- Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa acumulou em agosto uma perda de 2,48%, com a performance no ano agora negativa em 0,20%
(Reuters) – O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (31), acumulando o segundo mês consecutivo de perdas, com a percepção de aumento do risco fiscal e preocupações com a crise político-institucional no país prevalecendo sobre entradas líquidas de estrangeiros no mercado acionário brasileiro.
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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa acumulou em agosto uma perda de 2,48%, com a performance no ano agora negativa em 0,20%.
As maiores quedas no mês foram CSN ON, com declínio de 23,35%, Via ON, com recuo de 17,47%, e Ultrapar ON, com perda de 17,25%. Na outra ponta, os destaques foram Embraer ON, com alta de 25,98%, CPFL Energia, com ganho de 14,69% e Braskem PNA, com acréscimo de 14,27%.
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Números recentes um pouco melhores sobre as contas públicas agradaram, mas não foram suficientes para dissipar temores de medidas populistas por parte do governo federal, com a eleição presidencial no próximo ano no horizonte e pesquisas mostrando queda na popularidade da atual administração.
Em paralelo, a crise entre os Poderes continuou adicionando volatilidade em agosto, principalmente os ataques do presidente Jair Bolsonaro a ministros do Supremo Tribunal Federal, enquanto o Congresso Nacional não avançou nas últimas propostas do Executivo sobre a reforma tributária e a PEC dos Precatórios.
De pano de fundo desse ambiente hostil, agentes financeiros monitoram uma crise hídrica que ameaça uma pressão ainda maior na já elevada inflação no Brasil, bem como a retomada da atividade econômica. Incertezas sobre a política de combustíveis da Petrobras também ajudaram a minar os negócios.
Tal cenário ofuscou o saldo de capital externo positivo no segmento Bovespa de quase 6,6 bilhões de reais em agosto até o dia 27, após as saídas superarem as entradas em 8,25 bilhões de reais no mês anterior.
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No exterior, o Federal Reserve centralizou os holofotes neste mês ao sinalizar que deve começar a reduzir os estímulos neste ano, com a diminuição nas compras de ativos (tapering), embora tenha ressaltado que continuará a ser cauteloso em sua abordagem para não desencorajar a recuperação da economia.
O movimento das commodities também fez preço na bolsa paulista nas últimas semana, com a correção de baixa nos preços do minério de ferro, em meio a medidas mais restritivas para a produção de aço na China e perspectiva de aumento na oferta da matéria-prima, endossando forte declínio das ações da Vale.
Nesta terça-feira, o Ibovespa fechou em queda de 0,80%, a 118.781,03 pontos, afastando-se das mínimas do pregão, quando chegou a cair a 117.910,97 pontos.
O volume financeiro somou 38,57 bilhões de reais. Além dos ajustes tradicionais de encerramento de mês, o último pregão de agosto ainda teve de pano de fundo operações relacionadas ao rebalanceamento de índices MSCI, referências para os mercados acionários globais.
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Petrobras figurou entre as maiores quedas do dia, com perda de 3,92%, em meio a novos ruídos envolvendo os preços dos combustíveis do país após declarações de Bolsonaro. A apoiadores, ele disse: “Então, está saneada a Petrobras, a gente começa agora a trabalhar na questão do preço dos combustíveis.”
B3 e Itaú Unibanco PN ajudaram a atenuar a pressão negativa no Ibovespa, subindo 2,7% e 1,31%, respectivamente, nesta terça-feira.