O Magazine Luiza (MGLU3) deve discutir, em assembleia geral ordinária e extraordinária na próxima quarta-feira (24), o grupamento de ações da companhia. Em março, o Conselho de Administração (CA) da empresa sugeriu que o procedimento fosse realizado na proporção de 10 para 1, com o intuito de reduzir a volatilidade dos papéis da varejista.
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O processo de grupamento, também chamado de inplit ou reverse stock split, é uma prática conhecida no mercado de renda variável, que tem como objetivo aumentar o valor de negociação dos ativos. Com a operação, o número de papéis em circulação é reduzido, enquanto o valor nominal das ações da empresa é aumentado na proporção inversa. De forma prática, representa a junção de várias ações de uma determinada companhia em um único papel.
Por exemplo: se um ativo estiver cotado a R$ 1 e a companhia realizar o grupamento na proporção de 10 para 1, como o proposto pelo CA do Magalu, os papéis passam a ser cotados a R$ 10, no entanto, o capital social da empresa permanece inalterado.
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Seguindo essa simulação, investidores que comprarem lotes de 100 ações pagarão os mesmos R$ 1 mil que pagariam ao comprar 1 mil ações anteriormente, considerando o antigo valor de R$ 1 por ativo. Com o grupamento, uma pessoa que já possuía 1 mil ações na carteira, passaria a ter apenas 100 ações, no entanto, continuaria a possuir R$ 1 mil em patrimônio. Ou seja: não há mudança no valor mantido pelo investidor.
O grupamento de ações costuma ser realizado para aumentar o valor nominal dos papéis de uma determinada empresa. Ter ativos cotados abaixo de R$ 1, como as chamadas penny stocks, pode retirar uma companhia do Ibovespa e gerar ataques especulativos, já que as ações de baixa cotação estão mais sujeitas à volatilidade. Consequentemente, os riscos para os investidores são maiores nesses casos e eles acabam tendo medo de aplicar seus recursos nessas companhias.
Outros casos
Em 2023, a Casas Bahia (BHIA3) também realizou um grupamento de ações. A operação ocorreu na proporção de 25 para 1, de modo que cada lote de 25 papéis foi agrupado em um único ativo. Antes do procedimento ser feito, as ações da varejista chegaram a ser negociadas abaixo de R$ 1 e correram o risco de sair da carteira teórica do Ibovespa.
No próxima mês, uma outra empresa brasileira também deve decidir sobre o grupamento de suas ações: a Americanas (AMER3). Em assembleia geral extraordinária no dia 10 de maio, os acionistas da companhia debaterão a proposta de agrupar os papéis na proporção de 100 para 1, sem modificação do valor do capital social da varejista.
Em comunicado, a empresa destaca que a operação tem o objetivo principal de enquadrar a cotação de suas ações em parâmetro de preço mais compatível com os seus pares do setor e com outras companhias do porte da Americanas, levando a cotação a um valor igual ou superior a R$ 1 por unidade.
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