O que este conteúdo fez por você?
- A desaceleração fez as comissões cobradas por estes bancos em transações de mercados de capitais caírem 74%, para 2,6 bilhões de dólares, segundo dados da Refinitiv
- Executivos de bancos de investimento esperam que as condições do mercado melhorem no segundo semestre
- Os EUA e Europa, que normalmente são responsáveis por cerca de 60% do mercado global de IPOs, tiveram participação de apenas 9% nas emissões do segundo semestre
Temores sobre recessão e impactos da guerra na Ucrânia minaram os mercados de capitais no segundo trimestre, pesando sobre as comissões cobradas por bancos de investimento em transações que incluem ofertas de ações. A desaceleração fez as comissões cobradas por bancos em transações de mercados de capitais caírem 74%, para US$ 2,6 bilhões, segundo a plataforma de dados do mercado financeiro Refinitiv. O desempenho marcou o pior trimestre para o setor no mundo em 13 anos.
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Ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) e outras operações de captação de recursos por empresas de capital aberto somaram US$ 94 bilhões entre o final de março e 21 de junho, 25% do total levantado durante o mesmo período do ano passado, em meio a forte queda em negócios nos Estados Unidos e Europa.
Executivos de bancos de investimento esperam que as condições do mercado melhorem no segundo semestre, diante de expectativa de IPOs da Porsche, da projetista de chips ARM e da empresa de produtos dermatológicos Galderma. Algumas operações de ofertas iniciais de ações acabaram sendo riscadas do mapa deste ano.
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“Em 2022, será materialmente impossível alcançar um nível próximo do volume de operações que foi feito no ano passado. Não há tempo”, disse o diretor de mercados de capitais para União Europeia do Bank of America, Jerome Renard.
Nesta quinta-feira (30), a fabricante italiana de eletrodos Industrie De Nora caiu 3,1% na estreia na bolsa de Milão. A negociação dos papéis marcou a primeira estreia de uma empresa relevante no mercado acionário italiano desde o início da guerra na Ucrânia.
O grupo suíço de engenharia e tecnologia ABB adiou na semana passada planos para o IPO de sua unidade de produtos para carregamento de baterias de veículos elétricos citando condições “desafiadoras” de mercado. Outras empresas norte-americanas também fizeram o mesmo, incluindo a rede social Reddit e a empresa de tecnologia para veículos autônomos da Intel, Mobileye.
O diretor de mercados de capitais para Américas do UBS, Brad Miller, afirmou que alguns candidatos a IPO adiaram suas operações para 2023 ou até que incertezas sobre inflação e juros se dissipem. Os EUA e Europa, que normalmente são responsáveis por cerca de 60% do mercado global de IPOs, tiveram participação de apenas 9% nas emissões do segundo semestre, despencando 96% em relação ao ano passado.
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As ofertas secundárias de ações recuaram 70% no trimestre sobre um ano antes e as ofertas de dívida conversível desabaram 85%, para 7 bilhões de euros.
“Este ano não foi ruim porque o que vimos sendo ofertado é o topo da cesta em termos de qualidade e também o fundo dela em termos de valor”, disse Luc Mouzon, diretor de mercados de capitais na gestora francesa de ativos Amundi, que investe em vendas de ações.
Ano passado marcou recorde para IPOs, mas foi doloroso para investidores que entraram nestas operações. Muitas das maiores transações de 2021 estão sendo negociadas bem abaixo do preço de estreia, com o índice FTSE Renaissance IPO para Europa, Oriente Médio e África acumulando queda de cerca de 45% neste ano até agora.