A reavaliação, segundo a Moody’s, reflete uma redução dos riscos de crédito positivos diante de uma deterioração acentuada na capacidade de pagamento da dívida. A notícia frustrou as expectativas do governo que surgiram em outubro do ano passado, quando a agência havia elevado a nota do Brasil e deixado o País a um passo do grau de investimento, o que equivale ao selo de “bom pagador”.
No cenário doméstico, investidores também reagiram a mais uma edição do Boletim Focus. A mediana do relatório para a inflação brasileira em 2025 caiu de 5,50% para 5,46%. Agora, está menos de 1 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Já a projeção para a Selic no fim deste ano continuou em 14,75% pela quarta semana consecutiva.
No pregão, as preocupações com as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e ruídos domésticos em relação ao fiscal colaboraram para a alta dos juros futuros. “Com isso, empresas do setor de consumo caíram, como Ambev (ABEV3), Natura (NTCO3) e Petz (PETZ3), assim como bancos”, diz Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,41%, 0,08% e 0,67%, respectivamente, mesmo diante do aumento de incertezas com a guerra comercial. Na última sexta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que aumentará as tarifas do aço em 25%, totalizando uma taxa de 50%, como forma de proteger a indústria siderúrgica dos EUA.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em queda de 0,77% a R$ 5,6757. Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, explica que o real se valorizou acompanhando mais um dia de enfraquecimento global da moeda americana, com o índice DXY, que mede o dólar contra seis pares fortes, operando abaixo dos 99 pontos, em meio ao aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
“A retomada do discurso protecionista por parte do governo norte-americano, com ameaças de elevação de tarifas sobre aço e alumínio, reflete uma sessão marcada pela aversão ao risco dos investidores direcionada principalmente aos rendimentos dos títulos do tesouro americanos e à fraqueza do dólar”, afirma.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Gerdau (GGBR4) e CVC (CVCB3).
Metalúrgica Gerdau (GOAU4): 5,14%, R$ 8,79
As ações da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) lideraram os ganhos do Ibovespa hoje, subindo 5,14% a R$ 8,79. Os papéis foram beneficiados pelas falas de Trump sobre o aumento das tarifas de aço.
A GOAU4 está em alta de 5,14% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -12,97%.
Gerdau (GGBR4): 5,05%, R$ 16,02
Quem também se saiu bem foi a Gerdau (GGBR4), que saltou 5,05% a R$ 16,02. Como a empresa tem operações nos Estados Unidos, pode se favorecer com as novas medidas de Trump sobre o aço.
A GGBR4 está em alta de 5,05% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -10,45%.
CVC (CVCB3): 4,22%, R$ 2,47
Outro destaque positivo foi a CVC (CVCB3), que registrou alta de 4,22% a R$ 2,47.
A CVCB3 está em alta de 4,22% no mês. No ano, acumula uma valorização de 78,99%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram São Martinho (SMTO3), Braskem (BRKM5) e RD Saúde (RADL3).
São Martinho (SMTO3): -4,82%, R$ 20,14
Os papéis da São Martinho (SMTO3) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje, recuando 4,82% a R$ 20,14. Segundo Correia, da Dom Investimentos, os ativos foram pressionados pela queda do dólar na sessão.
A SMTO3 está em baixa de 4,82% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 13,41%.
Braskem (BRKM5): -4,36%, R$ 10,53
Entre as principais baixas, estiveram as ações da Braskem (BRKM5), que cederam 4,36% a R$ 10,53.
A BRKM5 está em baixa de 4,36% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 9,07%.
RD Saúde (RADL3): -3,23%, R$ 14,37
Completando as principais quedas do Ibovespa hoje, figuraram ainda as ações da RD Saúde (RADL3), que tombaram 3,23% a R$ 14,37.
A RADL3 está em baixa de 3,23% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 34,29%.
*Com Estadão Conteúdo