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Mercado financeiro hoje: 4 pontos para o investidor ficar atento em dia de decisão de juros

A cautela predomina no exterior diante da incerteza sobre o rumo dos juros do Fed e Copom nesta Super-Quarta

Mercado financeiro hoje: 4 pontos para o investidor ficar atento em dia de decisão de juros
Copom define os rumos da taxa básica de juros no País. (Foto: Adobe Stock)

A agenda econômica desta quarta-feira (18) concentra atenções nas decisões sobre os juros no Brasil e nos Estados Unidos. Em seguida, o mercado financeiro hoje ficará atento à entrevista do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, além dos discursos de dois dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel e Elizabeth McCaul, em eventos internacionais.

Ainda na agenda hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), convocou uma sessão deliberativa extraordinária, de forma virtual, sobre o projeto de lei de obras em calamidade. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reunirá com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, para tratar sobre regime de tributação.

Confira 4 assuntos que vão movimentar o mercado financeiro hoje

Juros

A plataforma do CME Group aponta 60% de chance de um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica dos EUA, mas alguns analistas defendem um ajuste menor por causa de dados inflacionários ainda fortes.

O Saxo Bank avalia que o processo de afrouxamento nos EUA deve beneficiar as ações no longo prazo. Entre os 20 ciclos de cortes feitos pelo Fed desde 1957, apenas três foram seguidos por retornos negativos nos 25 meses subsequentes, segundo a instituição. O Fed divulga desfecho de sua reunião de política monetária às 15 horas.

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No Brasil, por sua vez, a maioria dos analistas espera uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a para 10,75% ao ano, mas alguns ainda preveem uma elevação maior. O foco estará no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) e se a votação será unânime. A partir das 18h30, o Copom divulga sua decisão sobre juros.

Bolsas internacionais

Os mercados de ações apresentam sinais divergentes devido às incertezas sobre o ritmo de queda dos juros pelo Fed, em meio a sinais de resiliência da inflação no Reino Unido e à fraqueza da demanda mundial por commodities.

Nesta manhã, os índices futuros em Nova York registram leves altas, enquanto as bolsas europeias caem após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro e da aceleração do núcleo do CPI do Reino Unido em agosto, o que impulsiona a libra e os juros dos títulos britânicos. Esse cenário afasta a possibilidade de o Banco da Inglaterra (BoE) reduzir seus juros na quinta-feira (19).

Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem moderadamente, enquanto as bolsas asiáticas encerraram em direções opostas.

Commodities

As commodities são um ponto de atenção para os ativos nesta quarta-feira, já que o petróleo cai cerca de 1,00% e o minério de ferro fechou em queda de 4,12% em Dalian, na China, após o feriado. Esse movimento tende a pressionar os papéis relacionados às commodities, como Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3).

Mercado brasileiro

A leve alta dos futuros em Nova York pode não ser suficiente para impulsionar o Ibovespa, considerando o recuo das commodities e a cautela dos investidores antes das decisões sobre os juros nos EUA e no Brasil. Na véspera, o índice fechou abaixo de 135 mil pontos com cautela pela Super-Quarta – veja aqui.

Nos juros, a alta dos rendimentos dos Treasuries pressiona a curva futura, além dos riscos fiscais crescentes. Apesar disso, o governo espera arrecadar até R$ 3,4 bilhões este ano com a autorização das apostas online (bets).

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Outro fator de atenção são as prováveis derrotas do governo no Supremo Tribunal Federal (STF) em ações que questionam a reforma da Previdência, com um impacto estimado de pelo menos R$ 132,6 bilhões nas contas públicas.

No câmbio, o enfraquecimento do dólar no exterior pode beneficiar o real no mercado financeiro hoje. Na terça-feira (17), o dólar à vista fechou em R$ 5,4882, desvalorização de 0,41%, marcando o quinto dia consecutivo de queda – veja mais aqui. Esse valor é inferior aos R$ 5,65 vistos no último Copom e aos R$ 5,55 do cenário de referência mencionado no comunicado de julho.

* Com informações do Broadcast