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O Ibovespa hoje iniciou o mês de dezembro no campo negativo, com o mercado ainda abalado pelo anúncio do pacote fiscal do governo federal. Após abrir esta segunda-feira (2) aos 125.667,63 pontos, a principal referência da B3 terminou o dia em baixa de 0,34% aos 125.235,54 pontos, oscilando entre máxima a 125.901,06 pontos e mínima a 124.733,89 pontos, com volume negociado de R$ 24,6 bilhões.
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“Aqui a gente viu o dólar subindo e a Bolsa caindo. Basicamente isso ocorreu por conta ainda da digestão do pacote de corte de gastos, que foi mal recebido, uma vez que o mercado vê o corte real na faixa de R$ 40 bilhões e muitas incertezas em relação ao conteúdo que vai ser aprovado”, afirma Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
Nem mesmo as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sexta-feira (29), conseguiram acalmar os ânimos do mercado. Ele disse que a equipe econômica poderá discutir novas medidas para ajustes de gastos se for identificado, daqui a dois ou três meses, que as propostas já anunciadas não são suficientes para adequar a trajetória de gastos da União. “Se daqui a dois, três meses, nós identificarmos riscos para essa trajetória (de despesa), nós vamos ter que voltar para a mesa para verificar quais ajustes terão que ser feitos”, ponderou.
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Para Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos, o mercado entra no mês de dezembro com um cenário turbulento. “Hoje tivemos rebalanceamento de carteiras, o que acaba trazendo um fluxo diferenciado para os ativos. Mas, de forma geral, a gente não teve nenhuma mudança que proporcionou uma virada de chave. O cenário ainda segue muito incerto com o comunicado do pacote fiscal. Até em questões de alocação, provavelmente veremos uma liquidez reduzida neste mês”, destaca.
Na Bolsa brasileira, o dia foi negativo para as ações de grandes bancos. Os papéis preferenciais do Bradesco (BBDC4) registraram desvalorização de 2,14%, enquanto os ordinários (BBDC3) cederam 1,35%. Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11), por sua vez, recuaram 1,41%, 0,81% e 0,92%, respectivamente.
Também de grande peso para o Ibovespa, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) conseguiram se sair bem no pregão: enquanto as ordinárias (PETR3) avançaram 0,26%, as preferenciais (PETR4) registraram valorização de 0,64%, em dia em que os contratos futuros de petróleo fecharam próximos à estabilidade. Os papéis da Vale (VALE3) também subiram e exibiram ganhos de 0,24% ao final do dia, o que não foi suficiente, no entanto, para reverter o desempenho do índice da B3.
Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,24%, e 0,97%, respectivamente, enquanto o Dow Jones caiu 0,29%. Os investidores assimilaram comentários do dirigente do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, que afirmou que está inclinado a continuar o trabalho que o banco central americano começou para retornar a política monetária a um cenário mais neutro. Na agenda econômica da semana, o foco fica no payroll (relatório oficial de emprego), que deve ser divulgado na sexta-feira (6).
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O dólar hoje teve mais um dia de alta e finalizou o pregão em valorização de 1,11% a R$ 6,0680. Além de ser afetada pelas preocupações com a política fiscal local, a moeda americana também foi impulsionada pela ameaça de Donald Trump aos membros do Brics. O republicano disse que irá impor uma tarifa de 100% ao grupo, caso os países tentem substituir o dólar em suas transações comerciais.
As três ações que mais valorizaram no dia foram Ambev (ABEV3), SLC Agrícola (SLCE3) e Minerva (BEEF3).
As ações da Ambev (ABEV3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, terminando a sessão em valorização de 4,08% a R$ 13,25. . Ao Broadcast, o analista Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, disse que a empresa continua com uma maior previsibilidade de caixa e tem mostrado resiliência diante da pressão inflacionária, dando mais suporte ao investidor. “É um dos cases que tendem a atravessar esse cenário desafiador de forma mais leve”, avalia.
A ABEV3 está em alta de 4,08% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 3,5%.
Outro destaque positivo foi a SLC Agrícola (SLCE3), que subiu 3,22% a R$ 17,97. O Bank of America (BofA) elevou a recomendação para as ações da empresa de neutro para compra, com preço-alvo ajustado para R$ 24 por papel.
A SLCE3 está em alta de 3,22% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 0,17%.
Quem também se saiu bem foi a Minerva (BEEF3), que registrou ganhos de 2,74%, terminando o dia cotada a R$ 6,01. De forma geral, papéis de frigoríficos têm se beneficiado da valorização do dólar, já que contam com receitas associadas à moeda americana.
A BEEF3 está em alta de 2,74% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 19,54%.
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Raízen (RAIZ4) e LWSA (LWSA3).
As ações da Azul (AZUL4) registraram a principal baixa do Ibovespa hoje, terminando o pregão em queda de 7,91% a R$ 4,54. Os papéis da companhia aérea são pressionados pela valorização do dólar, já que a empresa tem boa parte de suas dívidas dolarizadas.
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A AZUL4 está em baixa de 7,91% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 71,64%.
Entre os destaques negativos do dia, também estiveram as ações da Raízen (RAIZ4), que cederam 4,55% a R$ 2,52. Em comunicado enviado na sexta-feira (29), junto com a Cosan (CSAN3), a companhia informou a renúncia de Ricardo Mussa dos conselhos de administração das empresas. Em decorrência da vacância do cargo, os conselheiros decidiram aprovar a eleição de Rodrigo Araujo Alves, com mandato até 28 de julho de 2025, em linha com os demais membros dos comitês.
A RAIZ4 está em baixa de 4,55% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 37%.
Outro papel que se saiu mal no Ibovespa hoje foi o da LWSA (LWSA3), antiga Locaweb, que recuou 4,28% a R$ 3,58. A empresa acumula uma queda acima de 16% desde que teve sua recomendação rebaixada a neutra pelo Citi, na semana passada.
A LWSA3 está em baixa de 4,28% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 39,42%.
*Com Estadão Conteúdo
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