O mercado de trabalho brasileiro criou 166.621 novos empregos formais em junho, segundo dados do Caged divulgados nesta tarde pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Em maio, o saldo havia sido positivo em 153.184 vagas, já incorporando os ajustes na série. O resultado ficou abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que apontava para um saldo positivo de 175 mil novas vagas. Todas as estimativas do mercado eram positivas, de 144 mil a 218.284.
Outro destaque do noticiário doméstico foi o Boletim Focus. A mediana do relatório para a inflação brasileira em 2025 caiu de 5,09% para 5,07%, a décima baixa seguida. A taxa está 0,57 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Já a projeção para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15% pela sexta semana consecutiva, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido os juros neste nível na sua mais recente reunião.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 1,47%, 1,34%, 1,95%, respectivamente. A alta ocorre diante da percepção de que o Fed pode ficar mais inclinado a reduzir os juros, após o fraco relatório de empregos (payroll) dos EUA e o aviso de renúncia de Adriana Kugler da diretoria do Fed na sexta-feira (1º).
A economia do país criou 73 mil empregos em julho, em termos líquidos, segundo relatório publicado pelo Departamento do Trabalho. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam geração de 0 a 170 mil vagas, com mediana de 101 mil.
“O mercado americano mostra uma desaceleração, o que dá motivos para uma queda de juros próxima por lá. Com isso, o dólar também cai, assim como os juros futuros”, afirma Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos. “O Caged trouxe um número de criação de vagas mais fraco que o previsto, mostrando desaceleração, o que contribui também para a queda dos juros futuros aqui”, acrescenta.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em queda de 0,71% cotado a R$ 5,5063, em meio à fraqueza global da moeda, com o índice DXY, que compara a divisa com seis pares fortes, recuando 0,36%, a 98,784 pontos.
“O movimento de hoje é sustentado pelo maior apetite por risco no exterior, pela valorização do minério de ferro e pelas expectativas de que o Fed possa iniciar um ciclo de cortes de juros já em setembro”, avalia Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. Esse fatores vem sustentando alguma recuperação da moeda brasileira, embora a indefinição sobre o diálogo entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos para tratar das tarifas de 50% ainda limite ganhos adicionais.”
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram RD Saúde (RADL3), Hapvida (HAPV3) e Vivara (VIVA3).
RD Saúde (RADL3): 8,54%, R$ 14,87
As ações da RD Saúde (RADL3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, subindo 8,54% a R$ 14,87. Os papéis foram impulsionados pela expectativa de melhores resultados projetados pelo Citi e pelo JPMorgan, enquanto o Itaú BBA prevê incremento de margens para a companhia com a chegada de versões genéricas do Ozempic no segundo semestre de 2026
A RADL3 está em alta de 10,39% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 31,69%.
Hapvida (HAPV3): 3,95%, R$ 33,95
Quem também se saiu bem foi a Hapvida (HAPV3), que avançou 3,95% a R$ 33,95.
A HAPV3 está em alta de 2,66% no mês. No ano, acumula uma valorização de 1,49%.
Vivara (VIVA3): 3,54%, R$ 26,63
Outro destaque positivo foi a Vivara (VIVA3). As ações da empresa fecharam em alta de 3,54% a R$ 26,63.
A VIVA3 está em alta de 4,76% no mês. No ano, acumula uma valorização de 43,02%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram BRF (BRFS3), GPA (PCAR3) e Yduqs (YDUQ3).
BRF (BRFS3): -3,4%, R$ 19,63
Os papéis da BRF (BRFS3) tiveram a pior performance do Ibovespa hoje e cederam 3,4% a R$ 19,63. Está prevista para terça-feira (5) a assembleia geral extraordinária que votará a incorporação da BRF pela Marfrig (MRFG3). A fusão já recebeu aval da maioria dos acionistas que participaram da votação antecipada.
No entanto, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Gustavo Augusto Freitas de Lima, determinou a reclassificação da análise de rito sumário para ordinário, devido à complexidade da operação e potenciais riscos à concorrência no mercado de carne bovina in natura. As empresas pedem que o órgão reconsidere a decisão.
A BRFS3 está em baixa de 2,09% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 22,59%.
GPA (PCAR3): -2,87%, R$ 3,39
Outro destaque negativo foi o GPA (PCAR3), que caiu 2,87% a R$ 3,39. A empresa divulga seus resultados do segundo trimestre na terça-feira (5) após o fechamento dos mercados.
A PCAR3 está em baixa de 3,69% no mês. No ano, acumula uma valorização de 32,94%.
Yduqs (YDUQ3): -2,54%, R$ 12,68
Quem também se saiu mal no Ibovespa hoje foi a Yduqs (YDUQ3), que cedeu 2,54% a R$ 12,68.
A YDUQ3 está em baixa de 2,01% no mês. No ano, acumula uma valorização de 54,26%.
*Com Estadão Conteúdo