

O Ibovespa hoje fechou em alta, em sintonia com as Bolsas de Nova York, após uma semana agitada devido aos desdobramentos do anúncio tarifário de Donald Trump. A principal referência da B3 encerrou esta sexta-feira (11) em valorização de 1,05% aos 127.682,4 pontos, depois de oscilar entre máxima a 128.385,96 pontos e mínima a 126.078,39 pontos. O volume negociado foi de R$ 22,5 bilhões.
A China anunciou hoje que vai elevar sua tarifa retaliatória sobre importações dos Estados Unidos de 84% para 125%. A nova taxa entra em vigor neste sábado (12). Pequim também sinalizou que não vai mais igualar eventuais novas elevações de tarifas pelos EUA, com o argumento de que as importações americanas não são mais comercializáveis nos níveis atuais.
Com as tensões entre as duas maiores economias do mundo no radar, o dólar se enfraqueceu globalmente nesta sexta-feira, com o índice DXY – que compara a moeda com seis pares fortes – recuando abaixo do nível de 100 pontos na sessão, menor patamar desde julho de 2023. No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje terminou o dia em queda de 0,47% a R$ 5,8708.
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“Dentro deste contexto de incertezas, observa-se um fluxo internacional direcionado principalmente às moedas de países desenvolvidos, como o euro e o iene, enquanto divisas emergentes recebem menor atenção dos investidores, limitando uma valorização mais significativa do real”, explica Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
Os papéis da Vale (VALE3) subiram 1,67% e ajudaram o índice. A Petrobras também apoiou a principal referência da B3: os ativos ordinários (PETR3) valorizaram 1,98% e os preferenciais (PETR4) avançaram 1,99%.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 1,81%, 1,56% e 2,06%, respectivamente, confirmando ganhos de 5,7%, 4,95% e 7,29% na semana, nesta ordem. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos caiu 0,4% em março ante fevereiro, segundo pesquisa divulgada hoje pelo Departamento do Trabalho do país. Analistas consultados pela FactSet projetavam alta mensal 0,2%.
Por aqui, o mercado acompanhou a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, que ficou em 0,56%. Esse foi o maior resultado para o mês desde 2023. ” Não vemos o dado alterando a condução da política monetária, com o Comitê de Política Monetária (Copom) já tendo antecipado mais uma alta na próxima reunião, em maio, apesar de não ter adiantado a magnitude da alta da Selic”, afirma André Valério, economista sênior do Inter, que enxerga atualmente o cenário externo como o principal fator de risco para decisões monetárias.
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Para a próxima semana, as atenções do mercado seguem ancoradas na evolução da guerra comercial. “Os investidores devem acompanhar com atenção qualquer sinal de negociação ou escalada entre Estados Unidos e China. No cenário local, o foco deve se voltar para os próximos dados de atividade e inflação, além de qualquer sinalização do governo em relação à política fiscal, que também tem gerado ruídos no câmbio e nas expectativas de juros. Acredito que a tendência é de continuidade da volatilidade e de seletividade por parte do mercado diante de um cenário ainda bastante incerto”, diz Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Vamos (VAMO3), SLC Agrícola (SLCE3) e Brava Energia (BRAV3).
Vamos (VAMO3): 12,73%, R$ 4,87
As ações da Vamos (VAMO3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje e dispararam 12,73% a R$ 4,87, com investidores mencionando que o Morgan Stanley reassumiu a cobertura do papel, com recomendação de compra. Em relatório, o banco diz acreditar que as iniciativas da administração para focar no aumento da utilização da frota apoiam ainda mais o crescimento dos lucros, enquanto a cisão das concessionárias reduz o risco da tese de investimento.
A VAMO3 está em alta de 10,93% no mês. No ano, acumula uma valorização de 2,53%.
SLC Agrícola (SLCE3): 6,01%, R$ 20,12
Entre os destaques positivos, também estiveram as ações da SLC Agrícola (SLCE3), que avançaram 6,01% a R$ 20,12. O Citi informou em relatório que espera que os papéis da empresa apresentem um bom desempenho nos próximos dias, em virtude das incertezas sobre tarifas de importação, que podem favorecer o agronegócio brasileiro.
A SLCE3 está em alta de 8,17% no mês. No ano, acumula uma valorização de 14,97%.
Brava Energia (BRAV3): 5,24%, R$ 17,26
Outra empresa que se saiu bem foi a Brava Energia (BRAV3), cujos papéis subiram 5,24% a R$ 17,26, recuperando-se de parte das perdas da véspera, quando tombaram 6,82%.
A BRAV3 está em baixa de 25,28% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 26,62%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram IRB (IRBR3), Natura (NTCO3) e CPFL (CPFE3).
IRB (IRBR3): -6,65%, R$ 44,63
As ações do IRB (IRBR3) sofreram a maior queda do Ibovespa hoje, tombando 6,65% a R$ 44,63. Em entrevista ao E-Investidor, Frederico Knapp, vice-presidente financeiro (CFO) da empresa, contou que o ressegurador deve anunciar a retomada de pagamentos de dividendos ao investidor a partir do balanço do quarto trimestre de 2025, divulgado no início de 2026.
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A IRBR3 está em baixa de 12,93% no mês. No ano, acumula uma valorização de 5,14%.
Natura (NTCO3): -1,16%, R$ 9,37
As ações da Natura (NTCO3) também se saíram mal e encerraram o pregão em baixa de 1,16% a R$ 9,37, sem notícias específicas sobre a empresa no radar dos investidores.
A NTCO3 está em baixa de 6,21% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 26,57%.
CPFL (CPFE3): -1,15%, R$ 37,71
Na lista de principais baixas do Ibovespa hoje, estiveram ainda as ações da CPFL (CPFE3), que derreteram 1,15% a R$ 37,71.
A CPFE3 está em alta de 0,03% no mês. No ano, acumula uma valorização de 19,37%.
*Com Estadão Conteúdo
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