O IFIX atingiu o seu menor patamar desde maio do ano passado, após encerrar as negociações de quinta-feira (5) com uma queda de 2%, aos 2963,07 pontos. A depreciação ampliou as perdas do índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados da B3 para 10,52% no acumulado do ano. O fraco desempenho acontece em meio à preocupação dos investidores com o risco fiscal do País.
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Na última semana, o mercado mostrou decepção com o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo. As medidas anunciadas pela equipe econômica não serão suficientes, na avaliação das corretoras e bancos de investimentos, para resolver o problema das contas públicas. “Assumimos que a maioria das cifras não atenderá a essas previsões, antecipando que, dos R$ 30,6 bilhões anunciados para 2025, os resultados provavelmente seriam reduzidos pela metade, na melhor das hipóteses”, informou o JP Morgan.
O banco também elevou a sua projeção da Selic em 2025 de 13% para 14,25% e projeta aumento de 100 pontos-base na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para os dias 10 e 11 de dezembro. O discurso de Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central (BC), também reforçou essa possibilidade. Em evento do Esfera Brasil, no último dia 28, Galípolo enfatizou que o BC estava comprometido com a meta de inflação de 3%, mesmo em um cenário de desancoragem das expectativas inflacionárias.
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As declarações podem sinalizar ao mercado que os juros no Brasil podem alcançar patamares ainda mais elevados nos próximos meses. “Quando a Selic sobe, os fundos imobiliários perdem a sua atratividade. Então, é natural que as pessoas migrem os seus aportes para renda fixa já que os títulos prefixados estão pagando muito (com prêmios de até 14%)”, diz Felipe Sant’ Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk. Atualmente, a Selic – taxa básica de juros – está no patamar de 11,25% ao ano.