

Em meio às incertezas globais com a guerra comercial deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a semana tem como destaques os números de inflação no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e na economia americana, medida pelos Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e Índice de Preços ao Produtor (PPI). Nesta segunda-feira (10), foi divulgado o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro, junto ao boletim Focus no mercado financeiro hoje.
Ainda na agenda econômica hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dará posse ao novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e à nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Gleisi Hoffmann. No exterior, são esperados as expectativas de inflação nos EUA em fevereiro pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Nova York e discurso do presidente do Fed de St.Louis, Alberto Musalem.
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Nos próximos dias – veja os principais eventos da semana aqui –, é esperada a produção industrial de janeiro na terça-feira (11). O IPCA de fevereiro de 2025 sai na quarta-feira (12), junto à nota de política fiscal de janeiro e à produção e venda de veículos pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na quinta-feira (13), é a vez da pesquisa mensal de serviços de janeiro e nota de política monetária e operações de crédito de janeiro. A sexta-feira (14) traz vendas no varejo de janeiro.
Entre os balanços previstos na semana, destaque para CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3), na quarta-feira, e Eletrobras (ELET3; ELET6), na quinta-feira. Divulgam balanços ainda as varejistas Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), além de Natura (NTCO3), Dexco (DXCO3), Direcional (DIRR3), Rede D’Or (RDOR3), Prio (PRIO3), entre outras.
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Durante a semana, no exterior, há também o índice de preços ao consumidor dos EUA, o CPI, de fevereiro será conhecido na quarta-feira, e ao produtor (PPI), no dia seguinte. Terça-feira será revelado o relatório Jolts de abertura de vagadas nos EUA. Na quarta-feira tem relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde e decisão sobre juros no Canadá.
A quinta-feira traz também a divulgação da produção industrial da zona do euro. Na sexta-feira são esperados CPI da Alemanha, produção industrial do Reino Unido e índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan.
Mercado financeiro hoje: os destaques desta segunda-feira
Risco de recessão nos EUA e tarifas de Trump: como o mercado está reagindo?
Em Nova York, os índices futuros recuam, assim como na Europa, onde os receios com a ofensiva tarifária de Trump pesam sobre os mercados. O mandatário americano não descarta uma recessão dos EUA, segundo o Broadcast.
O republicano afirmou que as tarifas de importação impostas ao México e ao Canadá podem aumentar no futuro e disse que a economia americana encontra-se em um período de transição. Na sexta-feira (7), ameaçou impor novas tarifas ao Canadá, incluindo uma taxa de 250% sobre produtos lácteos, um dia após oferecer um adiamento de um mês nas importações de alguns bens do país vizinho.
O novo líder do Partido Liberal do Canadá e primeiro-ministro do país, Mark Carney, disse que Trump tenta enfraquecer a economia canadense. O Canadá também está na mira da China, que anunciou no domingo (9) tarifas retaliatórias em resposta a medidas adotadas pelo governo canadense em outubro de 2024.
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A China aplicará uma tarifa de 100% sobre alguns produtos alimentícios canadenses. Ainda na potência asiática, o CPI registrou uma deflação de 0,7% em fevereiro, na comparação anual, indicando uma pressão desinflacionária persistente e demonstrando a dificuldade do governo chinês em estimular a demanda interna.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) recuam nesta manhã, depois de avançarem na sessão anterior. O dólar hoje opera sem direção única, mas se enfraquece em relação ao iene.
Inflação no Brasil: IPCA e projeções para a Selic
O boletim Focus do Banco Central (BC) atualizou, nesta segunda-feira, as previsões para indicadores da economia. Entre eles, o IPCA e a taxa Selic – veja detalhes aqui.
A projeção do relatório Focus para o IPCA, em 2025, passou de 5,65% a 5,68%, acima do teto da meta (4,50%). Para 2026, a inflação deve permanecer em 4,40% e, para 2027, em 4,00%. Em cenários mais longos, como em 2028, a previsão ficou em 3,75%.
Enquanto isso, as projeções do documento do BC para a Selic, em 2025, se mantiveram em 15% ao ano. Em 2026, em 12,50% ao ano e, em 2027, em 10,50%. Em 2028, a Selic deve continuar em 10% ao ano, segundo o boletim Focus.
Commodities: petróleo sobe e minério recua
O preço do petróleo mostra alta nesta manhã, após subir na última sessão, mas com perdas de até quase 4% no encerramento da semana passada. Investidores pesam os efeitos da política tarifária do governo Trump e da decisão da Opep+ de ampliar sua produção a partir de abril. No começo da manhã de hoje, o barril do petróleo WTI para abril subia 0,31%, enquanto o do Brent para maio avançava 0,31%.
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Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em queda de 0,71%, cotado a 769 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 106,28 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) recuavam 0,78% no pré-mercado de Nova York, no início da manhã (horário de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,08%.
O que esperar do Ibovespa e do mercado financeiro esta semana
A desvalorização dos índices de ações no Ocidente e a queda do minério de ferro podem pressionar o Ibovespa hoje, apesar da leve alta do petróleo nesta manhã no exterior. A semana será marcada por divulgações importantes, como o IPCA de fevereiro.
A guerra comercial do governo americano segue no foco — na quarta-feira, entram em vigor as tarifas dos EUA sobre importações de aço e alumínio de vários países, incluindo o Brasil. Além disso, há preocupação com a desinflação na China.
Os investidores ainda repercutem as críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a falta de apoio da oposição, que cobra ajuste fiscal, aos projetos de lei que alteram as aposentadorias de militares e os supersalários do Judiciário. Nesta semana, ele deve se reunir com Gleisi Hoffmann, que assumirá o comando da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), para tratar de temas fiscais.
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Os juros futuros podem seguir o recuo dos rendimentos dos Treasuries, refletindo também no dólar no mercado financeiro hoje.
* Com informações do Broadcast