O Ibovespa hoje fechou o pregão em queda, realizando parte da alta acumulada na quinta-feira (30), quando terminou o dia no maior patamar desde 11 de dezembro. Nesta sexta-feira (31), a principal referência da B3 recuou 0,61%, encerrando a sessão aos 126.134,94 pontos, depois de oscilar entre máxima a 127.531,99 pontos e mínima a 126.057,34 pontos. O volume negociado foi de R$ 21,6 bilhões.
O índice chegou a subir por boa parte do pregão, mas perdeu força após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmar que as tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá começarão a valer a partir de sábado (1º), assim como as tarifas de 10% para a China. Sobre taxações à União Europeia, reiterou que ainda não há nada definido. Depois do anúncio sobre a política tarifária, o Ibovespa passou a renovar sucessivas mínimas.
Na Bolsa brasileira, ações de grande peso e liquidez tiveram comportamentos divergentes. As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram: enquanto as ordinárias (PETR3) avançaram 0,68%, as preferenciais (PETR4) registraram alta de 0,80%. A estatal informou nesta tarde que vai reajustar o preço do diesel nas suas refinarias em R$ 0,22 a partir de sábado (1º), com o litro passando a custar R$ 3,72. O combustível estava sem reajuste há 401 dias, com uma defasagem de 17% em relação aos preços praticados no mercado internacional.
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Os papéis da Vale (VALE3), por outro lado, recuaram 1,56%, após dispararem 4% na véspera, com declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva favoráveis à mineradora. Os ativos da empresa operaram sem a referência do minério de ferro na China, onde os principais mercados seguiram fechados por conta do ano novo lunar.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 0,5%, 0,75% e 0,28%, respectivamente. A sessão contou com a leitura do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que avançou 0,3% em dezembro, na comparação com novembro, conforme a expectativa de analistas ouvidos pela FactSet.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em queda de 0,28%, a R$ 5,8366, completando o décimo pregão consecutivo de perdas. “Para a próxima semana, acredito que os holofotes seguem em Washington, com Trump e suas promessas protecionistas, e no Federal Reserve (Fed), que ainda não deixou claro quando pode voltar a cortar juros. No Brasil, o mercado deve reagir aos desdobramentos fiscais e à política monetária, com a Selic ainda no centro das atenções”, afirma Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Totvs (TOTS3), BTG Pactual (BPAC11) e Cogna (COGN3).
Totvs (TOTS3): 4,45%, R$ 34,06
As ações da Totvs (TOTS3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, finalizando o pregão com ganhos de 4,45% a R$ 34,06. Investidores precificaram uma possível aquisição da Linx, da Stone. A Genial Investimentos, que considera o negócio positivo, pondera que só “não fará sentido” se a transação ocorrer a um múltiplo acima do que a Totvs negocia atualmente.
A TOTS3 está em alta de 27,33% no mês. No ano, acumula uma valorização de 27,33%.
BTG Pactual (BPAC11): 1,62%, R$ 32,57
Outro destaque positivo foi o BTG Pactual (BPAC11), que subiu 1,62% a R$ 32,57, sem notícias específicas sobre a empresa no radar dos investidores.
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A BPAC11 está em alta de 20,32% no mês. No ano, acumula uma valorização de 20,32%.
Cogna (COGN3): 1,44%, R$ 1,41
Na lista de maiores altas do dia, também estiveram os papéis da Cogna (COGN3), que avançaram 1,44% a R$ 1,41, ampliando os ganhos da semana.
A COGN3 está em alta de 29,36% no mês. No ano, acumula uma valorização de 29,36%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Vibra (VBBR3), RD Saúde (RADL3) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4).
Vibra (VBBR3): -5,07%, R$ 16,86
As ações da Vibra (VBBR3) lideraram as perdas do Ibovespa hoje, registrando queda de 5,07% a R$ 16,86, após o Goldman Sachs rebaixar a recomendação do papel para neutro. A companhia deve sofrer com revisões para baixo nas estimativas para 2025, pois o banco considera que o consenso ainda não incorpora totalmente o efeito da alta da Selic e o impacto negativo nos balanços após a consolidação da recente aquisição da Comerc Energia.
A VBBR3 está em baixa de 5,49% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,49%.
RD Saúde (RADL3): -4,35%, R$ 21,09
Outro destaque negativo foi a RD Saúde (RADL3), que cedeu 4,35% a R$ 21,09, em movimento de realização depois das altas recentes. Na quarta-feira (29), o papel chegou a ficar entre os principais destaques positivos do Ibovespa.
A RADL3 está em baixa de 4,14% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 4,14%.
Metalúrgica Gerdau (GOAU4): -4,09%, R$ 9,62
Quem também se saiu mal foi a Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que recuou 4,09% a R$ 9,62, sem a referência do minério de ferro na China, por conta de um feriado no país asiático.
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A GOAU4 está em baixa de 6,15% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 6,15%.
*Com Estadão Conteúdo