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Mercado financeiro hoje: os 3 assuntos que você precisa saber após recorde do Ibovespa

O rumo dos juros globais acende o alerta na agenda hoje em meio a eventos com dirigentes. Confira

Mercado financeiro hoje: os 3 assuntos que você precisa saber após recorde do Ibovespa
Imagem: Adobe Stock

A agenda econômica desta terça-feira (20) traz as palestras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, no evento Macro Day 2024, do BTG Pactual, que também contará com a participação do secretário executivo da Fazenda, Dário Durigan, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. No mercado financeiro hoje, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Atlanta, Raphael Bostic, e o vice-presidente de Supervisão, Michael Barr, participam de eventos nos EUA. O banco central da Turquia anuncia decisão de juros.

Ainda na agenda hoje local, em Brasília, o projeto de lei que trata da desoneração da folha de pagamentos de setores econômicos e prefeituras está na pauta de votações do dia do plenário do Senado. Haddad ainda terá uma reunião com o ministro para Segurança Energética e Net Zero (DESNZ) do Reino Unido, Ed Miliband, na capital brasileira, no final da tarde.

Enquanto isso, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, deve conduzir a primeira reunião com os representantes do Congresso, Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado) e do governo para buscar um acordo sobre a execução das emendas impositivas, suspensas por decisão unânime da Corte na semana passada que exige a adoção de medidas de transparência e rastreabilidade das emendas.

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O Tesouro realiza leilões de venda de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e de Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros) pela manhã.

Confira os 3 assuntos mais importantes do mercado financeiro hoje

Bolsas internacionais

As bolsas na China e em Hong Kong fecharam em baixa nesta terça-feira, após o BC chinês (PBoC) deixar suas principais taxas de juros inalteradas. A chamada taxa de juros de referência para empréstimos (LPR) de 1 ano foi mantida em 3,35%, enquanto a de 5 anos permaneceu em 3,85%. No mês passado, ambas haviam sido cortadas em 10 pontos-base. A decisão monetária chinesa acirra a preocupação com a demanda da segunda maior economia mundial.

Em Nova York, os ajustes dos ativos financeiros são amenos, diante da espera pela ata da reunião de julho do Fed, prevista para quarta-feira (21), e pelo discurso do presidente do BC americano, Jerome Powell, no simpósio Jackson Hole, na sexta-feira (23).

Há esperanças entre investidores de que Powell traga novos sinais nesta semana de que o Fed vai reduzir os juros em setembro e buscam pistas sobre qual seria a intensidade neste ano.

Os índices futuros americanos exibem sinais difusos, com Dow Jones em queda, enquanto S&P 500 e Nasdaq sustentavam ligeiros ganhos após oito pregões consecutivos de altas, a melhor sequência deste ano.

Os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) oscilam sem direção única e o índice DXY do dólar ante seis moedas desenvolvidas segue em queda leve, depois de cair ao menor valor desde 2 de janeiro, com os players à espera ainda de falas de dirigentes do Fed nesta terça-feira à tarde.

As bolsas europeias exibem sinais divergentes, mas ampliaram perdas após sequência de ganhos em algumas das principais praças da região e repercutindo dados de inflação da zona do euro e um corte de juros na Suécia.

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A Eurostat confirmou que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro acelerou levemente em julho, a 2,6%, em um momento que o Banco Central Europeu (BCE) considera a possibilidade de voltar a cortar juros, após a redução inicial de junho.

Já o Riksbank, como é conhecido o BC sueco, reduziu seu juro básico em 25 pontos-base, a 3,5%, e sinalizou que poderá cortá-lo mais duas ou três vezes este ano “se a perspectiva de inflação seguir inalterada”.

Commodities

Os contratos futuros do petróleo ensaiam recuperação depois de ampliarem, mais cedo, perdas das duas sessões anteriores, reagindo à decisão de Israel em aceitar proposta de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza, o que ajudou a aliviar temores sobre cortes na produção do Oriente Médio.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou, na segunda-feira (19), que Israel aceitou uma proposta de cessar-fogo para a guerra em Gaza, mas não detalhou a posição do Hamas, que está no radar dos investidores. O minério de ferro, por sua vez, fechou o pregão em alta de 1,21%, em Dalian, na China.

Mercado brasileiro

O sinal de melhora nas commodities sugere fôlego ao Ibovespa e alívio para o dólar, após recorde histórico da bolsa no último pregão – veja aqui – e recuo da moeda americana a R$ 5,41. O desempenho lateral dos ativos financeiros em Nova York, à espera de sinais do Fed sobre a política monetária, pode conter o ímpeto local.

Os juros futuros tendem a oscilar entre margens mais estreitas e as atenções ficam nas mensagens do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central em evento do BTG Pactual, em São Paulo.

Após declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçando que uma alta de juros “está na mesa” do BC, o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) não quis antecipar o que acontecerá na próxima reunião (dar guidance) em entrevista à jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo.

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Contudo, Campos Neto destacou que a situação internacional melhorou muito nas últimas semanas e alertou que o mercado está falando em alta de juros, mas os economistas não. O presidente do BC também mencionou que esteve muito perto de intervir no câmbio após a alta recente do dólar acima dos R$ 5,70 no início de agosto.

Pesquisa do Projeções Broadcast aponta que a mediana do mercado continua a indicar a Selic em 10,5% no fim de 2024, mas houve um aumento na expectativa de uma retomada do aperto monetário ainda este ano. Isso ocorreu após os discursos mais duros de Gabriel Galípolo e Campos Neto sobre expectativas de inflação desancoradas e os dados mais fortes que o esperado da atividade doméstica no segundo trimestre, em um ambiente de volatilidade intensa no câmbio.

Entre 61 casas consultadas pelo Projeções Broadcast no mercado financeiro hoje, 26 (ou 42%) veem ao menos uma elevação do juro até dezembro. Essa proporção era de 2% (uma de 45 casas consultadas) no último levantamento, de 6 de agosto, após a divulgação da ata da reunião de julho do Copom.

* Com informações do Broadcast