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Com Ômicron e guerra na Ucrânia, lucro da XP desacelera no 1º tri

Resultado reflete menor crescimento da base de clientes e da captação líquida de recursos

Além da XP Investimentos, as corretoras Clear e Rido, do mesmo grupo, também foram multadas (Foto: Matheus Lombardi/XP/Divulgação)
  • A maior plataforma independente de gestão de recursos do Brasil anunciou nesta terça-feira que seu lucro ajustado entre janeiro e março somou 987 milhões de reais, alta de 17% sobre um ano antes, quando havia dobrado no comparativo anual
  • O resultado operacional da XP medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 1,19 bilhão de reais no período, 14% maior ano a ano. A margem Ebitda caiu 1,5 ponto percentual, para 38,2%

O lucro da XP desacelerou no primeiro trimestre, refletindo o menor crescimento da base de clientes e da captação líquida de recursos, num período marcado por um repique da covid-19 e pelos efeitos globais da invasão russa na Ucrânia.

A maior plataforma independente de gestão de recursos do Brasil anunciou nesta terça-feira que seu lucro ajustado entre janeiro e março somou 987 milhões de reais, alta de 17% sobre um ano antes, quando havia dobrado no comparativo anual.

O resultado operacional da XP medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 1,19 bilhão de reais no período, 14% maior ano a ano. A margem Ebitda caiu 1,5 ponto percentual, para 38,2%.

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“Tivemos um cenário super desafiador no cenário macro”, disse Bruno Constantino, sócio e diretor financeiro da XP, citando efeitos negativos da Ômicron, variante da covid-19, que ditou novo aperto em regras de circulação de pessoas; e da Guerra da Ucrânia, com efeitos inflacionários pelo mundo.

O executivo citou ainda o que chamou de efeito portfólio, com os clientes buscando mais ativos de renda fixa, em detrimento de ativos como ações, segmento que enfrentou maior volatilidade no período.

A desaceleração no trimestre ilustra a visão divergente entre analistas sobre se a XP conseguirá manter o crescimento vistoso dos últimos anos conservando a rentabilidade num ambiente macroeconômico adverso, com a combinação de juros e inflação alta espremendo a renda das famílias.

Na véspera, o Credit Suisse cortou o preço-alvo para os papéis da XP, citando que o ciclo de aperto monetário no país traz maior risco à sustentação do seu ritmo de atração de investimentos de clientes em 2022.

O UBS também cortou o preço-alvo da ação da XP em janeiro. Já o Morgan Stanley elevou em outubro a recomendação para o papel, de “neutra” para “acima da média do mercado”.

Constantino citou que o ritmo de crescimento do negócio ao longo de 2022 depende de “algumas variáveis que não controlamos”, mas que as margens de lucro do grupo “estão totalmente sob controle” e reiterou a confiança na resiliência do negócio.

Em abril, a XP havia informado que o total de ativos sob sua custódia fechou março em 873 bilhões de reais, alta de 22% ano a ano. Já a captação líquida de recursos de clientes foi de 46 bilhões de reais no trimestre, frente a 69 bilhões de reais no mesmo período de 2021. E o número de clientes subiu 17% em 12 meses, para 3,5 milhões.

A companhia também informou nesta terça-feira que sua carteira de crédito somava 11,5 bilhões de reais no fim do trimestre, um crescimento de 142%.