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Luiz Barsi: “Estou comprando como nunca”

O maior investidor individual da bolsa completa 83 anos. Veja as ações que estão no radar de Barsi

Luiz Barsi: “Estou comprando como nunca”
Luiz Barsi é o maior investidor pessoa física da B3 (Foto: Christina Rufatto/ESTADAO)

Aos 83 anos, o maior investidor individual da bolsa de valores do Brasil acumula uma experiência ímpar no mercado de capitais. Dono de um patrimônio avaliado em R$ 2 bilhões investidos somente em ações, Luiz Barsi celebra mais um aniversário nesta quinta-feira (10) e compartilha os melhores conselhos que aprendeu nas últimas décadas.

A história de Barsi já é conhecida. Filho de imigrantes, ele cresceu na cidade de São Paulo, teve uma infância humilde e trabalhou como engraxate e aprendiz de alfaiate até descobrir o mercado acionário. Ele diz que o maior acerto da sua trajetória “foi ter optado por comprar ações”.

Barsi também reforça uma das principais premissas das finanças: não é possível ficar rico rapidamente. “O investidor precisa ter disciplina e prioridade nas escolhas. Escolha uma prioridade e lute por ela”, diz.

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E foi a disciplina que levou o megainvestidor a desenvolver a sua própria estratégia nos anos 1970, conhecida como “carteira de ações previdenciária”. O modelo consiste em concentrar capital em empresas com preços competitivos e que sejam boas pagadoras de dividendos.

Entre as inúmeras vitórias que carrega em seu histórico, ele destaca a compra dos papéis do Santander (SANB4), onde sua filha Louise Barsi ocupa um assento no conselho fiscal. Em 2011, Barsi montou posição com as ações cotadas a R$ 0,11 – hoje, um investidor desembolsa R$ 16,8 para comprar o ativo.

Os exemplos de investir com o propósito de longo prazo se multiplicaram. Em 2019, ele também recebeu R$ 4 milhões em lucros distribuídos da estatal de energia Eletrobras. Por essa lógica, o “rei dos dividendos”, como também é conhecido, carrega em sua carteira ações compradas há 50 anos, como Banco do Brasil, Suzano e Klabin.

Mesmo em momentos de volatilidade, o jeito Barsi de investir não se abala. Ele defende que o investidor precisa olhar a Bolsa como um projeto de longo prazo e não se deixar levar pelos períodos de instabilidade. “Eu estou comprando como nunca. As oportunidades estão aí para quem quiser se beneficiar delas no futuro”, diz Barsi.

Veja os principais trecho da entrevista concedida ao E-Investidor:

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E-Investidor – O Sr. completa 83 anos hoje. Qual a principal lição que a experiência te trouxe sobre o mercado?

Luiz Barsi – A experiência me trouxe a convicção de que você não fica rico de repente. Você precisa ser parceiro e investir. É o que eu tenho efeito em todos esses anos. Investir é fundamental.

Quais ativos abastecem mais a conta bancária do investidor?

Barsi – Inúmeros ativos abastecem bem as receitas do investidor. Uma das que mais se destacam é a Unipar, que tem tido uma distribuição de dividendos expressivos. Outros papéis também, como Petrobras e Vale do Rio Doce.

Quais foram os maiores acertos na sua trajetória?

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Barsi – O meu maior acerto foi ter optado por comprar ações. Tive outros grandes acertos, mas, entre eles, foi o de ter comprado Santander (SANB4) a R$ 0,11, por exemplo. Outros papéis que evoluíram bem foram Suzano, Klabin e, mais recentemente, Unipar. Também acredito bastante em Cosan, Banco do Brasil, Vibra e Cielo, que está com lucro extraordinário e um dividendo muito bom.

Pode nos contar o melhor conselho sobre mercado que o Sr. já recebeu?

Barsi – O conselho mais representativo que eu já recebi foi dos colegas de pregão: de comprar e vender com urgência. Os melhores ensinamentos que o mercado me trouxe é de não acreditar que é possível ficar rico rapidamente, ter disciplina e prioridade nas escolhas. Escolha uma prioridade e lute por ela.

Estamos vivendo momentos únicos na história. Dois anos de pandemia e agora o recente ataque da Rússia sobre a Ucrânia. Qual a visão do Sr. sobre esse momento de instabilidade?

Barsi – Esse é um momento propício para comprar. São essas oportunidades de sobressalto no mercado, provocadas por acontecimentos homéricos, econômicos e políticos, que abrem janelas. Eu, por exemplo, estou comprando como nunca. As oportunidades estão aí para quem quiser se beneficiar delas no futuro. Ninguém torce por tragédias, é claro, mas elas acontecem e, quem estiver preparado, pode ganhar por isso.

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