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- Índice fecha pela 10ª vez conseutiva em queda e perde os 117 mil pontos
- As três ações que mais valorizaram no dia foram Alpargatas (ALPA4), Suzano (SUZB3) e CPFL Energia (CPFE3)
Pela décima vez seguida, o Ibovespa fechou em queda. Nesta segunda-feira (14), o índice fechou em baixa de 1,06%, aos 116.809,55 pontos e com volume negociado de R$ 22,3 bilhões.
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Em agosto, o principal índice acionario da B3 não fechou nenhuma sessão em valorização e acumula queda de 4,20% no mês.
Segundo dados do TradeMap, não era registrada uma sequência desta há 39 anos, desde fevereiro de 1984. Dos 86 papéis na carteira do Ibovespa, 66 fecharam em desvalorização, sendo que as valorizações não ultrapassaram a margem dos 1,60%
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, explica que o fenômeno ocorre sob uma conjunção de preocupações puxadas pelos temores com a inflação que persiste no exterior, somado aos problemas no setor imobiliário da China, que pode sofrer maior desaceleração da atividade.
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“O cenário interno também ajudou a reforçar o ambiente negativo, com a falta de avanços na agenda fiscal e o IBC-Br levemente abaixo das estimativas. As falas da diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central, Fernanda Guardado, também impactaram [a Bolsa] pela citação da ‘ameaça de que o mundo conviva de uma forma mais prolongada com a inflação alta e persistente’”, destaca Nishimura.
Já Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, acrescenta que a sequência de quedas também reflete o mau humor dos investidores americanos, que digerem a piora nas perspectivas do mercado de ações nos EUA ao mesmo tempo que veem o prêmio do Tesouro Americano ganhar força.
”Além disso, o risco crescente de uma crise imobiliária na China, que pode contaminar outros setores como o financeiro, aumenta a pressão sobre as commodities, principalmente minério de ferro. Isso, por sua vez, acaba afetando diretamente as ações da Vale (VALE3), que é o maior papel da Bolsa”, pontua.
O dólar e o euro subiram 1,25% e 0,88% frente ao real na sessão, atingindo os R$ 4,97 e R$ 5,42, respectivamente. Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,58%, 0,07%, 1,05%, respectivamente.
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As três ações que mais valorizaram no dia foram Alpargatas (ALPA4), Suzano (SUZB3) e CPFL Energia (CPFE3).
Alpargatas (ALPA4): +1,51%, R$ 10,09
Na ponta positiva, Alpargatas contraria outras varejistas que operam no negativo com o fluxo de saída de investidores estrangeiros da B3. “Empresas mais resilientes e que têm a receita mais atrelada ao dólar estão segurando melhor o sinal positivo”, afirmou a analista da MyCap, Júlia Monteiro, ao Broadcast.
A Alpargatas está em alta de 4,78% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 33,09%.
Suzano (SUZB3): +1,49%, R$ 50,92
Suzano sobe impulsionada pelos ganhos da divisa americana e a sua renovação da máxima da sessão, tocando o nível de R$ 4,97. O sócio e analista da Ajax Asset, Rafael Passos, afirma ao Broadcast que apesar da baixa visibilidade no curto prazo, os preços de celulose abaixo do custo marginal abrem oportunidades.
A Suzano está em alta de 5,93% no mês. No ano, acumula uma valorização de 5,56%.
CPFL Energia (CPFE3): +1,19%, R$ 35,6
Na visão da Guide Investimentos ao Broadcast. o balanço “marginalmente positivo” apresentado por CPFL no segundo trimestre mostra que o “quadro operacional segue forte”, pautado em redução de inadimplência e índice de perdas em distribuição. O resultado também foi favorecido pelas fortes chuvas e velocidade dos ventos em geração de energia.
A CPFL Energia está em baixa de 0,5% no mês. No ano, acumula uma valorização de 14,51%.
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*Com Estadão Conteúdo