

O Ibovespa hoje fechou em queda, em movimento de correção após três semanas em alta. Nesta segunda-feira (24), a principal referência da B3 encerrou a sessão em baixa de 0,77% aos 131.321,44 pontos, depois de oscilar entre máxima a 132.424,43 pontos e mínima a 130.991,87 pontos. O volume negociado foi de R$ 18,5 bilhões.
Entre as ações de maior peso para a carteira do Ibovespa, os papéis da Vale (VALE3) terminaram o dia em desvalorização de 0,52%, contrariando o movimento do minério de ferro, que subiu 2,44% na Bolsa de Cingapura e 2,43% na Bolsa chinesa de Dalian. Os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4) também recuaram: enquanto os ordinários (PETR3) cederam 0,25%, os preferenciais (PETR4) caíram 0,14%, mesmo após os contratos futuros de petróleo fecharem o dia em alta.
Na agenda doméstica, o mercado acompanhou pela manhã a divulgação do Boletim Focus. A mediana do relatório para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 caiu pela segunda semana seguida, de 5,66% para 5,65%. Já a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano passou de 1,99% para 1,98%, enquanto a estimativa para o dólar foi de R$ 5,98 para R$ 5,95.
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Apesar dos números do Focus terem sido considerados positivos pelo mercado, Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me Banco, comenta que falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acabaram reduzindo o otimismo dos investidores. Durante a participação em seminário realizado hoje pelo Valor Econômico, Haddad disse que os parâmetros do arcabouço fiscal podem ser alterados quando houver maior estabilidade da dívida, inflação e juros. Ele defendeu, porém, que a arquitetura do arcabouço não seja alterada.
Posteriormente, no X (antigo Twitter), o ministro voltou a defender o mecanismo. “Estão tentando distorcer o que falei agora em um evento do Valor. Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, disse que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”, ressaltou.
Para Louzada, o sentimento negativo dos investidores foi reduzido com essa declaração. “O mercado estressou com o receio de alguma mudança no arcabouço e mais gastos, mas depois diminuiu o estresse após nova declaração de Haddad, em que ele esclareceu que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem. Ele indicou, no entanto, que segue defendendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”, explica.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 1,76%, 1,42% e 2,27%, respectivamente. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que pode conceder “várias pausas em tarifas para diversos países”, mas adiantou que anunciará sobretaxas adicionais nos próximos dias, que devem atingir setores como automóveis, madeira e chips, além de penalizar países que mantiverem negócios com a Venezuela.
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Por aqui, os investidores agora aguardam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve ser divulgada na terça-feira (25). “O texto não deve trazer muitas novidades em relação ao comunicado divulgado na semana passada. No documento, acredito que o Comitê irá reforçar a preocupação com o cenário externo relacionado à política comercial e decisão de juros por lá, além das incertezas no cenário doméstico com a inflação acima da meta e o mercado de trabalho aquecido”, afirma Louzada.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Brava Energia (BRAV3), CVC (CVCB3) e Usiminas (USIM5).
Brava Energia (BRAV3): 10,19%, R$ 21,3
As ações da Brava Energia (BRAV3) encerraram o dia com ganhos de 10,19% a R$ 21,3, liderando as altas do Ibovespa hoje. Os papéis ampliaram o movimento de valorização observado na sexta-feira (21), quando já haviam saltado 5,57%.
A BRAV3 está em alta de 18,27% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -9,44%.
CVC (CVCB3): 7,07%, R$ 2,12
Quem também se saiu bem foi a CVC (CVCB3), que subiu 7,07% a R$ 2,12. Por trás do salto dos ativos, estão as expectativas em torno do balanço financeiro da companhia referente ao quarto trimestre do ano passado, que deve ser divulgado na quarta-feira (26) após o fechamento de mercado.
A CVCB3 está em alta de 22,54% no mês. No ano, acumula uma valorização de 53,62%.
Usiminas (USIM5): 1,38%, R$ 5,87
Os papéis da Usiminas (USIM5) completam a lista de destaques positivos, tendo avançado 1,38% a R$ 5,87, em dia de ganhos para o minério de ferro no exterior.
A USIM5 está em alta de 2,8% no mês. No ano, acumula uma valorização de 10,34%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), Hapvida (HAPV3) e Rumo (RAIL3).
Embraer (EMBR3): -4,7%, R$ 71,25
As ações da Embraer (EMBR3) lideraram as perdas do Ibovespa hoje, recuando 4,7% a R$ 71,25. O movimento é de realização de lucros, já que os papéis ainda acumulam ganhos de 113,64% nos últimos 12 meses.
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A EMBR3 está em alta de 2,19% no mês. No ano, acumula uma valorização de 26,8%.
Hapvida (HAPV3): -4,15%, R$ 2,08
Os papéis da Hapvida (HAPV3) também se saíram mal e recuaram 4,15% a R$ 2,08, penalizados pela alta dos juros futuros.
A HAPV3 está em baixa de 1,42% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 6,73%.
Rumo (RAIL3): -3,94%, R$ 17,08
Quem também sofreu com a pressão dos juros foram os papéis da Rumo (RAIL3), que cederam 3,94% a R$ 17,08 no Ibovespa hoje.
A RAIL3 está em alta de 0,89% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 4,26%.
*Com Estadão Conteúdo