

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) caem no pregão desta quinta-feira (6) após a companhia ter sua recomendação rebaixada pelo JPMorgan de neutra para venda. O principal fator para esse rebaixamento é o alto endividamento da empresa em um ciclo de alta de juros, que pode pesar sobre o ativo.
Às 14h56min, as ações do Magazine Luiza caíam 2,75%, a R$ 7,08. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,17%, a 123.261,81 pontos. Segundo informações do Broadcast, o JPMorgan rebaixou a recomendação de Magazine Luiza para underweight (equivalente à venda), ante classificação anterior neutra, com preço-alvo de R$ 7,50, representando um potencial de valorização de 3% sobre o fechamento de ontem.
A decisão saiu em relatório, no qual os analistas fazem uma avaliação geral das empresas do setor varejista. O banco diz enxergar o Magalu atualmente como “muito alavancado”, com um risco negativo para o lucro por ação em um ambiente desafiador para consumo discricionário acrescido de competitividade mais alta de players que atuam puramente no e-commerce.
Outras varejistas podem ser mais atrativas que o Magazine Luiza
Já em relação às outras empresas, o banco considerou que a Natura terá uma performance superior a outras varejistas em 2025, destacando que as melhorias operacionais da empresa são mais dependentes de iniciativas internas do que do ambiente macro. Assim, os resultados no curto prazo tendem a ser sólidos, mediante uma maior simplificação dos negócios e cashback.
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Para o banco, a separação da Avon será provavelmente o próximo grande catalisador, com os resultados operacionais. A estimativa é de que a ação da Natura seja negociada a um múltiplo de 11 vezes a relação entre preço e lucro em 2025, consideradas somente as operações na América Latina. Além disso, a Natura (NTCO3) tende a ser responsável por um dos maiores rendimentos de fluxo de caixa livre, que gradualmente tende a ser revertido em dividendos.
Renner começou 2025 melhor que 2024
Já Lojas Renner (LRNE3) provavelmente tiveram um início de 2025 melhor, com resultados no curto prazo ajudando potencialmente a diminuir o ruído após um período de 2023 e 2024 “turbulento”. O JPMorgan argumenta que, embora persistam dúvidas sobre o ritmo de crescimento de médio e longo prazo da empresa, o sell-off das ações, após os resultados abaixo do esperado no quarto trimestre, foi exagerado.
“Além disso, com base em nossas conversas, as revisões de lucros foram muito severas, com as expectativas de lucros se movendo em direção a R$ 1,2 bilhão e 1,3 bilhão, enquanto vemos um risco de alta de 10%”, pondera o banco sobre as varejistas.
Para Vivara (VIVA3) e Azzas (AZZA3), a percepção do JP é de que ambas as empresas ostentam balanços sólidos. Contudo, os lucros são altamente dependentes de incentivos fiscais e isso reduz a qualidade deles, particularmente para Azzas. Isso porque os incentivos da Vivara são mais protegidos devido à Área de Livre Comércio da Amazônia, diz a casa.
Conforme o banco, as empresas têm enfrentado revisões de lucro por ação para baixo em meio a um cenário macro e questões de execução mais desafiadoras. E, no contexto de mudanças de gestão (ou risco de) e preocupações de governança, essas revisões estão sendo ampliadas, destaca a instituição. Contudo, ambas as companhias devem reportar um crescimento de dois dígitos na receita e ganhos na margem Ebitda em 2025.
Quais ações comprar ou vender além do Magazine Luiza?
O JPMorgan tem recomendação de compra para Vivara com preço-alvo de R$ 27 para o fim de 2025, alta de 62,16% na comparação com o fechamento de quarta-feira, quando a ação encerrou o pregão a R$ 16,65. O banco recomenda compra para Azzas com preço-alvo de R$ 41,00, avanço de 59,22% em relação ao fechamento de quarta-feira.
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Já para as Lojas Renner, a recomendação é de compra com preço-alvo de R$ 15 para o fim de 2025, avanço de 33,9% em relação ao fechamento de quinta-feira. Para a Natura, a recomendação também é de compra, com preço-alvo de R$ 21, representando uma potencial de valorização de 65%, e o JPMorgan enxerga espaço para revisões de lucro por ação para cima. Já para a varejista da família Trajano, o clima não é tão positivo.
“Com o novo preço-alvo de R$ 7,50, vemos um potencial de alta limitado”, destacam, lembrando que as ações do Magazine Luiza (MGLU3) são negociadas com prêmio em relação a outros pares de varejo no quesito preço sobre lucro para 2025 e 2026. Sendo esse um dos fatores para a recomendação de venda.
(Com informações do Broadcast).