

O Ibovespa hoje fechou em alta, em dia de agenda cheia, com investidores monitorando dados de inflação no Brasil e no exterior. A principal referência da B3 encerrou esta quarta-feira (12) com ganho de 0,29% aos 123.863,50 pontos, depois de oscilar entre máxima a 124.048,45 pontos e mínima a 122.969,29 pontos. O giro financeiro foi de R$ 36,1 bilhões.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 1,31% em fevereiro, após aumento de 0,16% em janeiro. Esse foi o resultado mais elevado desde março de 2022, quando havia subido 1,62%. O indicador ficou 0,01 ponto porcentual abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava aceleração a 1,32%. O intervalo das expectativas, todas de alta, ia de 1,23% a 1,46%.
Para André Valério, economista sênior do Inter, o resultado do IPCA refletiu a dinâmica já observada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de fevereiro, que é de inflação ainda demandando cautela, mas apresentando sinais de melhora. “De toda forma, não vemos o resultado de hoje alterando o rumo da política monetária nos próximos meses, em particular a decisão da semana que vem, que deverá resultar na alta de 1 ponto percentual já prometida desde dezembro”, afirma.
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Já o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,2% em fevereiro ante janeiro. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam alta mensal de 0,3%. “A alta de apenas 0,2% em fevereiro traz um alívio, sinalizando que os preços estão subindo de forma moderada”, diz Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital.
O analista pondera, no entanto, que, com o resultado nos últimos 12 meses, o Federal Reserve (Fed) ainda está distante de alcançar a meta de 2% para a inflação. “Isso indica que, apesar da leve melhora, os preços continuam pressionando o custo de vida das famílias. Além disso, as tarifas comerciais impostas pelo governo americano podem continuar a elevar os custos de diversos produtos, o que poderia manter a inflação elevada por mais tempo”, destaca.
Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq subiram 0,49% e 1,22%, respectivamente, enquanto Dow Jones caiu 0,2%. Além dos dados que mostraram desaceleração da inflação em fevereiro nos EUA, o mercado continuou monitorando as implicações da “guerra tarifária”.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em queda de 0,05% a R$ 5,8088. Lá fora, o índice DXY, que compara a moeda americana com seis divisas fortes, avançava 0,27% aos 103,572 pontos ao final da tarde.
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Na Bolsa brasileira, entre as ações de maior peso para a carteira do Ibovespa, o dia foi majoritariamente negativo. Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) terminaram sem direção única: enquanto os ordinários (PETR3) avançaram 0,36%, os preferenciais (PETR4) encerraram mistos, em dia de ganhos na casa de 2% para o petróleo em Londres e Nova York. Destaque também para o recuo de
1,25% em Vale (VALE3).
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram RD Saúde (RADL3), Minerva (BEEF3) e Cogna (COGN3).
RD Saúde (RADL3): 5,03%, R$ 18,58
As ações da RD Saúde (RADL3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, encerrando em valorização de 5,03% a R$ 18,58, sem notícias específicas sobre a empresa no radar.
A RADL3 está em alta de 6,9% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 15,55%.
Minerva (BEEF3): 4,26%, R$ 4,9
Outro destaque positivo foi a Minerva (BEEF3), que subiu 4,26% a R$ 4,9. “As maiores altas e quedas do Ibovespa no dia de hoje não estão relacionadas a uma questão específica dos ativos reforçando a aleatoriedade do mercado neste momento de incerteza”, afirma Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.
A BEEF3 está em alta de 10,86% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 3,73%.
Cogna (COGN3): 4,24%, R$ 1,72
Quem também se saiu bem foi a Cogna (COGN3), que avançou 4,24% a R$ 1,72. O Morgan Stanley revisou os preços para os papéis e mudou a recomendação da companhia de neutro para compra. O preço-alvo do ativo subiu de R$ 1,70 para R$ 2.
A COGN3 está em alta de 13,16% no mês. No ano, acumula uma valorização de 57,8%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azzas 2154 (AZZA3), Braskem (BRKM5) e Automob (AMOB3).
Azzas 2154 (AZZA3): -13,39%, R$ 22,89
As ações da Azzas 2154 (AZZA3) sofreram a principal queda do Ibovespa, terminando o dia com perdas de 13,39% a R$ 22,89. A empresa registrou lucro líquido de R$ 168,9 milhões no quarto trimestre de 2024, o que representa uma queda de 35,8% em um ano.
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A AZZA3 está em baixa de 11,96% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 22,62%.
Braskem (BRKM5): -4,02%, R$ 10,26
Outro destaque negativo foi a Braskem (BRKM5), que cedeu 4,02% a R$ 10,26, sem notícias específicas sobre a companhia no radar dos investidores.
A BRKM5 está em baixa de 6,47% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 11,4%.
Automob (AMOB3): -3,85%, R$ 0,25
As ações da Automob (AMOB3) foram outras que se saíram mal no Ibovespa hoje, terminando a sessão em baixa de 3,85% a R$ 0,25. Os papéis classificados como penny stocks (ativos cotados a menos de R$ 1) tendem a sofrer grandes oscilações no pregão.
A AMOB3 está estável no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 26,47%.
*Com Estadão Conteúdo
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