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Ibovespa hoje registra maior queda diária desde junho e Azul (AZUL4) tem novo tombo

O destaque do dia foi o payroll, que levantou dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed)

Ibovespa hoje registra maior queda diária desde junho e Azul (AZUL4) tem novo tombo
O Ibovespa é o principal índice da B3. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
  • O Ibovespa hoje fechou em queda de 1,41% aos 134.572,45 pontos, depois de oscilar entre máxima a 136.653,00 pontos e mínima a 134.476,19 pontos
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram CSN Mineração (CMIN3), Braskem (BRKM5) e CSN (CSNA3)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), 3R Petroleum (RRRP3) e Pão de Açúcar (PCAR3)

O Ibovespa hoje foi contaminado pelo mau humor no exterior e terminou o dia no campo negativo, amargando perda de 1,05% na semana. A principal referência da B3 encerrou o pregão em queda de 1,41% aos 134.572,45 pontos, depois de oscilar entre máxima a 136.653,00 pontos e mínima a 134.476,19 pontos, com volume negociado de R$ 18 bilhões. Na sessão, o índice teve sua maior baixa diária desde 7 de junho, então de 1,73%.

O grande fator que movimentou o mercado no dia foi o payroll (relatório oficial de emprego dos Estados Unidos), dado mais aguardado da semana. O indicador mostrou a criação de 142 mil empregos em agosto, em termos líquidos. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam a geração de 125 mil a 205 mil vagas, com mediana de 165 mil. Já a taxa de desemprego caiu a 4,2% em agosto, ante 4,3% em julho, em linha com as previsões.

O salário médio por hora do americano, por sua vez, subiu 0,4% em agosto, acima da estimativa de alta de 3%. Os dados mistos, portanto, geraram dúvidas nos investidores em relação aos próximos passos do Federal Reserve (Fed). “De um lado, temos a certeza de que o ciclo de cortes na taxa de juros vai mesmo iniciar em setembro. De outro, aumentam as dúvidas sobre qual será o movimento inicial e as sinalizações para a extensão e profundidade do ciclo”, afirma Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

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O especialista afirma que os dirigentes do Fed não terão uma escolha óbvia para fazer.  Afinal, após um ano de manutenção da taxa em patamar alto, o natural seria iniciar o ciclo com um movimento menor, mas os dados fracos de atividade podem motivar uma largada mais intensa.

Com as dúvidas pairando no ar, as Bolsas de Nova York fecharam em queda. Nasdaq recuou 2,55%, já S&P 500 e Dow Jones sofreram perdas de 1,73% e 1,01%, respectivamente. Empresas de tecnologia de grande porte, como Amazon (AMZN), Alphabet (GOOGL) e Meta (META), sofreram perdas significativas de 3,65%, 4,02% e 3,21%, respectivamente. Enquanto fabricantes de chips, como Broadcom (AVGO) e Nvidia (NVDA), também registraram quedas acentuadas. A primeira recuou 10,36%, já a segunda cedeu 4,09%.

Na Bolsa brasileira, o dia foi negativo para empresas mais sensíveis à atividade econômica global, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4), que têm seus preços atrelados a commodities. As ações da mineradora encerraram em baixa de 1,25%, já os papéis ordinários (PETR3) da petroleira caíram 1,84% e os preferenciais (PETR4), 1,96%.

Para Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, o cenário de um provável aumento de juros no Brasil também contribui para o pessimismo. “A expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa Selic em 0,25 ponto percentual na próxima reunião, o que pode impactar negativamente as ações, especialmente aquelas mais expostas ao mercado interno e à demanda por crédito”, diz.

Para a próxima semana, o foco se volta para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que será um indicador-chave para a trajetória da inflação. Além disso, os mercados estarão atentos aos dados econômicos da China, incluindo indicadores de inflação, setor externo e atividade econômica. “A relevância desses dados cresce à medida que o risco de recessão permanece no radar, especialmente se o Fed adotar uma política monetária mais agressiva do que o esperado”, destaca Iarussi.

As maiores altas do Ibovespa hoje

As três ações que mais valorizaram no dia foram CSN Mineração (CMIN3), Braskem (BRKM5) e CSN (CSNA3).

CSN Mineração (CMIN3): 4,22%, R$ 6,18

As ações da CSN Mineração (CMIN3) lideraram os ganhos do Ibovespa, finalizando a sessão em alta de 4,22% a R$ 6,18. Ao Broadcast, João Gabriel Abdouni, analista da Levante Corp, explicou que uma das hipóteses para justificar esse movimento altista dos papéis pode ser uma montagem de posição relevante na empresa, visando uma virada na cotação do minério de ferro.

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A CMIN3 está em alta de 8,8% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -17,49%.

Braskem (BRKM5): 3%, R$ 18,9

As ações da Braskem (BRKM5) também se saíram bem nesta sexta-feira, encerrando o pregão em alta de 3% a R$ 18,9. Na véspera, os papéis caíram 2,29% diante da ação movida pela Defensoria Pública de Alagoas que propõe a revisão de 18 mil contratos com vítimas do desastre de Maceió.

Posteriormente, a companhia informou que não foi intimada nos autos da ação, mas avaliará e tomará as medidas pertinentes nos prazos legais aplicáveis.

A BRKM5 está em alta de 4,77% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -13,54%.

CSN (CSNA3): 0,61%, R$ 11,6

Entre as maiores altas do índice, também estiveram as ações da CSN (CSNA3), que fecharam a sessão em valorização de 0,61% a R$ 11,6. No exterior, o minério de ferrou fechou em alta de 1,3% em Cingapura, enquanto encerrou estável na Bolsa chinesa de Dalian.

A CSNA3 está em baixa de 2,19% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 37,8%.

As maiores quedas do Ibovespa hoje

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), 3R Petroleum (RRRP3) e Pão de Açúcar (PCAR3).

Azul (AZUL4): -6,33%, R$ 4,44

As ações da Azul (AZUL4) registraram a principal queda do Ibovespa hoje, após terminaram a sessão em baixa de 6,33% a R$ 4,44. Os papéis passaram a liderar as perdas do índice nos instantes finais do pregão, enquanto o mercado ainda monitora a situação financeira da companhia.

A AZUL4 está em baixa de 17,63% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 72,27%.

3R Petroleum (RRRP3): -5,57%, R$ 22,87

Outro destaque negativo foi a 3R Petroleum (RRRP3), que cedeu 5,57% a R$ 22,87. Os papéis acompanharam a desvalorização dos contratos futuros de petróleo no exterior, que encerraram em queda pelo quarto pregão consecutivo. O Brent registrou o menor nível desde dezembro de 2021 na mínima intraday, enquanto o WTI atingiu o menor patamar desde junho de 2023.

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A RRRP3 está em baixa de 13,27% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 11,94%.

Pão de Açúcar (PCAR3): -4,69%, R$ 3,05

Quem também se saiu mal no Ibovespa hoje foi o Pão de Açúcar (PCAR3), que recuou 4,69% a R$ 3,05, em dia negativo para ações ligados ao consumo doméstico, após as dúvidas levantadas pelo payroll americano.

A PCAR3 está em baixa de 2,56% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 24,88%.

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