Mercado

Mercado hoje: dados econômicos e falas de dirigentes do Fed são os destaques do dia

Diretores do BC participam de eventos e serão monitorados por investidores

Edifício do Federal Reserve nos EUA, em Washington DC (Foto: Envato Elements)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de novembro e o resultado primário do Governo Central em outubro são os destaques da agenda local nesta terça-feira (28).

Os diretores do Banco Central (BC) Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais) e Diogo Abry Guillen (Política Econômica) participam de eventos. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza a sabatina dos dois indicados para diretorias do BC, Rodrigo Alves Teixeira (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais).

Após a sabatina e votação na CAE, os indicados precisam ser aprovados pelo plenário do Senado. Também são esperados o índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos em novembro e discursos de vários dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central estadunidense), entre eles os diretores Christopher Waller e Michelle Bowman.

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Os índices futuros das bolsas de Nova York ampliam perdas de ontem no mercado à vista, enquanto os juros dos Treasuries e o dólar operam sem direção única e com fôlego curto. Os investidores estão à espera de declarações de dirigentes do Fed e pelo índice de confiança do consumidor americano elaborado pelo Conference Board.

Na Europa, os mercados acionários também sustentam perdas registradas na véspera, após o Integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel afirmar hoje que, caso as perspectivas para a inflação piorem na zona do euro, pode ser preciso elevar mais os juros.

Houve uma ligeira melhora do índice de confiança do consumidor da Alemanha para dezembro, em -27,8, segundo o instituto GfK, conforme o esperado por analistas ouvidos pela FactSet.

Há expectativa por novas declarações da presidente do BCE, Christine Lagarde, após ela ter afirmado que a atividade da zona do euro estagnou e deve permanecer fraca pelo resto do ano, indicando ainda disposição do BCE para manter juros inalterados.

O petróleo se recupera e sobe mais de 1%, compensando parte do recuo da véspera, em meio a notícias de que a Arábia Saudita está pedindo a outros membros da Opep+, que se reúne nesta semana, que reduzam as suas cotas de produção de petróleo, numa tentativa de reforçar os mercados globais, mas alguns membros estariam resistindo.

O Swissquote acredita que apenas mais um corte de 1 milhão de barris por dia pela Arábia Saudita não seria suficiente para estabilizar os preços.

Na Ásia, as bolsas chinesas subiram com notícias corporativas e um discurso do presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), Pan Gongsheng, que pediu mais esforços para transformar a economia, ao advertir contra a dependência de infraestrutura e do setor imobiliário, no momento em que o regime busca um novo caminho para a segunda maior economia global.

Ao falar em conferência financeira em Hong Kong, ele ressaltou a necessidade de alimentar novos drivers para o crescimento.

No Brasil

A cautela moderada no exterior pode continuar limitando o sentimento local em meio aos sinais mistos nos mercados em Nova York.

O foco local fica ainda em indicadores e o adiamento da votação do projeto de lei de taxação dos fundos exclusivos e fundos offshore, além da proposta de taxação das apostas esportivas no Senado, de hoje para amanhã, pode trazer algum desconforto com a demora no andamento das propostas arrecadatórias do governo no Congresso.

Há dúvidas se haverá quórum amanhã para analisar as propostas, porque alguns senadores viajam na quarta-feira rumo a Dubai para a Conferência do Clima (COP28).

Para o IPCA-15, a previsão é de acelerar a 0,30% em novembro (mediana), após alta de 0,21% em outubro, com o retorno do grupo Alimentação e bebidas ao terreno positivo, depois de cinco meses consecutivos de deflação, segundo economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast.

Já a projeção para Governo Central é de superávit primário de R$ 15,5 bilhões (mediana) em outubro, após saldo positivo de R$ 11,548 bilhões em setembro.

Nos mercados de câmbio e juros futuros, os sinais mistos dos rendimentos dos Treasuries e do dólar frente divisas rivais e emergentes ligadas a commodities podem apoiar alguma volatilidade, mas com fôlego curto em meio aos ajustes de fim de mês.

As discussões sobre a pauta econômica também serão monitoradas. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, assumiu a articulação para avanço da medida provisória (MP) 1185, que muda a subvenção do ICMS, a principal medida para elevar as receitas em 2024, com a viagem do titular da Pasta, Fernando Haddad, à COP-28.

A reunião do Colégio de Líderes da Câmara com o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também ficou para hoje, por falta de quórum ontem.

A expectativa é que Ribeiro faça uma apresentação sobre as mudanças feitas pelo Senado no texto da reforma ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) e aos demais líderes partidários. A ideia é estabelecer um cronograma para a votação da PEC até o fim do ano.

Agenda

O IPCA-15 de novembro (9h) e o resultado primário do Governo Central em outubro (14h30) são os principais dados locais hoje. O Tesouro realiza leilões de venda de NTN-B e de LFT (11h). A CAE realiza sabatina dos dois indicados ao Banco Central pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (10h).

Também estão previstos eventos com os diretores do BC Fernanda Guardado (12h30) e Diogo Abry Guillen (19h30).

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que ocupa a Presidência da República enquanto Luiz Inácio Lula da Silva está fora do Brasil, participa da Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (9h), deve receber o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro (12h) e participa da abertura do Fórum de Comércio e Serviços (15h).

O índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos em novembro é aguardado no exterior (12h). Vários dirigentes do Fed participam de eventos ao longo do dia, entre eles os diretores Christopher Waller (12h05), Michelle Bowman (12h45) e o vice-presidente Michael Barr (15h05 e 17h30), além do presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee (12h05).

Na Europa, também estão previstos compromissos públicos de membros do Banco Central Europeu, como sua presidente Christine Lagarde (13h).