Os destaques do mercado financeiro hoje. (Foto: Adobe Stock)
A agenda econômica desta terça-feira (3) destaca a produção industrial de abril no Brasil, assim como os desdobramentos da reunião da véspera entre o Ministério da Fazenda e o Congresso sobre o IOF. Há também no mercado financeiro hoje a cerimônia dos Prêmios Broadcast, com palestra do economista Nouriel Roubini.
Ainda na agenda econômica hoje, o Tesouro faz leilão de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e de Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
No exterior, o destaque são divulgações dos EUA, como relatório Jolts de emprego americano de abril, encomendas à indústria dos EUA do quarto mês e Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial de maio. Ainda há discursos de três dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Mercado financeiro hoje: os principais assuntos desta terça-feira (3)
EUA mantêm isenção das tarifas chinesas
O governo dos Estados Unidos confirmou que vai manter, até 31 de agosto, a isenção de tarifas extras para uma lista de produtos importados da China. A decisão foi anunciada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR). Essas isenções fazem parte da chamada ‘Seção 301’, um conjunto de medidas criadas para pressionar a China em disputas sobre transferência de tecnologia e direitos de propriedade intelectual. A lista inclui desde peças industriais até itens ligados à pandemia de covid-19 e equipamentos usados na fabricação de painéis solares.
Bolsas internacionais mostram sinais fracos
Na volta do feriado, as bolsas asiáticas fecharam com ganhos moderados, diante de um leve alívio de ontem para hoje nas tensões comerciais sino-americanas e após dados fracos da manufatura chinesa reacenderem expectativas de novas medidas de estímulo. Em maio, o PMI industrial chinês caiu abaixo de 50 pela primeira vez em oito meses, indicando contração da atividade.
Os índices futuros das bolsas de Nova York caem moderadamente, assim como os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense), após leve alta na véspera. Investidores avaliarão nesta terça-feira dados de emprego e industriais americanos, além de falas de dirigentes do Fed.
As bolsas europeias têm sinais discretos. Já o euro atingiu mínimas do dia em relação ao dólar hoje após a taxa anual de inflação ao consumidor da zona do euro desacelerar mais do que o esperado em maio, reforçando a ideia de que o Banco Central Europeu (BCE) continue a cortar suas taxas básicas.
Moody’s ajusta nota de crédito de Azul, Petrobras e mais empresas
A Moody’s revisou perspectivas de 21 instituições financeiras brasileiras de positiva para estável para depósitos de longo prazo, ratings (avaliação que mostra o risco de crédito de uma empresa) de dívida sênior sem garantia de longo prazo e de emissor, quando aplicável. Todos os ratings e avaliações, incluindo suas entidades associadas, foram afirmados.
O petróleo sobe, ampliando ganhos de cerca de 3% da véspera, em meio a tensões entre Rússia e Ucrânia e expectativas de que o Irã rejeite proposta de acordo nuclear dos EUA, que seria crucial para o alívio de sanções ao país, que é um grande produtor de petróleo. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para julho avançava 0,13%, enquanto o do Brent para agosto subia 0,14%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2025, fechou em queda de 1,14%, cotado a 695,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 96,59.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale cediam 1,08% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras recuavam 0,26%.
O que esperar do Ibovespa hoje em dia de produção industrial
O viés negativo dos índices futuros de ações em Nova York e o recuo de 1,14% do minério de ferro em Dalian podem pesar no Ibovespa hoje, que começou a semana e o mês em leve baixa. Os juros futuros podem ter alívio em meio ao desempenho dos rendimentos dos Treasuries, enquanto a recuperação do dólar no exterior dá espaço para queda do real.
Os ativos ainda podem reagir à produção industrial de abril, cuja mediana das projeções é de crescimento de 0,5% após alta de 1,2% em março. A confirmação de uma desaceleração tende a reforçar ainda mais as apostas de que o ciclo de aperto monetário foi concluído em maio, com a Selic em 14,75% ao ano.
Além disso, pode sair ainda hoje alguma solução no âmbito do aumento do IOF. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), que se reuniram na segunda-feira à noite, devem apresentar as definições sobre o tema ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para compensar a arrecadação com IOF, o governo estuda um pacote de medidas de R$ 35 bilhões no setor de petróleo.
Esses e outros assuntos ficam no radar do mercado financeiro hoje.