Ibovespa hoje: agenda extensa nos EUA e IPCA-15 no Brasil prometem mexer com o mercado
Após um pregão de alta moderada na terça-feira (25), o índice amanhece sensível a uma bateria de indicadores americanos e ao IPCA-15, que deve calibrar as apostas para a Selic
Ibovespa hoje: veja como foi o pregão de ontem (25), o que esperar do índice nesta quarta-feira (26) e quais dados dos EUA e do Brasil podem ditar o rumo do mercado. (Imagem: Adobe Stock)
As bolsas globais encerraram a última terça-feira (25) em alta, embaladas pela aposta de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, pode acelerar os cortes de juros já em dezembro. Dirigentes do Fed reforçaram que a política atual segue “muito restritiva”, enquanto indicadores ajudaram a reforçar a narrativa de alívio: o PPI (índice de preços ao produtor, em inglês) de setembro avançou 0,3%, como esperado, e o núcleo subiu só 0,1%, sinalizando menor pressão inflacionária.
As vendas no varejo vieram fracas, sugerindo perda de tração da economia, o que fez os rendimentos dos Treasuries recuarem e enfraqueceu o dólar frente a pares fortes. No mercado de commodities, o minério de ferro avançou e deu sustentação ao setor, enquanto o petróleo cedeu mais de 2% com estoques elevados e sinais de acomodação geopolítica.
No Brasil, o Ibovespa subiu 0,41% e fechou aos 155.910 pontos, em um pregão dividido entre o otimismo com a continuidade da queda da Selic e a preocupação fiscal diante da votação de projetos que podem pressionar as contas públicas. O giro financeiro foi modesto, em R$ 20 bilhões. As taxas futuras de juros recuaram, mas se afastaram das mínimas após falas de dirigentes do Banco Central que reforçaram o fim do ciclo de alta e indicaram que os cortes podem ficar só para 2026. O dólar seguiu a tendência global e caiu 0,34%, a R$ 5,38.
Hoje, quarta-feira (26) começa carregada de indicadores que devem pautar o humor dos mercados logo cedo. No Brasil, o destaque é o IPCA-15 de novembro, projetado em 0,18% no mês e 4,94% em 12 meses, leitura importante para calibrar expectativas sobre a trajetória da Selic. Também saem dados de empréstimos bancários de outubro.
No exterior, a agenda é extensa nos EUA: PIB (Produto Interno Bruto) do 3º trimestre (revisão), núcleo do PCE (Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal) trimestral, deflator, pedidos de bens duráveis, balança comercial de bens, estoques do varejo e novos pedidos de seguro-desemprego. O pacote oferece munição suficiente para mexer nos juros futuros americanos e, por tabela, no apetite por risco no Brasil.
Ao longo da tarde, o foco vira para o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE (Banco Central Europeu), os estoques semanais de petróleo, o Livro Bege e o balanço patrimonial do Federal Reserve. Com tantos vetores no radar, a sessão promete volatilidade: um PIB mais forte ou um PCE mais pressionado pode esfriar o otimismo da véspera, enquanto números mais suaves reforçam a tese de corte do Fed e ajudam o Ibovespa a buscar fôlego adicional. A tendência é de um pregão sensível aos dados e ao vaivém dos Treasuries, com o investidor atento às pistas sobre inflação e atividade.