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Ibovespa hoje: índice releva falas de Lula e fecha em alta no pós-Copom

O índice fechou em alta de 0,15%, aos 120.445,91 pontos, mas ações sensíveis a juros altos foram penalizadas

Ibovespa hoje: índice releva falas de Lula e fecha em alta no pós-Copom
(Foto: Daniel Teixeira/Estadão)
  • O Ibovespa hoje perdeu força ao longo da sessão, mas conseguiu encerrar em valorização de 0,15%, aos 120.445,91 pontos
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram Petrorecôncavo (RECV3), Usiminas (USIM5) e São Martinho (SMTO3)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram MRV (MRVE3), Azul (AZUL4) e Magazine Luiza (MGLU3)

O Ibovespa hoje fechou no positivo, com volume negociado de R$ 21,1 bilhões, enquanto investidores digeriram a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom). Nesta quinta-feira (20), a principal referência da B3 chegou a perder força ao longo da sessão, mas conseguiu encerrar em valorização de 0,15%, aos 120.445,91 pontos.

O dólar, por sua vez, até chegou a ensaiar uma queda pela manhã, porém ganhou força à tarde no mercado doméstico, em sintonia com o fortalecimento da moeda americana no exterior e o avanço das taxas dos Treasuries (títulos públicos americanos). Ao final do pregão, a divisa fechou em alta de 0,37% a R$ 5,4619 – maior valor de encerramento desde 22 de julho de 2022, então a R$ 5,4988.

O destaque do dia foi a repercussão da reunião do Copom, que optou por manter a Selic em 10,5% ao ano, em decisão unânime. Em seu comunicado, o Comitê justificou a decisão com base no ambiente externo ainda adverso, em função da incerteza elevada sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos. Além disso, no cenário doméstico, houve uma deterioração das expectativas de inflação, especialmente para 2025.

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Para Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, o grande destaque da decisão do Copom foi a unanimidade dos votos de seus integrantes. “Existia uma certa dúvida principalmente em torno de como votariam os membros do Copom. Na minha opinião, a unanimidade trouxe um certo alívio em alguns vencimentos de juros futuros”, afirma

No entanto, um impulso maior do Ibovespa nesta quinta-feira foi contido por falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contrárias à decisão de juros. Em entrevista à Rádio Verdinha, do Ceará, Lula disse que, com o atual patamar da Selic, “quem está perdendo é o Brasil, é o povo brasileiro”. O líder petista afirmou ainda que a decisão foi de “investir no sistema financeiro e nos especuladores que ganham com os juros”, enquanto o governo quer “investir na produção”.

Durante a entrevista, o presidente também voltou a criticar a distribuição de dividendos para acionistas da Petrobras (PETR3;PETR4). O chefe do Executivo disse ter ficado “meio nervoso” ao saber sobre o pagamento de R$ 45 bilhões de proventos para acionistas minoritários da estatal. “O trabalhador ganha uma miséria de participação nos lucros no final do ano e tem que pagar Imposto de Renda (IR) e, neste País, quem ganha dividendos não paga IR”, acrescentou.

As falas de Lula, no entanto, não impediram os ganhos dos papéis da petroleira. Enquanto as ações preferenciais (PETR4) encerraram em alta de 1,59% a R$ 36,50, as ordinárias (PETR3) terminaram o dia em valorização de 2,02% a R$ 38,40. Os ativos foram impulsionados pelo avanço dos contratos futuros de petróleo, que fecharam em alta apoiados pela redução nos estoques da commodity nos Estados Unidos ao longo da última semana.

Em Nova York, os principais índices acionários fecharam mistos. O Dow Jones subiu 0,77% com o suporte de ações ligadas a commodities, enquanto Nasdaq e S&P 500 recuaram 0,79% e 0,25%, respectivamente, após renovarem recordes históricos nas últimas sessões.

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Entre as baixas do dia estiveram papéis ligados à Inteligência Artificial, com destaque para a Nvidia (NVDA), que caiu 3,54%. O movimento ocorre após uma forte valorização das empresas desse segmento na última semana, com o retorno dos mercados após o feriado nos Estados Unidos marcando uma correção para essas companhias.

Maiores altas

As três ações que mais valorizaram no dia foram Petrorecôncavo (RECV3), Usiminas (USIM5) e São Martinho (SMTO3).

Petrorecôncavo (RECV3): +4,85%, R$ 18,8

As ações da Petrorecôncavo (RECV3) lideraram as altas do pregão e encerraram em valorização de 4,85% a R$ 18,8, com giro de R$ 83,90 milhões, o maior volume financeiro na média dos últimos cinco anos. A alta da cotação do petróleo apoiou os ganhos dos papéis nesta quinta-feira.

A RECV3 está em baixa de 3,74% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 7,84%.

Usiminas (USIM5): +3,68%, R$ 7,61

Entre os destaques positivos do dia, estiveram também as ações da Usiminas (USIM5), que fecharam em alta de 3,68% a R$ 7,61, apoiando-se na valorização do dólar. “Estamos vendo uma migração no mercado para papéis de empresas que têm receita dolarizada, como mineradoras e siderúrgicas”, explicou Artur Horta, operador de mesa, da GTF Capital, ao Broadcast.

A USIM5 está em alta de 0,53% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 15,26%.

São Martinho (SMTO3): +3,53%, R$ 32,88

Na lista de principais ganhos do dia, figuraram ainda as ações da São Martinho (SMTO3), que terminaram a sessão em valorização de 3,53% a R$ 32,88. O movimento refletiu uma troca de posição dentro do mesmo setor, segundo informou a analista da MyCap, Julia Monteiro, ao Broadcast.

O balanço da safra 2023/24 da concorrente Jalles Machado (JALL3), divulgado mais cedo, veio abaixo do esperado pelo mercado. “Com esses resultados, investidores podem estar fazendo uma mudança estratégica de posicionamento no setor”, disse.

A SMTO3 está em alta de 21,15% no mês. No ano, acumula uma valorização de 12,18%.

Maiores quedas

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram MRV (MRVE3), Azul (AZUL4) e Magazine Luiza (MGLU3).

MRV (MRVE3): -4,23%, R$ 6,57

As ações da MRV (MRVE3) lideraram as perdas do Ibovespa e encerraram em baixa de 4,23% a R$ 6,57. Sem notícias relevantes sobre a empresa no radar, o movimento foi impulsionado pelo avanço dos juros futuros na sessão, que tende a penalizar companhias do setor de construção.

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A MRVE3 está em baixa de 5,06% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 41,5%.

Azul (AZUL4): -4,09%, R$ 7,73

Outro destaque negativo foi a Azul (AZUL4), que ficou entre as maiores baixas do Ibovespa pelo terceiro pregão consecutivo e fechou em queda de 4,09% a R$ 7,73. Pressionados pela alta do dólar e dos contratos futuros de petróleo, os papéis da companhia aérea chegaram a atingir a menor cotação desde março de 2023.

A AZUL4 está em baixa de 18,37% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 51,72%.

Magazine Luiza (MGLU3): -3,7%, R$ 10,67

Quem também sofreu foram as ações do Magazine Luiza (MGLU3), que fecharam o pregão em queda de 3,7% a R$ 10,67. Ao Broadcast, Caroline Sanchez, analista de investimentos da Levante, explicou que o Magalu passa por um movimento de ajuste por ser uma empresa que depende fortemente de crédito e que tende a ser penalizada por juros altos, à medida em que a taxa Selic deve ficar em dois dígitos por mais tempo.

A MGLU3 está em baixa de 13,88% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 50,3%.

*Com Estadão Conteúdo

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