As ações da MBRF (MBRF3), empresa fruto da fusão entre BRF e Marfrig, voltaram a saltar nesta terça-feira (28). Às 14h50, os papéis da companhia disparam 23,44% a R$ 19,75. Na última sessão, já haviam avançado 6,45%.
Publicidade
As ações da MBRF (MBRF3), empresa fruto da fusão entre BRF e Marfrig, voltaram a saltar nesta terça-feira (28). Às 14h50, os papéis da companhia disparam 23,44% a R$ 19,75. Na última sessão, já haviam avançado 6,45%.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
O movimento acontece após a gigante de alimentos e a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita, anunciarem a expansão de sua joint venture (acordo entre duas ou mais empresas para um projeto específico), dando origem à Sadia Halal.
A transação tem valor de US$ 2,07 bilhões e engloba as fábricas e centros de distribuição da MBRF localizados na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, bem como suas empresas de distribuição no Catar, Kuwait e Omã, além do negócio de exportações diretas de aves, bovinos e produtos processados para clientes na região.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O negócio prevê a celebração de um acordo de fornecimento de produtos de frango e bovino da MBRF para Sadia Halal com duração de 10 anos renováveis, a partir das fábricas localizadas no Brasil. A precificação dos produtos será baseada na metodologia de custo total, seguindo as regras aplicáveis sobre preços de transferência.
Os ativos foram avaliados em US$ 2,07 bilhões, com faturamento líquido de US$ 2,1 bilhões nos últimos 12 meses até junho, equivalente a 7,3% da receita consolidada da MBRF, e um Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) de US$ 230 milhões. Os ativos da Turquia não fazem parte da transação.
No fechamento, a HPDC deterá 10% do capital da Sadia Halal, com planejamento de chegar a 30% e direito de atingir até 40%. O aumento de participação ocorrerá por meio de aporte de capital, 50% primário e 50% secundário. A empresa afirma que o negócio é o primeiro passo para um IPO da Sadia Halal, a partir de 2027.
Segundo o BTG Pactual, o acordo atribui a um ativo que representa cerca de 7% das vendas da empresa um valor correspondente a aproximadamente 17% do valor de mercado total da companhia. Além disso, a possibilidade de IPO poderia adicionar mais uma camada de potencial valorização para a MBRF no futuro.
“Em um momento em que percebemos os investidores cada vez menos confortáveis com a alavancagem da MBRF
O banco acredita que o acordo pode reforçar ainda mais a posição da MBRF em sua geografia mais promissora e potencialmente mitigar preocupações com endividamento. “Atualmente, mantemos recomendação neutra para a companhia e devemos atualizar nossas estimativas em breve”, acrescenta.
Publicidade
De acordo com os cálculos do Itaú BBA, se o veículo de investimento alcançar a participação mencionada de 30% na Sadia Halal, estima-se que cerca de US$ 313 milhões seriam injetados na joint venture e aproximadamente US$ 466 milhões seriam transferidos para a MBRF. Caso a fatia de participação alcance 40%, a injeção de capital na BRF Arabia chegaria a US$ 432 milhões e a MBRF receberia US$ 585 milhões.
Embora potencialmente positiva para o crescimento em uma região promissora, o BBA acredita que a injeção de capital não representa uma virada de jogo para o balanço da companhia neste momento. O banco segue vendo investidores cautelosos quanto às expectativas para a empresa em 2026, enquanto as perspectivas para o ciclo global de frango permanecem incertas.
“De modo geral, esperamos revisões negativas de lucro à frente, o que pode continuar pesando sobre o desempenho das ações, considerando que o setor costuma reagir fortemente a movimentos de curto prazo”, diz o BBA.
O Santander concorda ser cedo para precificar uma reavaliação das ações da MBRF, já que a integração dos ativos é basicamente neutra no curto prazo e não resolve as preocupações com a alavancagem da empresa, que continuam sendo um risco relevante, na visão do banco.
Publicidade
“As injeções de capital da HPDC reduzirão a dívida líquida reportada da MBRF, mas também diluirão o lucro da empresa abaixo da linha do Ebitda, à medida que a participação de minoritários aumenta. Ainda assim, o acordo melhora a liquidez, permitindo que a MBRF monetize parcialmente seus ativos, enquanto mantém uma exposição menor a um veículo mais valioso”, completa o Santander, que tem recomendação neutra para MBRF3.
Invista em informação
As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador