Em publicação na Truth Social no início da tarde, o presidente dos EUA, Donald Trump, já havia dito que considerava um “aumento massivo de tarifas sobre produtos chineses enviados aos Estados Unidos”. Ele acrescentou que outras medidas de retaliação também estariam sendo avaliadas, como uma resposta ao ato “hostil” de Pequim de restringir exportações de elementos estratégicos, como os minerais terras raras, muito utilizados na indústria de tecnologia.
“Algumas coisas muito estranhas estão acontecendo na China. Eles estão se tornando muito hostis e enviando cartas para países em todo o mundo, informando que querem impor controles de exportação”, destacou.
Trump mencionou ainda que deveria se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, em duas semanas, na Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), na Coreia do Sul, mas afirmou “não haver motivo para tal” diante da nova postura de Pequim.
Com as declarações, os principais índices de Nova York fecharam em queda. S&P 500, Dow Jones e Nasdaq cederam 2,71%, 1,9% e 3,56%, respectivamente. com o Vix – termômetro do medo em Wall Street – saltando mais de 30%. “Vimos um movimento de aversão ao risco generalizado na economia global, o que levou a uma desvalorização do dólar frente às principais moedas, favorecendo euro, iene e metais preciosos”, afirma André Valério, economista sênior do Inter.
No mercado doméstico de câmbio, por outro lado, a moeda americana subiu 2,39% a R$ 5,5037, maior valor de fechamento desde 5 de agosto, com investidores apreensivos quanto ao ambiente fiscal. Nesta reportagem, o Estadão mostrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara um “pacote de bondades” com impacto de mais de R$ 100 bilhões em 2026, ano eleitoral, considerando medidas do Orçamento da União e estímulo a financiamentos.
Na B3, o dia foi negativo para as ações da Petrobras (PETR3;PETR4): as ordinárias (PETR3) recuaram 0,75% e as preferenciais (PETR4) cederam 0,89%, acompanhando a forte queda dos contratos futuros de petróleo, com a confirmação de Israel de que o acordo de cessar-fogo em Gaza entrou em vigor. “A Petrobras costuma seguir bem os preços do petróleo Brent, então por isso essa queda dos papéis hoje”, explica Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos.
A Vale (VALE3), ação de maior peso para o Ibovespa, também recuou e fechou em queda de 0,41%, na mínima do dia, mesmo após o minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian, na China, registrar alta de 1,02% no contrato futuro para entrega em janeiro de 2026.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Engie (EGIE3), Minerva (BEEF3) e Suzano (SUZB3).
Engie (EGIE3): 1,45%, R$ 40,45
As ações da Engie (EGIE3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje e subiram 1,45% a R$ 40,45. Mais cedo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, que a Sabesp (SBSP3) forme consórcio com seis subsidiárias da Engie Brasil Energias Complementares Participações para exploração de usina eólica localizada em Florianópolis, em Santa Catarina.
A EGIE3 está em baixa de 0,61% no mês. No ano, acumula uma valorização de 19,08%.
Minerva (BEEF3): 1,08%, R$ 6,53
Quem também se saiu bem foi a Minerva (BEEF3), que passou por uma valorização de 1,08% e terminou o dia cotada a R$ 6,53.
A BEEF3 está em baixa de 3,26% no mês. No ano, acumula uma valorização de 58,5%.
Suzano (SUZB3): 1,05%, R$ 48,19
Outro destaque positivo foi a Suzano (SUZB3). Os papéis da empresa tiveram alta de 1,05% a R$ 48,19, com a valorização do dólar.
A SUZB3 está em baixa de 3,43% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 22%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram CSN (CSNA3), Hapvida (HAPV3) e Braskem (BRKM5).
CSN (CSNA3): -6,06%, R$ 7,91
As ações da CSN (CSNA3) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje e derreteram 6,06% a R$ 7,91.
A CSNA3 está em alta de 0,13% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 10,72%.
Hapvida (HAPV3): -6,02%, R$ 33,71
Outro destaque negativo foi a Hapvida (HAPV3), que tombou 6,02% a R$ 33,71.
A HAPV3 está em baixa de 5,97% no mês. No ano, acumula uma valorização de 0,78%.
Braskem (BRKM5): -3,83%, R$ 6,27
Completando as baixas do Ibovespa hoje, a Braskem (BRKM5) caiu 3,83% a R$ 6,27, após o Citi rebaixar a recomendação dos papéis de compra/alto risco para neutro/alto risco, além de cortar o preço-alvo de R$ 11 para R$ 8 por ação. Veja os detalhes aqui.
A BRKM5 está em baixa de 4,57% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 45,85%.
*Com Estadão Conteúdo