Após mudar a política de dividendos na noite desta terça-feira (29), o CEO da Klabin (KLBN11), Cristiano Teixeira, revelou que a companhia deve pagar entre R$ 1,20 e R$ 1,25 por ação unit no ciclo 2025 e 2026. A fala foi realizada em evento realizado pela Ações que Garantem Futuro (AGF) nesta quarta-feira (30), na Capital paulista.
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“Esse número entre R$ 1,20 e R$ 1,25 deve seguir. Nós mudamos nossa política de dividendos para investir em crescimento para a empresa. Eu pago em 20% da minha geração de caixa e vou começar a pagar 15%. No entanto, como o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) vai crescer, nós vamos manter o mesmo valor que já pagamos hoje por ação”, disse Teixeira.
Ontem, a Klabin informou que seu Conselho de Administração aprovou que os acionistas terão direito a receber, como dividendo obrigatório, 25% do lucro líquido, apurado ao final de cada exercício. O saldo do lucro líquido que superar o dividendo obrigatório, após as destinações às reservas de lucros aplicáveis, poderá ser retido com base em orçamento de capital, ou distribuído aos acionistas caso não afete a alavancagem da empresa.
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A administração, observadas as prescrições legais, poderá levantar balanços em períodos inferiores ao anual e, por deliberação do Conselho de Administração, declarar dividendos da Klabin intermediários ou intercalares, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço.
Os dividendos e o endividamento financeiro da Klabin
Pela nova política de endividamento financeiro, o Conselho de Administração da Klabin definiu que a dívida líquida é resultado da dívida financeira consolidada da empresa, descontada da posição de caixa e equivalentes de caixa.
Já o Ebitda ajustado passa a ser o resultado operacional deduzido de resultado financeiro líquido, equivalência patrimonial, depreciação, exaustão e amortização, variação do valor justo dos ativos biológicos e realização de custo atribuído do imobilizado, conforme refletidos nas demonstrações financeiras consolidadas.
“A aprovação destas políticas reafirma mais uma vez o compromisso da Klabin com a transparência e visão de longo prazo, alinhados com a geração de valor sustentável a todos os seus stakeholders”, destaca a empresa, por meio de fato relevante.
Decisão sobre dividendos da Klabin é prudente
Para analistas do Safra a decisão da companhia é prudente, mas alguns investidores podem penalizar a empresa pela redução do fluxo de dividendos de KLBN11 nos próximos trimestres, mostram informações divulgadas no Broadcast. “Apreciamos a abordagem mais cautelosa da Klabin”, dizem os analistas do Safra, visto que o índice Dívida Líquida/Ebitda da empresa deve ficar acima de quatro nas demonstrações do terceiro trimestre de 2024, devido a aportes de cerca de US$ 1,2 bilhão para o Projeto Caetê.
Pelas estimativas do Safra, a Klabin irá alcançar um Dívida Líquida/Ebitda de 3,5 no primeiro trimestre de 2025 caso realize a venda de terras excedentes da Caetê. Caso contrário, o índice só ficaria abaixo desse valor no terceiro trimestre de 2026. Além disso, uma relação na distribuição de dividendos também apoiaria o alcance de um Dívida Líquida/Ebitda abaixo de 3,5 vezes no terceiro trimestre de 2025.
O Safra tem recomendação neutra para as ações da Klabin (KLBN11), com preço-alvo de R$ 23,90, o que representa um potencial de valorização de 16% sobre o último fechamento.
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* Com informações do Broadcast