longo prazo”, explicam Fernando Ferreira, Felipe Veiga, Raphael Figueredo e Lucas Rosa.
A corretora também reduziu a participação da Motiva (MOTV3) de 10% para 5%. Esse movimento reflete o rali das ações ao longo do último mês, o qual a XP acredita já ter incorporado, na maioria, a expectativa de venda da plataforma de aeroportos.