- O Ibovespa hoje terminou o dia em valorização de 0,42%, aos 137.343,96 pontos, após oscilar entre máxima a 137.469,27 pontos e mínima a 135.746,40 pontos
- As três ações que mais valorizaram no dia foram Marfrig (MRFG3), Cemig (CMIG4) e Petrobras (PETR3)
- As três ações que mais desvalorizaram no dia foram São Martinho (SMTO3), Lojas Renner (LREN3) e Usiminas (USIM5)
O Ibovespa hoje quebrou mais um recorde histórico de fechamento, impulsionado pela indicação de Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do Banco Central (BC), à presidência da instituição. Após começar esta quarta-feira (28) no campo negativo, o índice conseguiu se recuperar ao longo da tarde, alcançando máxima a 137.469,27 pontos, para posteriormente encerrar em alta de 0,42%, aos 137.343,96 pontos. O giro financeiro da sessão foi de R$ 19,8 bilhões.
Leia também
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta tarde a indicação de Galípolo à presidência do BC. Segundo ele, Luiz Inácio Lula da Silva encaminhará o nome ao Senado, responsável por sabatiná-lo. O ministro também informou que, agora, o governo começa a trabalhar nas indicações para os três outros diretores que precisam ser escalados para a instituição.
Galípolo é um dos homens de confiança do ministro de Haddad e foi indicado por ele, ainda em dezembro de 2022, para assumir a secretaria-executiva da pasta – o cargo “número 2” do Ministério da Fazenda. O economista tem passagens pela Secretaria Estadual de Economia e Planejamento, no governo de José Serra (PSDB), mas já era próximo ao PT havia mais de 10 anos, quando colaborou, em 2010, na construção do plano de governo do ex-ministro Aloizio Mercadante.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Na visão de Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, o período em que Galípolo integrou o Comitê de Política Monetária (Copom) ajudou a consolidar sua credibilidade no mercado, reduzindo significativamente as preocupações que antes cercavam seu nome. “Seus discursos e atitudes têm sido muito semelhantes aos dos outros membros do Copom, incluindo aqueles indicados pelo governo anterior, o que evidencia a prevalência do critério técnico nas decisões de política monetária entre os indicados pelo novo governo”, afirma.
Já Felipe Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, acredita que será interessante ver o discurso do governo diante da possibilidade de uma nova alta da taxa de juros sob a presidência de um indicado pelo próprio Lula. “Ironicamente, Galípolo deve assumir no momento em que o desajuste fiscal do governo deve levar os juros à retomada de uma trajetória de alta, já que o consenso de mercado aponta para uma Selic de 12% ao final de 2025”, reforça. Nesta reportagem, mais nomes do mercado avaliam a indicação de Galípolo.
Outro fator que contribuiu para o bom humor da Bolsa brasileira no dia foi a valorização de ações de grande peso para o Ibovespa, como Itaú (ITUB4) e Petrobras (PETR3;PETR4). Enquanto os papéis do banco subiram 2,16%, os ativos ordinários da petroleira (PETR3) avançaram 2,27% e os preferenciais (PETR4), 1,43%. Já as ações da Vale (VALE3) cederam 0,72%, corrigindo parte dos ganhos observados na véspera, quando subiram mais de 3%, com o anúncio de Gustavo Pimenta como novo CEO da mineradora.
A notícia sobre a indicação de Galípolo ao BC e o movimento positivo de ações de grande peso fizeram o Ibovespa ignorar a pressão do câmbio na sessão, assim como o desempenho negativo das Bolsas de Nova York. A moeda americana terminou o dia em em alta de 0,96%, cotado a R$ 5,5555.
Já os principais índices americanos recuaram com os investidores se preparando para o aguardado balanço da Nvidia (NVDA). O S&P 500 caiu 0,6%, enquanto o Nasdaq recuou 1,12% e o Dow Jones teve perdas de 0,39%. A maioria dos setores terminou em baixa, com o setor de tecnologia liderando as perdas, marcado por uma queda de 1,8% nas ações da Nvidia, à medida que os traders especulavam sobre uma possível oscilação de 10% no preço das ações após os resultados trimestrais.
Publicidade
Os investidores agora aguardam a divulgação de mais dados econômicos e debatem o tamanho do afrouxamento monetário do Federal Reserve (Fed) em setembro. Na quinta-feira (29), serão divulgados os números do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. Já na sexta-feira (30), é a vez do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de julho, medida preferida do Fed.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Marfrig (MRFG3), Cemig (CMIG4) e Petrobras (PETR3).
Marfrig (MRFG3): 2,6%, R$ 14,99
As ações da Marfrig (MRFG3) registraram a principal alta do Ibovespa no pregão, finalizando o dia em valorização de 2,6% a R$ 14,99. Conforme apurou o Broadcast, embora tenha cerca de três meses para concluir a análise sobre a venda de ativos da empresa para a Minerva (BEEF3), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se movimenta para julgar o caso até o fim de setembro.
A MRFG3 está em alta de 32,54% no mês. No ano, acumula uma valorização de 54,54%.
Cemig (CMIG4): 2,3%, R$ 11,55
Quem também se saiu bem foi a Cemig (CMIG4), que avançou 2,3% a R$ 11,55. “Com o avanço dos juros futuros e uma agenda esvaziada, investidores optam por se posicionar em ações mais resilientes e com receitas recorrentes”, explicou o diretor de renda variável da Fami Capital, Gustavo Bertotti, ao Broadcast.
A CMIG4 está em alta de 10,95% no mês. No ano, acumula uma valorização de 39,83%.
Petrobras On (PETR3): 2,27%, R$ 43,29
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) figuraram entre os principais destaques positivos do Ibovespa, fechando a sessão em alta de 2,27% a R$ 43,29. Os ativos destoraram do movimento do petróleo, que encerrou em queda pelo terceiro pregão consecutivo nesta quarta-feira, devolvendo os ganhos conquistados na segunda-feira (26), depois que a Líbia anunciou uma paralisação da produção e exportação do óleo em meio a conflitos políticos.
A PETR3 está em alta de 9,26% no mês. No ano, acumula uma valorização de 24,58%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram São Martinho (SMTO3), Lojas Renner (LREN3) e Usiminas (USIM5).
São Martinho (SMTO3): -4,06%, R$ 28,15
As ações da São Martinho (SMTO3) voltaram a liderar as perdas do Ibovespa, fechando a sessão em baixa de 4,06% a R$ 28,15. Na véspera, a empresa informou que, entre quinta-feira (22) e domingo (25), aproximadamente 20 mil hectares de cana-de-açúcar da sua produção foram atingidos pelos incêndios generalizados no interior de São Paulo.
Com isso, a companhia estima uma redução de 110 mil toneladas de açúcar, que será compensada por um aumento proporcional na produção de etanol. Em relatório, o Citi manteve a classificação “neutra” para os papéis da empresa, mas reduziu o preço-alvo de R$ 34,00 para R$ 33,00, “para refletir o cenário atual e o impacto dos incêndios no negócio”.
Publicidade
A SMTO3 está em baixa de 3,13% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 1,37%.
Lojas Renner (LREN3): -3,76%, R$ 17,66
Entre as principais baixas do dia, também estiveram as ações da Lojas Renner (LREN3), que recuaram 3,76% a R$ 17,66, sem notícias específicas sobre a empresa no radar dos investidores.
A LREN3 está em alta de 33,18% no mês. No ano, acumula uma valorização de 3,27%.
Usiminas (USIM5): -3,41%, R$ 6,24
Quem também se saiu mal no Ibovespa hoje foi a Usiminas (USIM5), que cedeu 3,41% a R$ 6,24. O movimento ocorreu após o contrato mais negociado do minério de ferro no mercado futuro na Bolsa de Cingapura, para entrega em setembro de 2024, fechar em queda de 0,79%, aos US$ 100,80.
A USIM5 está em alta de 0,32% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 30,51%.
*Com Estadão Conteúdo
