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- O ressegurador apresentou um prejuízo líquido de R$ 373,3 milhões, maior do que o registrado no no mesmo período do ano passado
- Foi um resultado muito ruim. A situação da companhia está bem complicada”, afirma Vitorio Galindo, analista de investimentos CNPI e head de análise fundamentalista da Quantzed
O balanço do IRB Brasil (IRBR3), divulgado nesta terça-feira (16), confirmou as piores perspectivas para a companhia e as ações abriram esta manhã em forte queda de 3,85%, aos R$ 1,97. O ressegurador apresentou um prejuízo líquido de R$ 373,3 milhões, maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando a empresa teve resultado negativo de R$ 206,9 milhões.
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Além disso, a companhia ficou abaixo do limite regulatório estabelecido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) para operar no mercado de seguros. O Índice de Suficiência de Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) ficou em 64%, quando a métrica estabelecida pelo órgão regulador é de 100%.
A empresa também registrou uma insuficiência de R$ 729,7 milhões na Cobertura de Provisões Técnicas. A empresa tem 18 meses para regularizar a suficiência de patrimônio líquido e até outubro deste ano para aumentar a cobertura de provisões, o que deixa evidente a necessidade de realização de um aumento de capital.
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Na sexta-feira (12), o Brazil Journal antecipou que o ressegurador preparava uma capitalização de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão e que a oferta sairia a R$ 1 por ação – o que significa uma queda de 50% em relação à cotação atual. Nessa reportagem, analistas explicam por que a notícia do aumento de capital é ruim para os investidores.
“Foi um resultado muito ruim. A situação da companhia está bem complicada”, afirma Vitorio Galindo, analista de investimentos CNPI e head de análise fundamentalista da Quantzed. Fora a nova oferta de ações, o IRB sinalizou que pode fazer algumas operações estruturadas de retrocessões e venda de participações societárias e ativos imobilizados para levantar capital.
Segundo Galindo, como um todo, o operacional do IRB está fraco. “A situação financeira da companhia evidentemente não está saudável. A empresa sinalizou que a origem desses problemas vem da administração antiga, teve impacto do Covid-19, mas recentemente o gatilho para esse desenquadramento foi o segmento rural”, afirma.
Face aos números fracos, os papéis devem sofrer impacto negativo ao longo de todo o dia. “O impacto é bastante negativo”, afirma o analista da Quantzed.
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Os analistas Eduardo Nishio e Bruno Bandiera, analistas da Genial Investimentos, já vinham apontando a possível necessidade de aumento de capital do desde o ano passado e projetavam um resultado ruim para IRB neste segundo trimestre.
“Com mais esse prejuízo, se torna eminente o aumento de capital ou outra medida similar, já que a resseguradora estava em seu limite de liquidez/cobertura e solvência no término do primeiro trimestre de 2022”, dizem os analistas.
A Genial, que possui recomendação de venda para os papéis da IRB, afirma que o aumento da sinistralidade no segmento rural é a principal âncora para os resultados do ressegurador no curto prazo. Para o futuro, a rentabilidade da empresa ainda é incerta.
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