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Lojas Renner (LREN3): qual a visão do mercado sobre a queda brusca das ações?

Varejista sofre baixa em meio ao clima incerto durante os próximos meses e cenário externo desafiador

Lojas Renner (LREN3): qual a visão do mercado sobre a queda brusca das ações?
Lojas Renner paga hoje JCP aos acionistas. Foto: (AdobeStock)

A ação de Lojas Renner (LREN3) figurou entre as maiores quedas do Ibovespa nesta terça-feira (21), atrás apenas de Suzano (SUZB3). Com uma baixa de 3,74%, o papel fechou o pregão de hoje a R$ 14,13.

A XP Investimentos rebaixou a classificação de compra das ações para neutra, estabelecendo um novo preço-alvo de R$ 18 para o fim de 2024, um aumento de 27,4% em relação ao encerramento de hoje. Em relatório, os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer justificaram o movimento em torno do ambiente macroeconômico e as condições climáticas nos próximos meses.

Para eles, tais fatores representam desafios significativos para o crescimento e a margem de expansão da empresa. No texto, afirmam ainda que poderá ocorrer uma revisão negativa no segundo semestre.

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“As previsões indicam uma probabilidade elevada de temperaturas acima da média em junho e julho, o que representa um risco para as vendas do Dia dos Namorados”, apontam. “Além disso, a ocorrência do fenômeno La Niña poderia resultar em um verão potencialmente mais ameno no segundo semestre de 2024.”

Em relação ao aspecto macroeconômico, o ciclo mais lento de redução da taxa de juros, aumento da inflação de alimentos e fortalecimento do dólar são fatores que deixam a casa de investimentos mais cautelosa em relação ao papel.

O especialista Charo Alves, da Valor Investimentos (credenciada à XP), acredita que o mercado global está operando com tendências de baixa, em reflexo das postergações de corte de juros. “Isso afeta diretamente empresas de crescimento voltadas para uma linha doméstica, como Renner e Movida (MOVI3)”, diz.

Para o analista de varejo Carol Sanchez, da Levante Investimentos, as empresas do setor de vestuário são mais suscetíveis às condições climáticas, e cada vez mais enfrentam dificuldades para prever o clima e ajustar suas coleções sazonalmente. “Por outro lado, empresas que atuam em segmentos mais premium, como Arezzo (ARZZ3), têm conseguido lidar melhor com essa questão, pois têm coleções mais diversificadas e um foco mais voltado para a alta renda”, aponta.

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Já a analista Flavia Meireles, da Ágora Investimentos, ressalta que o impacto da continuação das chuvas no Rio Grande do Sul – além do calor nos próximos meses – podem aumentar a incerteza sobre os próximos meses. No entanto, ela afirma que a Renner mostrou um claro progresso nas margens Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do varejo, recuperação contínua do volume e melhoria sequencial nos serviços financeiros no balanço do 1T24.

Após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, a empresa realizou uma teleconferência com analistas e investidores, como é comum após a publicação do balanço, para discutir os números. “Observamos um tom um pouco mais negativo durante essa conferência, principalmente ao impacto do clima mais quente no volume de vendas. Além disso, foi explicado os efeitos do novo centro de distribuição em termos de despesas e vendas”, relembra.

De qualquer forma, a Ágora acredita que os problemas apontados são de curto-prazo. Por isso, a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 20,00 é mantida, uma alta de 41,5% sobre o fechamento de hoje.