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- Produção em abril no Brasil regrediu ao nível de 1957
- Fornecedores menores enfrentam graves dificuldades para seguir abertos
- Fiat estuda novo comportamento do consumidor e faz promoções para reduzir impacto nas vendas
O setor automobilístico foi um dos mais atingidos pela pandemia de coronavírus. No Brasil, a demanda por veículos deve cair até 40% este ano. Um cenário que fica mais dramático ao se olhar para a cadeia produtiva em torno das grandes montadoras.
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O presidente da Fiat Chrysler na América Latina, Antonio Filosa, deu um panorama sobre o impacto da crise no setor, em entrevista para a série “Economia na Quarentena”, do Estadão, na quinta-feira (21), e em outra para a Folha, no início de maio.
O E-Investidor selecionou as cinco principais visões sobre a crise, segundo Antonio Filosa:
A produção voltou ao patamar de 1957
“Tivemos, em abril, uma queda de 90%. Foi menor do que 2 mil unidades na indústria automobilística toda. Um dado tão baixo que te leva a 1957, quando a indústria automobilística no Brasil estava numa fase de implementação.”
Não adianta pedir ajuda à matriz na Europa
“É uma situação sem precedentes, porque empresas globais não têm como compensar o risco de um país com outra região do mundo. A famosa possibilidade de chamar a matriz, apresentar a situação e pedir ajuda é hoje muito mais difícil, para não dizer impossível.”
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“A crise pode se arrastar mais, por até um ano e meio. Por isso, esses programas comerciais foram colocados. A gente protege o caixa do consumidor que precisa comprar o carro. Ele pode ter o bem e pagar depois no ano novo.”
Os fornecedores entrarão em processo de falência
“Teremos fornecedores, sobretudo pequenos e médios, em processo de falência. Mais do que perder empregos, o que já é dramático, estamos falando de perder parte da cadeia. O final de maio já será um mês de grande problema; enxergo nenhuma ou pouquíssimas capazes de passar até junho.”
A antropologia vai ajudar a descobrir o novo consumidor
“Buscamos o novo indivíduo que sairá dessa crise, que também é existencial. Teremos duas retomadas: uma quando se reabrir a sociedade e depois quando tivermos uma vacina, que definitivamente resolverá os problemas desse período. Isso pode durar de dois a cinco anos. Na primeira retomada, haverá dois motores: de consumo ‘celebration’, das pessoas que não tiveram grandes problemas econômicos e que reprimiram consumos. Isso projeta um certo crescimento do setor premium. Por outro lado, haverá o medo da aglomeração e de usar meios coletivos de transporte. Todos os carros de entrada terão uma nova demanda. Mas a demanda como um todo vai cair”
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Veja na íntegra a entrevista de Antonio Filosa aos jornalistas Fernando Scheller e Mônica Scaramuzzo, no “Economia na Quarentena”, do Estadão.