Panorama do Ibovespa hoje e mercado financeiro. (Foto: Adobe Stock)
A agenda econômica desta quinta-feira (5) destaca a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), seguida de entrevista com sua presidente Christine Lagarde. No Brasil, saem a balança comercial e a produção de automóveis da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), dados que devem impactar no mercado financeiro hoje, enquanto a novela sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continua.
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Ainda na agenda econômica do dia, o Tesouro faz leilão de prefixados, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre agenda oficial em Paris. Também há discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Ainda serão informados os pedidos de auxílio-desemprego dos EUA e a balança comercial do país.
Destaques econômicos no Brasil e no exterior nesta quinta-feira (5)
Cenário internacional: Fed, BCE e os reflexos nos ativos
Os índices de ações do Ocidente operam com fôlego curto. Investidores aguardam dados dos EUA sobre o mercado de trabalho e o comércio externo, além de comentários de autoridades do Fed, que está sob constante pressão do presidente Donald Trump para voltar a cortar juros.
Na quarta-feira (4), as bolsas americanas fecharam com sinais divergentes e próximos da estabilidade, em meio a dados econômicos fracos que alimentam preocupações sobre os impactos da política comercial do governo do atual presidente republicano.
O juro da T-Note (Treasury Notes, títulos emitidos pelo Departamento do Tesouro dos EUA) de dois anos sobe levemente, enquanto os demais rendimentos cedem com indicadores sugerindo cortes de juros pelo Fed neste ano.
Na Europa, as bolsas de valores tentam dar sequência a recentes ganhos e o euro avança moderadamente ante o dólar hoje, enquanto investidores esperam corte de juros na Europa pelo BCE, em um momento em que a inflação ao consumidor da zona do euro desacelerou para nível abaixo da meta oficial de 2%. Nesta quinta-feira, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) da zona do euro subiu 0,7% na comparação anual de abril, ficando abaixo do esperado (0,9%).
Pesquisa do instituto Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira aponta que 66% dos eleitores desaprovam a ideia de uma candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a um quarto mandato em 2026. Comparada com a pesquisa anterior do instituto, divulgada em março, houve um crescimento de quatro pontos porcentuais.
O maior opositor de Lula é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030 após reveses no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para 65%, ele deve abrir mão da pretensão ao Planalto. Outros 26% apoiam a sua candidatura, mesmo inelegível no momento. Os que não sabem e não responderam somam 9%.
Em relação ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a pesquisa mostra um empate em um eventual cenário de segundo turno. O petista tem 41%, enquanto o republicano aparece com 40%. Outros 14% disseram que vão votar em branco ou nulo e 5% estão indecisos.
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A Genial/Quaest ouviu 2.004 entrevistados entre os dias 29 de maio e 1º de junho. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.
Vale e Petrobras: como as ações reagem às commodities
O petróleo sobe após perdas na véspera, quando circulou notícia de que a Arábia Saudita é a favor de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) siga aumentando sua oferta de maneira acelerada. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para julho avançava 0,41%, enquanto o do Brent para agosto subia 0,46%.
Entre as commodities hoje, ominério de ferrono mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, na China, para setembro de 2025, fechou em queda de 0,14%, cotado a 701 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 97,55.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale(VALE3) avançam 0,86% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras(PETR3; PETR4) subiam 0,72%.
O que esperar do Ibovespa hoje em meio ao aumento do IOF?
O Ibovespa hoje pode subir amparado pelas bolsas internacionais e pela leve alta do petróleo, que já beneficia os ADRs da Petrobras no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Contudo, uma elevação pode ser moderada, dada a agenda esvaziada de indicadores no Brasil e o recuo de 0,14% do minério de ferro em Dalian.
Da mesma forma, os juros futuros e o dólar podem operar indefinidos em sintonia com os sinais moderados e distintos da moeda norte-americana ante pares fortes e dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense), a depender da reação externa a dados dos EUA e após o BCE.
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O mercado financeiro hoje deve continuar atento a eventuais novidades sobre as medidas alternativas ao aumento do IOF. São sete as principais propostas sobre as quais a equipe econômica trabalha como alternativas para conter a escalada dos gastos públicos e compensar um eventual recuo da proposta integral de aumentar as alíquotas do imposto, passando por benefícios fiscais a sites de apostas esportivas (bets).