O que este conteúdo fez por você?
- Resseguradora teve lucro líquido de R$ 13,8 milhões no primeiro trimestre de 2020
- Revisão do balanço de 2019 fez lucro cair de R$ 1,7 bilhão para R$ 1,2 bilhão
- Revisão do balanço de 2019 levou o lucro de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,1 bilhão
O IRB Brasil (IRBR3) divulgou, na madrugada desta terça-feira, 30, o balanço do primeiro trimestre de 2020. A maior resseguradora do Brasil informou ter tido um lucro líquido de R$ 13,874 milhões, ante R$ 177,895 milhões no mesmo período do ano passado. A queda é de 92,2%.
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A empresa também republicou os balanços de 2018 e 2019, revisados após indícios de fraude contábil. O resultado de 2019 ficou R$ 553,4 milhões menor, enquanto no de R$ 2018, a redução foi de R$ 117,2 milhões. As revisões tiveram reflexo também nos lucros da companhia, que caiu de R$ 1,76 bilhão para R$ 1,21 bilhão em 2019 e de R$ 1,21 bilhão para R$ 1,10 bilhão em 2018.
A publicação do balanço do primeiro trimestre de 2020 do IRB havia sido adiado duas vezes, por causa da descoberta de fraude contábil feita pela antiga diretoria. A operação teve como pontos críticos a comunicação de que Warren Buffett havia adquirido significativa participação da empresa por meio do Berkshire Hathaway, algo desmentido pelo bilionário, e a apropriação de R$ 60 milhões na forma de bônus de venda de imóveis, por parte de ex-diretores.
Explicações da empresa
O presidente do Conselho de Administração e atual diretor-presidente do IRB Brasil Re, Antonio Cassio dos Santos, afirmou que não existe forma certa de fazer a coisa errada ao comentar sobre as demonstrações financeiras do ressegurador, que foram revisadas.
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“Daqui para frente é vida nova e temos de começar a reconstruir. Não existe forma certa de fazer a coisa errada”, disse ele, em teleconferência com jornalistas, nesta manhã.
De acordo com Santos, o trabalho da nova gestão foi feito em 90 dias, em um ‘tempo exíguo’ e que foi identificada a necessidade de uma ‘baita reforma’ da companhia. O desafio, afirmou ele, foi identificar os ajustes que deveriam ser feitos no IRB pelo vídeo e telefone, considerando as medidas de isolamento social por conta da pandemia.
‘Não deixamos de renovar nenhum contrato’
Durante a teleconferência, o diretor-presidente do IRB disse ainda que a empresa não deixou de renovar nenhum contrato no primeiro semestre por conta da crise de credibilidade que enfrenta e que culminou na revisão do rating da companhia por parte da agência de classificação de riscos AM Best, especializada no setor de seguros.
Concluído o trabalho de investigação que estava em curso para averiguar erros e fraudes da antiga gestão, o novo comando da empresa pretende, conforme o executivo, iniciar, agora, um trabalho de revisão do seu portfólio.
“A companhia está robusta e solvente. Se não fosse, meu Deus do céu. A mudança do rating ocorreu por governança e não por solvência. Não temos problema algum de caixa operacional, nem de hedge de balanço, mas um desenquadramento nas reservas técnicas”, explicou Santos, em teleconferência com a imprensa, nesta manhã.
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“Não deixamos de renovar nenhum contrato nesse primeiro semestre”, reforçou. Ele afirmou que a solvência da companhia foi o argumento utilizado para convencer seguradoras clientes do IRB a renovarem os seus contratos de resseguros. “Liguei um a um, pessoalmente, logo depois do início da fiscalização especial”, disse.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) instaurou, em 11 de maio, um processo de fiscalização especial no IRB por identificar insuficiência na composição dos ativos garantidores de provisões técnicas e, como consequência, na liquidez regulatória.
O presidente do IRB disse ainda que o grande trabalho, a partir de agora, é a revisão do portfólio da companhia. “Queremos identificar riscos que possam ser traduzidos em credibilidade. Vamos fazer profunda reavaliação de portfólio, análises regionais e de linhas e negócios e naturalmente utilizar o que o IRB tem de melhor e um database que não tem igual na América Latina”, explicou.
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