(Matheus Piovesana) – O Itaú BBA elevou o preço-alvo das ações do Banco do Brasil de R$ 42 para R$ 44 após os resultados do banco no quarto trimestre do ano passado. O novo preço implica em potencial de alta de 25% em relação ao fechamento de quarta-feira (16). A recomendação foi mantida em ‘outperform’ (desempenho acima da média do mercado).
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“O crescimento de 16% do lucro esperado para 2022 é o mais rápido em nossa cobertura de grandes bancos, e o múltiplo de 4 vezes preço/lucro e 0,6 vez preço/patrimônio faz o BB ser nossa escolha de valor preferida”, afirmam os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli, Marco Calvi e William Barranjard.
Segundo eles, o risco eleitoral embutido no caso do BB não deve ser ignorado, mas já está incluso no preço das ações do banco. Enquanto isso, o BB entregou ganhos de eficiência e de alocação de capital mesmo com mudanças de comando nos últimos anos. “Trimestre após trimestre, o massivo desconto de 65% para outros bancos brasileiros fica menos justificável pelos fundamentos.”
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“A alocação prudente de capital e a eficiência são uma tendência de muitos anos que dificilmente mudará de forma repentina”, pontuam. Os analistas calculam que a avaliação de mercado do BB está muito próxima a suas mínimas entre 2010 e 2016, se considerados os múltiplos. Ao mesmo tempo, veem um balanço de qualidade superior à daquele período.
O BBA afirma que os resultados do quarto trimestre e as projeções do banco público para este ano mostraram qualidade de crédito ainda melhor que o esperado e receitas surpreendentemente fortes. O banco considera que as características da carteira de crédito do BB, o alto índice de cobertura contra calotes e um custo de financiamento competitivo tornam o banco um “refúgio” diante de uma esperada desaceleração da economia.
Os analistas destacam que o crédito do BB tem maior participação do agronegócio e menor exposição a pessoas físicas, o que reduz a volatilidade das taxas de inadimplência. Entre pessoas físicas, destaca o banco, o crédito consignado e o imobiliário têm forte relevância, o que também contribui para a estabilidade da qualidade de crédito.
No relatório, o banco traça um paralelo entre a carteira do BB e as de Bradesco e Santander, os dois outros grandes bancos de varejo que cobre. No Bradesco, empresas e pessoas físicas têm proporções semelhantes do portfólio de crédito, com os individuas avançando em relevância nos últimos anos. Já no Santander, quase 60% do crédito é destinado a pessoas físicas.
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O BBA acredita que neste ano, o Banco do Brasil deve mostrar a menor alta de inadimplência entre os três bancos, e deve manter o maior índice de cobertura entre eles. No final do ano, a inadimplência do BB, de 1,75%, era a menor entre os grandes bancos de capital aberto. A cobertura, de 325%, era a maior entre todos.