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Ibovespa hoje: índice atinge o menor patamar do ano com mau humor em NY

Hypera (HYPE3) está na ponta negativa; o índice colhe perdas em oito das últimas dez sessões

Ibovespa hoje: índice atinge o menor patamar do ano com mau humor em NY
Fachada da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Werther Santana/Estadão
  • O índice renovou pela segunda sessão consecutiva o menor nível de fechamento do ano, após perder o patamar de 123 mil pontos
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram LWSA (LWSA3), Lojas Renner (LREN3) e MRV (MRVE3)
  • Já as três maiores quedas foram Hypera (HYPE3), Yduqs (YDUQ3) e Azul (AZUL4)

O Ibovespa hoje renovou pela segunda sessão consecutiva o menor nível de fechamento do ano. Após perder o patamar de 123 mil pontos e atingir mínima a 122.457,54 pontos, o índice terminou o pregão em baixa de 0,87%, aos 122.707,28 pontos.

Esse foi o patamar mais baixo observado no histórico de encerramento desde 13 de novembro de 2023, então aos 120.410,17 pontos.

Por trás da queda, está o movimento negativo das Bolsas de Nova York, após a divulgação do “livro bege” dos Estados Unidos – uma espécie de resumo do cenário macroeconômico do país. O documento indicou que a atividade econômica no país continuou a se expandir do início do abril a meados de maio.

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“A informação de que a expansão da economia continua forte faz com que, cada vez mais, a possibilidade de apenas um corte ou até mesmo nenhum corte na taxa de juros americana em 2024 ganhe força. Mas não acredito que esse dado tenha trazido qualquer tipo de surpresa para o mercado”, destaca Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.

Em Wall Street, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq recuaram 0,74%, 1,06% e 0,58%, respectivamente. O cenário foi de aversão a riscos e as ações seguiram pressionadas pelas perspectivas de juros mais altos por mais tempo por parte do Federal Reserve (Fed). Nesta semana, investidores aguardam ainda a divulgação do índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) na sexta-feira (31), a medida preferida das autoridades para a inflação.

Já no cenário doméstico, as ações da Vale (VALE3), de maior peso para a composição do Ibovespa, sofreram em mais uma sessão e encerraram em queda de 1,02% a R$ 63,24, refletindo a baixa de 1,11% do minério de ferro na Bolsa de Dalian na China. No acumulado da semana, os papéis da mineradora registram uma desvalorização de 2,97%.

Nesta quarta-feira, as ações da empresa ignoraram inclusive o anúncio de que a BHP não vai fazer uma oferta maior para comprar a Anglo American. A desistência pelo ativo é considerada positiva para a Vale, pois o mercado temia que uma possível fusão aumentaria a competição no setor de mineração.

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4), por sua vez, oscilaram ao longo do pregão e terminaram mistas. Enquanto os papéis preferenciais (PETR4) recuaram 0,13% a R$37,75, os ordinários (PETR3) avançaram 0,23% a R$ 39,47. Na véspera, os ativos da petroleira ficaram entre as maiores altas do dia, após a entrevista coletiva de Magda Chambriard como CEO da estatal.

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Entre os principais destaques desta quarta-feira, estiveram as ações de varejistas de vestuário, que operaram majoritariamente em alta na Bolsa brasileira. Os papéis da Lojas Renner (LREN3) terminaram em alta de 1,21% a R$ 13,36, enquanto C&A (CEAB3) e Marisa (AMAR3), que operam fora do Ibovespa, registraram ganhos de 5,25% e 3,41%, respectivamente.

O bom humor veio após a Câmara dos Deputados aprovar a taxação de 20% sobre as compras internacionais de até US$ 50. A medida atende os pedidos das varejistas que classificam a concorrência com os sites estrangeiros como desleal. Saiba mais sobre os efeitos da decisão nesta matéria.

Outro destaque do noticiário do dia foi o comunicado de que a Alaska Investimentos passou a deter 5,14% das ações do Magazine Luiza (MGLU3). A gestora é uma velha conhecida da varejista, já que chegou a adquirir em dezembro de 2015 cerca de 12% dos ativos da varejista por R$ 20 milhões.

Nos corredores da Magalu, o aumento da posição da Alaska foi recebido com euforia, como um voto de confiança de uma gestora que teve papel de protagonismo nos anos de ouro que a companhia viveu na Bolsa em 2016. Mais detalhes sobre o anúncio podem ser conferidos aqui.

O anúncio, no entanto, não respingou tanto nos papéis da empresa, que fecharam em queda de 1,71% a R$ 12,08 no pregão, pressionados pelo avanço dos juros futuros.

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Com o desempenho do dia, que antecedeu o feriado de Corpus Christi no Brasil, o Ibovespa colhe perdas em oito das últimas dez sessões, no intervalo que corresponde à segunda quinzena de maio. Agora falta apenas a sessão de sexta-feira para o fechamento do mês. Confira abaixo as maiores altas e baixas desta quarta:

Maiores altas

As três ações que mais valorizaram no dia foram LWSA (LWSA3), Lojas Renner (LREN3) e MRV (MRVE3).

LWSA (LWSA3): +3,39%, R$ 4,27

As ações da LWSA (LWSA3), antiga Locaweb, registraram a principal alta do dia e terminaram a sessão em valorização de 3,39% a R$ 4,27. Ao Broadcast, Julia Monteiro, analista da MyCap, afirmou que o movimento pode representar um ajuste no preço. “Como a ação foi muito afetada pela alta da taxa de juros, ficou muito descontada”, disse.

A LWSA3 está em baixa de 7,17% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 28,95%.

Lojas Renner (LREN3): +1,21%, R$ 13,36

Quem também se saiu bem foram os papéis da Lojas Renner (LREN3), que encerraram o pregão em alta de 1,21% a R$ 13,36. Os ativos foram impulsionados pela aprovação da Câmara dos Deputados da taxação de 20% sobre as compras internacionais de até US$ 50. Embora a medida ainda precise da avaliação do Senado, os analistas de mercado avaliam que a proposta pode dar fôlego para as ações do segmento de vestuário.

A LREN3 está em baixa de 12,85% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 22,69%.

MRV (MRVE3): +1%, R$ 7,04

Entre as maiores altas do dia, estiveram ainda as ações da MRV (MRVE3), que fecharam em valorização de 1% cotadas a R$ 7,04. Os ativos estenderam o movimento da véspera, quando haviam liderado os ganhos do Ibovespa após subirem 2,2% a R$ 6,97.

A MRVE3 está em baixa de 5,07% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 37,31%.

Maiores baixas

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Hypera (HYPE3), Yduqs (YDUQ3) e Azul (AZUL4).

Hypera (HYPE3): -6,02%, R$ 28,1

Os papéis da Hypera (HYPE3) lideraram as perdas do Ibovespa na sessão, encerrando o dia em queda de 6,02% a R$ 28,1. Os ativos, mais sensíveis aos ciclos econômicos, foram prejudicados pela forte abertura da curva de juros e pelo menor apetite por risco.

A HYPE3 está em baixa de 4,55% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 20,37%.

Yduqs (YDUQ3): -3,75%, R$ 12,58

Entre os destaques negativos da sessão, também estiveram as ações da Yduqs (YDUQ3), que fecharam em baixa de 3,75% a R$ 12,58. Sem nenhuma notícia específica sobre a empresa nesta quarta, os papéis sofreram com o avanço dos juros futuros.

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A YDUQ3 está em baixa de 13,78% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 42,87%.

Azul (AZUL4): -3,63%, R$ 9,28

Quem também sofreu foram as ações da Azul (AZUL4), que terminaram o pregão em baixa de 3,63% a R$ 9,28. No entanto, nenhum gatilho específico em relação à companhia aérea foi monitorado pelos investidores no dia.

A AZUL4 está em baixa de 4,82% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 42,04%.

*Com Estadão Conteúdo

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