O Ibovespa opera atento a uma quinta-feira carregada de indicadores, com dados de varejo no Brasil, números de seguro-desemprego e balança comercial nos EUA, além de discurso de dirigentes do Fed e leilão de Treasuries. Veja a agenda completa e o que pode mexer com os mercados. (Imagem: Adobe Stock)
O último pregão terminou com alta em Wall Street após o Federal Reserve, banco central dos EUA, cortar os juros em 25 pontos-base e encerrar 2025 com a terceira redução consecutiva. A taxa passou para a faixa entre 3,50% e 3,75% ao ano, movimento já esperado pelo mercado e que deixou os investidores focados no tom do comunicado e nas dissensões internas do comitê. Após a decisão do Fed, o Dow Jones avançou 1,05%, o S&P 500 subiu 0,67% e o Nasdaq ganhou 0,33%. Entre os destaques corporativos, Cracker Barrel subiu 3,52% após divulgar lucro ajustado acima das projeções, enquanto GameStop recuou 4,28%. Palantir avançou 3,34% após fechar contrato de US$ 448 milhões com a Marinha dos EUA, e Nvidia voltou a cair em meio a novas sinalizações sobre exportações de chips para a China.
No Brasil, o Ibovespa acompanhou o bom humor global e encerrou a quarta-feira em alta, apoiado por commodities e pelo alívio no exterior após a decisão do Fed. As ações de grandes exportadoras ajudaram a sustentar o índice, enquanto bancos exibiram movimentos mais cautelosos antes do anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom). O fluxo estrangeiro também contribuiu para segurar o índice acima de suportes técnicos importantes, reforçando o tom positivo da sessão.
O Copom decidiu manter a Selic em 15% ao ano. A decisão veio em linha com a comunicação mais dura adotada recentemente pelo Banco Central, diante de pressões inflacionárias persistentes e de um ambiente externo volátil. O mercado passou a revisar apostas para 2026, recalibrando prêmios na curva de juros futura ao longo do pregão.
No câmbio, o índice DXY caiu 0,43%, a 98,786 pontos, acompanhando a leitura de que o Fed pode desacelerar o ritmo de cortes adiante. O movimento também refletiu apostas renovadas de alívio monetário em 2026. Na manhã do dia 10, a prata tocou novo recorde diante da combinação entre expectativas de juros mais baixos e preocupações com oferta global restrita do metal.
Nesta quinta-feira (11), o pregão será guiado por uma bateria de indicadores internacionais e dados relevantes para a economia brasileira. No exterior, a agenda começa cedo, às 6h, com discurso de Kroszner, dirigente do Fed, e com o Relatório Mensal da IEA. Às 7h, ocorre o encontro do Eurogrupo, seguido, às 9h, pela divulgação do Relatório Mensal da OPEP. Nos Estados Unidos, o mercado acompanha às 10h30 dados de pedidos iniciais e contínuos de seguro-desemprego, além dos números de exportações, importações e da balança comercial de setembro. Às 14h, está previsto o leilão do Treasury de 30 anos, e às 18h30, o Federal Reserve publica seu balanço patrimonial semanal.
No Brasil, o dado mais esperado do dia é o desempenho do varejo, com divulgação às 9h das vendas anuais e mensais de outubro. Os números podem ajudar a balizar expectativas sobre atividade, renda e crédito no encerramento de 2025. Com uma agenda carregada e investidores digerindo a decisão do Fed, o pregão desta quinta tende a ser de ajustes finos, especialmente no câmbio e nos juros futuros. A seguir, confira a agenda do dia.