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O Ibovespa hoje amargou uma queda de 0,99% no pregão, terminando o dia aos 126.589,84 pontos. Diante do recuo do minério de ferro e do petróleo, ações de grande peso para o índice foram penalizadas, o que contribuiu para o desempenho negativo da Bolsa brasileira. Nesta terça-feira (23), a principal referência da B3 oscilou entre máxima a 127.859,63 pontos e mínima a 126.530,02 pontos, com volume negociado de R$ 19,1 bilhões. Apenas cinco ações encerram a sessão no azul.
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Os juros futuros subiram na sessão, refletindo ainda o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas divulgado na segunda-feira (22) pelo governo. O documento trouxe uma piora na previsão de déficit para 2024. Agora, a estimativa é de que as contas públicas vão fechar no vermelho em R$ 28,8 bilhões – no piso da banda (intervalo de tolerância), já que o centro da meta é déficit zero.
“Isso vem causando estresse no mercado, que começa a colocar no preço que o governo não deve conseguir bater a meta, mesmo no limite inferior da banda, se não anunciar mais cortes de gastos”, afirma Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
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O dólar também subiu nesta terça-feira e terminou o dia em alta de alta de 0,29% cotado a R$ 5,5863. Para Fernandes, o impacto da queda das commodities acaba fortalecendo a moeda americana contra divisas de países que são fortes exportadores. “As commodities contribuem com uma fatia alta na balança comercial desses países. Ou seja, quanto mais baixo o preço das commodities, pior a balança comercial desses países, causando assim uma aversão a risco por parte dos investidores em se expor a eles”, explica.
O desempenho negativo das commodities afetou a Bolsa brasileira, já que ações de grande peso para o Ibovespa são ligadas a essas mercadorias primárias. Após os contratos futuros de petróleo caírem pelo terceiro pregão consecutivo e fecharem em baixa de quase 2% nesta terça-feira, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram. Os papéis ordinários (PETR3) terminaram o dia em baixa de 1,41%, enquanto os preferenciais (PETR4) cederam 1,29%.
Outra commodity que se saiu mal foi o minério de ferro, que fechou em desvalorização tanto na China quanto em Cingapura. Com isso, as ações do setor de mineração e siderurgia ficaram entre as maiores baixas do Ibovespa. A Vale (VALE3), que tem o maior peso para a composição do índice, terminou o pregão em queda de 1,34% a R$ 60,23.
Em Nova York, os principais índices acionários também encarraram o dia no campo negativo. Dow Jones recuou 0,14%, enquanto S&P 500 e Nasdaq tiveram perdas de 0,16% e 0,06%, respectivamente. Após a reviravolta nas eleições americanas com a desistência de Joe Biden à reeleição, o foco se voltou para a temporada de balanços corporativos. Depois de divulgarem seus resultados, as ações do Spotify (SPOT) e da Coca-Cola (KO) subiram, enquanto General Motors (GM) e UPS (UPS) derreteram.
As três ações que mais valorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), Pão de Açúcar (PCAR3) e Sabesp (SBSP3).
As ações da Embraer (EMBR3) lideraram os ganhos do Ibovespa nesta terça-feira e encerraram o pregão em alta de 8,47% a R$ 41,87. Com o movimento, a empresa se recuperou das perdas registradas na segunda-feira (22), quando terminou a sessão em baixa de 7,03% a R$ 38,6.
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Em relatório, o BTG Pactual avaliou que os papéis da companhia são negociados a um múltiplo de 7,5 vezes o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) previsto para 2025, valor abaixo de seus principais pares da indústria, o que a casa considera “injustificado”.
“O bom desempenho na sessão também refletiu as perspectivas do mercado em relação à empresa, principalmente em função da feira que está acontecendo na Inglaterra sobre o setor aéreo, a Farnborough International Airshow”, complementa Fernandes, da A7 Capital.
A EMBR3 está em alta de 15,82% no mês. No ano, acumula uma valorização de 87%.
Outro destaque positivo da sessão foi o Pão de Açúcar (PCAR3), que fechou em alta de 3,2% a R$ 2,9. Sem notícias específicas no radar dos investidores, a empresa conseguiu recuperar parte das perdas da véspera, quando registrou a segunda maior baixa do Ibovespa.
A PCAR3 está em alta de 7,41% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 28,57%.
Quem também se saiu bem no dia foram as ações da Sabesp (SBSP3), que terminaram o pregão em valorização de 1,89%, sendo negociadas a R$ 88,64. Investidores monitoraram a cerimônia para a conclusão do processo de privatização da companhia na sede da B3. Durante o evento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que, com a privatização, a ação tem o potencial de ir para R$ 120.
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A SBSP3 está em alta de 18,23% no mês. No ano, acumula uma valorização de 19,38%.
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram CSN (CSNA3), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e CSN Mineração (CMIN3).
As ações da CSN (CSNA3) registraram a principal queda do Ibovespa na sessão, fechando o pregão em baixa de 5,05% cotadas a R$ 12,04. O movimento foi influenciado pelo desempenho negativo do minério de ferro. Na China, a commodity encerrou em baixa de 3,43%. Já em Cingapura, cedeu 2,44%.
A CSNA3 está em baixa de 6,74% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 35,44%.
Outra ação penalizada pela queda da commodity foi a Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que encerrou em baixa de 5,03%, sendo negociada a R$ 10,57.
A GOAU4 está em baixa de 0,75% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 0,56%.
Entre as maiores baixas do Ibovespa hoje, estiveram ainda os papéis da CSN Mineração (CMIN3), também abalados pela forte desvalorização do minério. As ações da companhia estavam cotadas a R$ 4,95 ao final do pregão, em desvalorização de 4,99%.
A CMIN3 está em baixa de 4,62% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 33,91%.
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*Com Estadão Conteúdo
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