Para Matheus Amaral, especialista em renda variável do Inter, o IBOV reagiu mais ao risco de deterioração nas relações entre os Poderes Executivo e Legislativo do que aos impactos reais do aumento do IOF nas companhias. “O maior risco eram os impactos no crédito referente ao risco sacado para os bancos e o aumento do custo do crédito para as empresas que utilizam desse crédito, caso o IOF fosse mantido para esses casos, o que não foi”, afirma.
Dentro do Ibovespa, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) fecharam em queda, mesmo com a alta dos contratos futuros de petróleo. Os papéis ordinários (PETR3) recuaram 0,7% e os preferenciais (PETR4) cederam 1,01%. Já os ativos da Vale (VALE3) encerraram em baixa de 0,18%, na direção oposta do minério de ferro, que subiu 1,81% na Bolsa chinesa de Dalian.
Fora do Ibovespa, o destaque negativo ficou com os papéis da Gol (GOLL54), que tombaram 42,21%, após a baixa adesão dos investidores minoritários à subscrição das ações da empresa. Segundo o documento, a totalidade dos recursos recebidos no exercício do direito de preferência será entregue à Gol Investment Brasil, que subscreveu 100% das ações ordinárias e aproximadamente 99,24% das ações preferenciais disponíveis para subscrição.
“A queda das ações da Gol ocorreu devido ao fracasso na última tentativa de aumento de capital, que tinha como objetivo transferir parte do controle da empresa para os credores, mas contou com baixa adesão dos investidores minoritários, especialmente pessoas físicas”, afirma Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital. “Com isso, o controle permaneceu concentrado no grupo controlador”, diz.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,54%, 0,52%, 0,74%, respectivamente. O balanço da fabricante taiwanesa de chips TSMC (TSM) impulsionou outras empresas do setor. Como resultado, preocupações com as disputas tarifárias e com a possibilidade de demissão do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ficaram em segundo plano.
O dólar hoje fechou em queda de 0,26% cotado a R$ 5,5472. “A virada da moeda americana para o campo negativo na sessão não teve um gatilho específico, mas refletiu o aumento do apetite por risco, com melhora no desempenho das Bolsas de Nova York e desaceleração da alta do dólar frente a outras moedas globais”, destaca Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram GPA (PCAR3), Weg (WEGE3) e Prio (PRIO3).
GPA (PCAR3): 6,52%, R$ 3,76
As ações do GPA (PCAR3) voltaram a saltar na sessão, liderando os ganhos do Ibovespa hoje, ao dispararem 6,52% a R$ 3,76. Na véspera, os papéis da empresa já haviam subido 10,66%.
A PCAR3 está em alta de 22,08% no mês. No ano, acumula uma valorização de 47,45%.
Weg (WEGE3): 2,36%, R$ 42,09
Quem também se saiu bem foi a Weg (WEGE3), que avançou 2,36% a R$ 42,09. A empresa divulgará seu balanço do segundo trimestre na próxima quarta-feira (23), antes da abertura do mercado.
A WEGE3 está em baixa de 1,61% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 19,46%.
Prio (PRIO3): 2,15%, R$ 43,3
Outro destaque positivo foi a Prio (PRIO3), que subiu 2,15% a R$ 43,3. De acordo com a XP, o Ibama emitiu um parecer técnico recomendando a aprovação da Licença Prévia (LP) para o projeto Wahoo da PRIO. “Esta é a etapa final antes da concessão da licença. Com base em nossa própria experiência, acreditamos que a licença LP em si provavelmente será concedida em breve”, diz a corretora.
A PRIO3 está em alta de 2,12% no mês. No ano, acumula uma valorização de 7,85%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Hypera (HYPE3), Ultrapar (UGPA3) e Vibra (VBBR3).
Hypera (HYPE3): -4,43%, R$ 26,73
As ações da Hypera (HYPE3) lideraram as perdas do Ibovespa hoje e recuaram 4,43% a R$ 26,73.
A HYPE3 está em baixa de 1,69% no mês. No ano, acumula uma valorização de 51,02%.
Ultrapar (UGPA3): -2,25%, R$ 16,09
Na lista de principais baixas, estiveram também os papéis da Ultrapar (UGPA3), que caíram 2,25% cotados a R$ 16,09.
A UGPA3 está em baixa de 8,27% no mês. No ano, acumula uma valorização de 4,28%.
Vibra (VBBR3): -2,22%, R$ 21,11
Outro papel que se saiu mal no Ibovespa hoje foi a Vibra (VBBR3), que cedeu 2,22% a R$ 21,11, com rumores de que a Petrobras (PETR3;PETR4) considera um retorno às vendas de combustível no varejo depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a CEO da empresa, Magda Chambriard, reclamaram dos altos preços nas bombas.
A VBBR3 está em baixa de 2,54% no mês. No ano, acumula uma valorização de 23,52%.
*Com Estadão Conteúdo