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Itaú BBA: farmacêuticas têm potencial de ganho de até 117%

Analistas do bando veem Panvel e Pague Menos com papeis com desempenho superior no setor

Itaú BBA: farmacêuticas têm potencial de ganho de até 117%
Empresas farmacêuticas ofertam grandes potenciais de ganhos, de acordo com o Itaú BBA. Foto: Envato Elements
  • De acordo com o banco de investimento, além de as empresas terem mostrado resiliência diante da volatilidade dos ativos variáveis observada em 2022, o setor de farmácias no Brasil traz oportunidades para uma onda de fusões e aquisições em decorrência da atual fragmentação do mercado
  • Os analistas, porém, instigam o investidor a manter uma visão de longo prazo para o setor, visto o histórico de resistência em momentos turbulentos, como ocorreu em 2020

Por Wladimir D’Andrade – Os analistas do Itaú BBA enxergam condições atrativas para as empresas do setor farmacêutico listadas na B3 que podem levar o investidor a alcançar retornos de até 117% para o ano que vem.

De acordo com o banco de investimento, além de as empresas terem mostrado resiliência diante da volatilidade dos ativos variáveis observada em 2022, o setor de farmácias no Brasil traz oportunidades para uma onda de fusões e aquisições em decorrência da atual fragmentação do mercado.

A análise está em relatório no qual o Itaú BBA atualiza as estimativas sobre as empresas Raia Drogasil (RADL3), Pague Menos (PGMN3) e Panvel (PNVL3). “Continuamos a ver o espaço da drogaria como atrativo, dada a combinação da sua resiliência e fragmentação e nossa expectativa de uma boa temporada de ganhos”, afirma o documento assinado por Thiago Macruz, Helena Villares, Maria Clara Infantozzi e Gabriela Moraes.

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De acordo com eles, os papeis do setor tiveram forte desempenho negativo durante o ano justificado pela alta da inflação e das taxas de juros em um contexto de baixa expansão econômica. As ações de Drogasil, Pague Menos e Panvel recuam 15%, 50% e 21%, respectivamente, em 2022.

Os analistas, porém, instigam o investidor a manter uma visão de longo prazo para o setor, visto o histórico de resistência em momentos turbulentos, como ocorreu em 2020.

Além disso, lembram que há tendências demográficas e comportamentais que podem favorecer as empresas farmacêuticas nos próximos anos, como o envelhecimento populacional e a crescente atenção da população com o bem-estar.

Os analistas citam estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que a população com mais de 65 anos crescerá para 20% do total de habitantes em 2045, dos 10% atuais, e destacam dados da empresa norte-americana do setor de saúde IQVIA, que prevê taxa média de crescimento do mercado farmacêutico de varejo de 10% ao ano em termos absolutos de 2022 para 2026.

Outro ponto que aumenta a confiança dos analistas do Itaú BBA nas empresas farmacêuticas se deve à fragmentação do mercado atual. De acordo com eles, as redes de farmácias menores e as marcas independentes cresceram durante os últimos dois anos, quando o consumidor preferiu fazer compras perto de suas casas no período mais forte da pandemia. “Estimamos que os três maiores players do setor tenham 22% consolidados market share (2021)”, afirmam, ao destacar que os dados mostram retomada de participação do mercado pelas maiores redes.

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Assim, de acordo com os analistas, as “fusões e aquisições terão um papel importante na consolidação do espaço de drogarias no Brasil”. “Não descartamos a possibilidade de M&A se tornar muito mais popular em breve, com players regionais unindo forças na busca de oportunidades adicionais de crescimento”, afirmam, no relatório.

Ações

Os analistas do Itaú BBA avaliam Panvel e Pague Menos como papeis com desempenho superior no setor. Os preços-alvos para as ações das duas redes em 2023 estão estipulados em R$ 17 e R$ 10, respectivamente. Já para a Drogasil, o preço-alvo é de R$ 23,4. As três ações fecharam o pregão de terça-feira (12) cotadas, respectivamente, em R$ 10,10, R$ 4,59 e R$ 20,10.

“Panvel está incrivelmente barato e é a nossa melhor escolha no espaço, apesar das preocupações do mercado sobre o ambiente competitivo no Sul”, afirmam. “Se um P/E 2023 (índice preço sobre o lucro para o ano que vem) de 11,7 vezes não for suficiente para sustentar nossa tese, se assumirmos zero abertura de lojas e pagamento de 100%, PNVL3 seria negociado com um rendimento robusto de 9% em 2023.”.

A Rede Pague Menos é a que apresenta maior potencial de lucro para os analistas do Itaú BBA. Segundo eles, o valor considerado justo para a ação, de R$ 10, implica em uma alta de 117% em comparação com o preço atual. Segundo o relatório, a rede precisa buscar eficiência e gerar maior fluxo de caixa com os mesmos bens. “Isso é mais importante para a empresa hoje do que qualquer plano de expansão orgânica que está planejando para os próximos anos”, afirmam os analistas.

No caso da Drogasil, os analistas do Itaú BBA enxergam um plano de expansão sólido da companhia que a torna, segundo eles, o “único verdadeiro jogador” do setor farmacêutico no mercado nacional. “Nosso novo valor justo para 2023 de 23,4/ação implica em 18% de alta em relação aos níveis atuais”, calculam. Por conta dos múltiplos que mantém boas perspectivas de ganho, mas no curto prazo, o banco de investimento classifica a ação da Drogasil como neutra.

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