O Bank of America (BofA) classificou o Itaú (ITUB4) como seu bancão favorito em 2025. Segundo os analistas, a companhia é a única entre os quatro grandes bancos que estaria mais preparada para o ciclo de alta de juros no qual o Brasil se encontra.
“Vemos o Itaú como um dos menos expostos a um ambiente de taxas mais altas por mais tempo e o mais bem posicionado para mudanças regulatórias relacionadas à Resolução CMN 4.966 a ser implementada em 2025”, dizem Mario Pierry e Antonio Ruette, que assinam o relatório do Bank of America.
A resolução 4.966 é uma nova regra para questões contábeis dos bancos, que impacta diretamente questões de provisionamentos e aumento do porcentual do capital do banco nos empréstimos. A grosso modo, a nova regra deve exigir que os bancos reforcem seu capital, o que pode impactar outros setores dentro da empresa e exigir uma postura mais conservadora das companhias.
Por que os outros bancos estão atrás do Itaú?
Os analistas também comentam que com a taxa básica de juros, a Selic, deve continuar subindo ao longo do ano. Para o BofA, a Selic deve encerrar 2025 cotada a 15,25%, uma alta de 2 pontos porcentuais na comparação com a taxa de juros atual, que está em 13,25%. Segundo os analistas, esse ciclo de alta deve fazer com que os bancos apresentem deterioração nos índices de inadimplência em até 9 meses.
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“No portfólio de consumo, esperamos que a qualidade dos ativos de empréstimos garantidos, como consignado, rural e imobiliário, permaneça resiliente. Por isso, vemos o Banco do Brasil (BBAS3) com um portfólio mais defensivo, dada sua maior exposição a empréstimos rurais e consignados”, apontam os analistas, que estimam que o banco estatal deve ter suas receitas beneficiadas pelo ciclo de alta de juros.
Já para Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4), a expetativa não é tão otimista. Os analistas comentam que o ciclo de alta de juros deve impactar negativamente a margem financeira das duas empresas devido às estratégias adotadas pelas duas companhias. “O crescimento dos empréstimos da indústria deve desacelerar no ciclo de aumento, pressionado pela deterioração da qualidade dos ativos e taxas de empréstimo mais altas, o que deve impactar o apetite de risco dos bancos e a demanda dos clientes por crédito, respectivamente”, salientam os analistas.
No relatório, os analistas não revelaram recomendação e preço-alvo para os ativos, mas disseram preferir o Itaú (ITUB4) e ver o momento como positivo para o Banco do Brasil, pois consideram a ação como defensiva. Em linhas gerais, a indicação é de cautela com Bradesco e Santander. Todavia, vale frisar que a decisão final deve ficar com o investidor, pois somente ele sabe qual é o seu perfil e até onde ele aguenta a volatilidade do mercado para obter lucros atrativos.