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Ibovespa hoje: só 8 ações fecham em alta, enquanto Azul (AZUL4) derrete com risco de crise

Índice passou por realização de lucros nesta quinta-feira (29), após renovar máxima histórica na véspera

Ibovespa hoje: só 8 ações fecham em alta, enquanto Azul (AZUL4) derrete com risco de crise
Fachada da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Werther Santana/Estadão
  • O Ibovespa hoje terminou o pregão em queda de 0,95%, aos 136.041,35 pontos, após oscilar entre máxima a 137.370,36 pontos e mínima a 135.857,81 pontos, com volume negociado de R$ 20,7 bilhões
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e CSN Mineração (CMIN3)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Eztec (EZTC3) e Pão de Açúcar (PCAR3)

O Ibovespa hoje enfrentou um movimento de realização de lucros, após atingir o seu recorde histórico de fechamento na véspera, com a indicação de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central (BC). Em meio à pressão do câmbio e da curva de juros doméstico, a principal referência da B3 terminou o pregão em queda de 0,95%, aos 136.041,35 pontos, após oscilar entre máxima a 137.370,36 pontos e mínima a 135.857,81 pontos, com volume negociado de R$ 20,7 bilhões. Apenas oito ações da carteira do índice encerraram em alta.

Na semana, o Ibovespa ainda regista ganhos de 0,32%. Já em agosto, valorização acumulada é de 6,57%, faltando apenas a sessão de sexta-feira (30) para o fim do mês. No ano, a referência sobe 1,38%.

Na agenda doméstica de dados, os investidores acompanharam a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que variou 1,58% em julho frente a junho, sexto resultado positivo seguido nesse indicador. O resultado intensificou preocupações sobre a inflação persistente e aumentou a perspectiva de uma política monetária mais rígida, incluindo possíveis aumentos na Selic. A cautela gerada provocou a queda de ações mais sensíveis a juros altos no Ibovespa, como as de varejistas.

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Na Bolsa brasileira, o grande destaque do noticiário envolveu a Azul (AZUL4). Os papéis da empresa desabaram mais de 20% depois de uma reportagem da Bloomberg sugerir que a aérea estaria avaliando opções que iriam desde uma oferta de ações até um pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos. A operação legal, equivalente ao processo de recuperação judicial no Brasil, é usada por empresas endividadas para levantar capital, reestruturar as finanças e fortalecer operações comerciais em longo prazo, enquanto continuam a operar normalmente.

À tarde, a Azul divulgou comunicado em que informa ter desenvolvido um novo plano estratégico para melhorar a estrutura de capital e liquidez, em resposta aos desafios econômicos atuais. A empresa disse que a reportagem da Bloomberg foi “mal-interpretada” e ressaltou que está em negociações ativas com seus principais stakeholders (partes interessadas em um negócio) na direção de melhores resultados para todas as partes.

Em Nova York, as Bolsas de Valores fecharam sem direção única. Dow Jones subiu 0,59%, enquanto Nasdaq caiu 0,23% e S&P 500 encerrou estável. Investidores reagiram ao balanço do segundo trimestre da Nvidia (NVDA). A empresa alcançou um lucro líquido de US$ 16,6 bilhões no período, uma alta de 168% em comparação com o mesmo intervalo do ano anterior, e um crescimento de 12% em relação ao primeiro trimestre deste ano.

Mesmo com o resultado recorde, as ações da companhia caíram 6,38% no pregão. Apesar do desempenho sólido no segundo trimestre, os números ficaram abaixo das expectativas infladas dos investidores. “A volatilidade após os resultados é normal enquanto gestores e investidores calibram o sentimento em relação ao potencial futuro da companhia”, afirma Paula Zogbi, head de research e conteúdo da Nomad.

Outro destaque do dia foi a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) americano. O indicador cresceu ao ritmo anualizado de 3,0% no segundo trimestre de 2024, de acordo com a segunda leitura do dado, apresentada pelo Departamento de Comércio do país. O resultado superou a avaliação anterior, aliviando os temores de uma recessão nos Estados Unidos.

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No mercado doméstico de câmbio, o dólar fechou em alta de 1,22%, cotado a R$ 5,6231. “A moeda americana, ainda em uma faixa de indecisão, após alguns dias de queda forte em semanas anteriores, voltou ao patamar acima dos R$ 5,60”, ressalta Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.

As maiores altas do Ibovespa hoje

As três ações que mais valorizaram no dia foram Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e CSN Mineração (CMIN3).

Gerdau (GGBR4): 2,27%, R$ 18,47

As ações da Gerdau (GGBR4) registraram a principal alta do Ibovespa nesta quinta-feira, finalizando a sessão em alta de 2,27% a R$ 18,47.

O movimento positivo ocorreu após a empresa informar que sua controlada Gerdau Aços Longos levantou créditos tributários, depositados judicialmente, no montante de R$ 1,77 bilhão, em razão da decisão judicial que exclui o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da base de cálculo do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).

A GGBR4 está em alta de 1,88% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 4,3%.

Metalúrgica Gerdau (GOAU4): 1,84%, R$ 10,52

Entre os destaques positivos do dia, estiveram as ações da Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que encerraram em alta de 1,84% a R$ 10,52. Os papéis também foram beneficiados pela notícia de que a Gerdau Aços Longos levantou créditos tributários.

A GOAU4 está em baixa de 0,28% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 0,19%.

CSN Mineração (CMIN3): 1,62%, R$ 5,65

Para completar a lista de maiores altas do Ibovespa, figuraram os papéis da CSN Mineração (CMIN3), que fecharam em valorização de 1,62% a R$ 5,65. Os ativos acompanharam o desempenho do minério de ferro no exterior. O contrato mais negociado da commodity no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para janeiro de 2025, fechou em alta de 0,53%, cotado a 760 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 106,64. Já em Cingapura, o minério subiu 0,98%.

A CMIN3 está em alta de 10,35% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 24,57%.

As maiores quedas do Ibovespa hoje

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Eztec (EZTC3) e Pão de Açúcar (PCAR3).

Azul (AZUL4): -24,14%, R$ 5,5

As ações da Azul (AZUL4) registraram a principal queda do Ibovespa no pregão, finalizando o dia em baixa de 24,14% a R$ 5,5. Os investidores reagiram com cautela após uma notícia da Bloomberg sugerir que a empresa estaria avaliando opções que iriam desde uma oferta de ações até um pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos, por meio do Chapter 11 (equivalente ao processo de recuperação judicial no Brasil).

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A AZUL4 está em baixa de 31,25% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 65,65%.

Eztec (EZTC3): -4,85%, R$ 14,12

Outro destaque negativo do dia foi a Eztec (EZTC3), que recuou 4,85% a R$ 14,12. Ativos mais ligados à economia doméstica sofreram no pregão, em meio à alta dos juros futuros, em sintonia com o avanço dos rendimentos dos Treasuries (títulos públicos americanos).

A EZTC3 está em alta de 7,79% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 23,22%.

Pão de Açúcar (PCAR3): -4,56%, R$ 3,14

Quem também sofreu no Ibovespa hoje foi o Pão de Açúcar (PCAR3), que caiu 4,56% a R$ 3,14. Os papéis foram penalizados pela alta dos juros futuros. “Hoje, os ativos locais acompanham o exterior. Somado a isso, o dólar em alta também impacta negativamente os preços das ações”, afirmou o sócio e analista da Ajax Asset, Rafael Passos, ao Broadcast.

A PCAR3 está em alta de 18,49% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 22,66%.

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